domingo, 3 de setembro de 2017

Conheça as sete cientistas vencedoras do prêmio “Para Mulheres na Ciência”


AS GANHADORAS FORAM ESCOLHIDAS POR UM JÚRI ACADÊMICO FORMADO POR IMPORTANTES NOMES DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. ELAS FORAM AVALIADAS PELO POTENCIAL DAS PESQUISAS E PELA TRAJETÓRIA QUE JÁ DESENVOLVERAM EM SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO



O programa Para Mulheres na Ciência, uma parceria L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (ABC), que já reconheceu mais de 70 cientistas brasileiras desde 2006, divulga as sete vencedoras da 12ª edição. Com suas pesquisas, as cientistas escolhidas levantam importantes questões que refletem empenho e desenvolvimento para o campo acadêmico brasileiro – nas áreas de Física, Matemática, Química e Ciências da Vida.
As ganhadoras foram escolhidas por um júri acadêmico formado por importantes nomes da Academia Brasileira de Ciências. Elas foram avaliadas pelo potencial das pesquisas e pela trajetória que já desenvolveram em suas áreas de atuação. Cada cientista será premiada com uma bolsa-auxílio de R$50 mil para fundamentar e dar continuidade às pesquisas.

Conheça as sete cientistas reconhecidas em 2017:
FÍSICA
Jenaina Ribeiro Soares: Física da Universidade Federal de Lavras, a goiana Jenaina Ribeiro Soares estuda a estrutura de novos nanomateriais com aplicações em diferentes indústrias, em especial a eletrônica. Além disso, desenvolve equipamentos para produzir esses nanomateriais, formados por uma ou por poucas camadas atômicas. Inovação é a palavra de ordem: “Tudo isso vai permitir desenvolver projetos de ponta e inéditos no País”, afirma.
MATEMÁTICA
Diana Sasaki Nobrega: Com envolvimento no ensino e na pesquisa desde jovem, a cientista Diana Sasaki Nobrega, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, investiga uma classe de problemas matemáticos conhecidos como grafos cúbicos, relacionados com a resolução de problemas reais de conflito, especialmente na área de computação.
QUÍMICA
Rafaela Salgado Ferreira: Na busca por tratamentos mais eficazes para zika e doença de Chagas, a mineira Rafaela Salgado Ferreira (UFMG) desenha moléculas potencialmente capazes de inibir o funcionamento de proteínas essenciais na fisiologia do vírus e do protozoário Trypanosoma cruzi. Ainda mais motivada pela premiação, Rafaela afirma o papel social da pesquisa e ressalta a importância do trabalho com doenças tropicais negligenciadas.
CIÊNCIAS DA VIDA
Gabriela Nestal de Moraes: A carioca Gabriela Nestal de Moraes investiga, no Instituto Nacional do Câncer (Inca), as bases celulares e moleculares para uma nova terapia para o câncer de mama a partir de informações de pacientes que não respondem ao tratamento quimioterápico.
Fernanda Maria Policarpo Tonelli: Fernanda Maria Policarpo Tonelli, bioquímica e pós-doutoranda na Universidade Federal de Minas Gerais, quer revolucionar a biotecnologia brasileira. Seu plano é utilizar tilápias-do-Nilo como biofábricas para a produção de substâncias como o hormônio do crescimento humano – uma inovação que pode economizar milhões de reais por ano ao sistema público de saúde.
Marilia Danyelle Nunes Rodrigues: Nascida em uma cidade no interior do Rio Grande do Sul, a geneticista Marilia Danyelle Nunes Rodrigues trabalha na Universidade Federal Rural da Amazônia, no campus de Parauapebas, em busca de um diagnóstico da diversidade genética do pirarucu na região sudeste do Pará. A bióloga pretende criar uma cartilha para promover a conservação da espécie ameaçada de extinção.
Pâmela Billig Mello-Carpes: A pesquisadora da Universidade Federal do Pampa, campus Uruguaiana, estuda como o cuidado parental influencia a formação do cérebro. Ela busca formas de tratar problemas cognitivos relacionados à falta desse cuidado.
Programa Nacional
A L’Oréal Brasil promove desde 2006, em parceria com a UNESCO BRASIL e com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Programa “Para Mulheres na Ciência”. O Programa que completa 12 anos neste ano, tem como motivação a transformação do panorama da ciência no País, favorecendo o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro e incentivando a entrada de jovens mulheres no universo científico.
A cada ano, 7 jovens pesquisadoras de diversas áreas de atuação são contempladas com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais. O prêmio distribuiu, até hoje, o equivalente a 3,5 milhões de reais entre 75 mulheres cientistas promissoras, que receberam impulso extra para dar prosseguimento em seus estudos e incrementar o desenvolvimento da ciência no País.
Os trabalhos são avaliados por uma comissão julgadora formada por renomados profissionais das áreas científicas.
Programa Internacional
Primeiro programa dedicado a mulheres cientistas no mundo, o L’Oréal-UNESCO For Women in Science foi fundado em 1998, na firme convicção de que o mundo precisa de ciência e a ciência precisa de mulheres.
É com este propósito que todos os anos o Programa identifica, recompensa, incentiva e coloca sob os holofotes excepcionais cientistas de todos os continentes.
Duas delas inclusive foram posteriormente reconhecidas com o Prêmio Nobel: as Dras. Ada Yonath e Elizabeth Blackburn.
Ao longo dos últimos 19 anos, o Programa tem contribuído para promover avanços da presença feminina na área da Ciência, onde as mulheres ainda são sub-representadas. Anualmente, o L’Oréal-UNESCO For Women in Science premia 5 cientistas, uma de cada região do mundo (África e países Árabes, Ásia-Pacífico, Europa, América Latina e América do Norte), com uma bolsa-auxílio de 100 mil dólares.
Além do programa global, todos os anos, o Programa também oferece bolsas de estudo através de premiações locais para jovens promissoras pesquisadoras em momentos cruciais de suas carreiras. Desde 1998, a Fundação L’Oréal, em parceria com a UNESCO, reconheceu mais de 2.800 mulheres em 115 países: 97 laureadas homenageadas pela excelência de suas pesquisas no programa global e 2700 Fellows, talentosas jovens mulheres que receberam bolsas-auxílio para prosseguir com seus promissores projetos de pesquisa.
International Rising Talents
Desde 2014, um novo programa busca trazer ainda mais conexão entre os programas regionais e o programa internacional: o International Rising Talents. O objetivo é impulsionar o percurso de excelência de jovens e promissoras cientistas até se tornarem pesquisadoras internacionalmente reconhecidas. São eleitas 15 cientistas por ano, de 5 regiões do mundo, para receber uma bolsa de 15 mil euros.
Em 19 edições, 6 brasileiras já incluíram seus nomes neste time de estrelas da ciência:
Mayana Zatz (Genética – USP), em 2001; Lucia Previato (Microbiologia – UFRJ), em 2004; Belita Koiller (Física – UFRJ), em 2005; Beatriz Barbuy (Astrofísica – USP), em 2009; Marcia Barbosa (Física – UFRGS), em 2013 e Thaisa Storchi Bergmann (Astrofísica – UFRGS), em 2015. Além de elevar o nome do País na Ciência, elas são fontes de inspiração para as gerações seguintes, verdadeiros faróis da conquista feminina nos mais altos níveis da pesquisa científica.

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