sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Saga 'Jogos Vorazes' lidera onda de heroínas em Hollywood

RODRIGO SALEM
DE LOS ANGELES

Você nunca espera ouvir piadas sujas e frases escatológicas de uma recém ganhadora do Oscar de melhor atriz. Mas é assim que Jennifer Lawrence, 23, vencedora por "O Lado Bom da Vida", se comporta. "Sou muito teimosa para mudar", diz.

É esse jeito despojado que transformou Jennifer na maior estrela jovem do momento. E talvez seja por isso que a série "Jogos Vorazes", cujo segundo capítulo, "Em Chamas", estreia hoje no Brasil, despertou uma onda de heroínas teen.

"Acho fantástico que as pessoas paguem para ver um filme sobre uma garota", admite Elizabeth Banks, que retorna a "Jogos Vorazes" como a acompanhante histérica Effie Trinket. Desde que o primeiro filme rendeu quase US$ 700 milhões (cerca de R$ 1,6 bi, mais de R$ 900 mi só nos EUA), esses "ingressos femininos" são disputados a tapa.
Editoria de Arte/Folhapress

Sagas jovens pipocam no cinema. Algumas tentaram misturar a força da mulher com o romance de "Crepúsculo", mas não foram bem recebidas, como "Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos". A pré-adolescente Hit-Girl, de "Kick-Ass", ganhou mais espaço na sequência, que estreou mês passado no Brasil, assim como a insegura menina de "Jogo do Exterminador", previsto para dezembro no país.

Nenhuma, no entanto, alcançou o sucesso de "Jogos Vorazes". "O segredo é que ele não trata o adolescente como criança. Não é um filme com apelo sexual ou apelativo. No momento em que fizermos isso, estaremos mortos", afirma o diretor Francis Lawrence, que já está filmando a adaptação do terceiro livro de Suzanne Collins, "Jogos Vorazes: A Esperança", que será dividida em dois longas previstos para 2014 e 2015.

Neste meio tempo, mais duas franquias com heroínas chegarão ao cinema: "Divergente", protagonizado por Shailene Woodley ("Os Descendentes"), e "The Giver", com a cantora Taylor Swift.

"A nova geração adora franquias. Acho interessante entregar algo para que ela possa pensar mais em assuntos mais complexos", diz Jennifer.

E complexidade não falta. O filme, produzido por US$ 140 milhões (mais de R$ 300 milhões), expande o tema de rebelião jovem contra a opressão de um governo totalitário. Logo na abertura, o longa mostra Katniss tendo pesadelos com os jovens que ela precisou matar no primeiro capítulo.

"Os temas são políticos e espero que despertem esse lado nos espectadores em relação aos Estados Unidos", diz o veterano Donald Sutherland, 78, que faz o reacionário presidente Snow, mas logo interrompendo.

"A comida coreana que comi não está me fazendo bem. Me desculpe pelo cheiro ruim se um pum escapar."

É a segunda piada do dia sobre flatulência. A primeira foi feita pela estrelinha de "Jogos Vorazes".
O jornalista RODRIGO SALEM viajou a convite da Paris Filmes
JOGOS VORAZES: EM CHAMAS

DIREÇÃO Francis Lawrence

PRODUÇÃO EUA, 2013

ONDE Anália Franco UCI 1 e circuito

CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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