03/07/2014 – por 

Ah, Fiona. O tanto que eu te amo eu não sei nem descrever.
Conheci Fiona quando era jovem, bem jovem, quase tão jovem quanto ela quando lançou essa música, aos 19 anos. Me identifiquei no mesmo segundo. Me identifico com cada palavra até hoje.
Fiona nasceu numa família de artistas: sua mãe é uma cantora de jazz e pianista e seu pai é ator. Ela começou a estudar piano aos 4 anos e canta desde sempre, desde quando lembra.
Aos 12 anos ela foi estuprada por um desconhecido no prédio de sua mãe e nunca se recuperou totalmente do trauma. Quando eu digo que essas violências deixam sequelas irreparáveis, acham que é exagero, mas Fiona, que já tinha uma tendência a ser introspectiva, desenvolveu uma série de transtornos mentais a partir desse acontecimento. Mas ela escreveu canções a respeito e fala sobre, pois acredita que se não falamos sobre esse assunto, ele acaba nos controlando.
Peço desculpas pela quantidade de vídeos e pela escassez de informações, mas Fioninha é uma moça muito discreta e eu não quero falar da vida pessoal dela mais do que isso.
Fiquei chateadíssima quando Fiona cancelou seus shows no Brasil em 2012 porque sua cachorrinha, companheira de anos, estava morrendo.  Vi muita gente boladíssima reclamando de falta de profissionalismo, mas olha, quem curte mesmo a Fiona consegue entender. Ela é um ser quase sem pele de tão sensível.
fiona_facebook_janet

Quase sem corpo, acho.
Ela sente, sente, sente tudo, sente tanto, e é assim que é. Ela cancela turnês, ela faz papelão em entrevistas de tv, ela é isso. E não importa, porque ela é maravilhosa.
Fiona tem 4 discos: Tidal, de 96; When the Pawn Hits the Conflicts He Thinks like a King What He Knows Throws the Blows When He Goes to the Fight and He’ll Win the Whole Thing ‘fore He Enters the Ring There’s No Body to Batter When Your Mind Is Your Might so When You Go Solo, You Hold Your Own Hand and Remember That Depth Is the Greatest of Heights and If You Know Where You Stand, Then You Know Where to Land and If You Fall It Won’t Matter, Cuz You’ll Know That You’re Right, de 99, Extraordinary Machine, de 2005 (esse deu uma baita de uma treta com a gravadora e ela acabou “vazando” a versão que curtia mais) e depois de 7 anos sem lançar nada, em 2012 ela apareceu com um maravilhoso disco novo, The Idler Wheel Is Wiser than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More than Ropes Will Ever Do.
QUE DISCO.
Aliás, que discos. Todos. Nada do que ela fez me desagrada. Eu amo essa mulher.
A voz peculiar, os arranjos sofisticadíssimos, as letras, o piano dela, tudo. Tudinho.
É amor mesmo.
Fiona, please come to Brazil