sábado, 2 de novembro de 2013

Especialista alerta que religião não pode justificar práticas violentas contra mulheres

Mulheres da Costa do Marfim se reúnem para celebrar o Dia Internacional da Mulher no Palácio da Cultura, em Abidjan. Foto: ONU/Ky Chung
Mulheres da Costa do Marfim se reúnem para celebrar o Dia Internacional da Mulher
no Palácio da Cultura, em Abidjan. Foto: ONU/Ky Chung
O especialista independente da ONU para a liberdade de religião ou crença, Heiner Bielefeldt, afirmou esta semana na Assembleia Geral das Nações Unidas que “inúmeras mulheres são expostas a complexas formas de violações dos direitos humanos” que são justificadas “tanto pela liberdade de religião ou crença como pelo seu gênero”.
Bielefeldt advertiu que há uma associação entre o direito à religião ou crença e o direito à igualdade de gênero que tem de ser analisada para que mulheres não sejam exposta a violações dos seus direitos com práticas baseadas na liberdade de religião.
“A minha mensagem principal é que há muito mais espaço para estabelecer sinergias entre estes dois direitos do que aquele que as pessoas geralmente assumem”, defende o especialista, uma vez que “normalmente se assume” que estes direitos “não podem ser realmente combinados”.
“Eu entendo que esta ideia é não só errada como perigosa”, explica Bielefeldt, que também aproveitou o momento para apelar a governos e sociedade civil que se empenhem na construção de uma sinergia entre os dois direitos.
Contudo, o especialista apontou a criação de “um sistema de direito familiar que respeite totalmente a igualdade entre homem e mulher ao mesmo tempo que faz justiça à vasta realidade de religiões e crenças diversas” como parte da solução para o problema.
Heiner Bielefeldt afirmou ainda que “em alguns países, mulheres e jovens de religiões minoritárias estão em risco de sequestro com o objetivo de as obrigar à conversão a uma religião majoritária, normalmente através de casamentos forçados”.

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