domingo, 12 de maio de 2019

Pais que tiram licença paternidade querem ter menos filhos, sugere estudo

Benefício pode ter tornado homens mais conscientes do esforço e dos custos associados à criação das crianças
11/05/2019 / POR REVISTA GALILEU
Depois de tirarem licença paternidade, pais querem ter menos filhos do que planejavam anteriormente, conforme mostra um novo estudo espanhol. Para especialistas, o afastamento pode ter tornado os homens mais conscientes do esforço e dos custos associados à criação das crianças e, como os pesquisadores colocaram, "mudaram suas preferências de quantidade de filhos para qualidade".

As economistas Lídia Farré, da Universidade de Barcelona, ​​e Libertad González, da Universidade Pompeu Fabra, estimam que, dois anos depois da implantação da licença paternidade na Espanha, em 2007, os pais que foram elegíveis para o novo programa se tornaram de 7% a 15% menos propensos a ter outro filho do que aqueles que não usufruíram do benefício.

Ao fazerem o acompanhamento dos voluntários seis anos depois do início da pesquisa, os pais que tiraram a licença ainda se declararam menos propensos a ter mais filhos. Ao mesmo tempo, as mulheres começaram a mostrar preferência por famílias um pouco maiores. O que, de acordo com as pesquisadoras, talvez seja um sinal de que ter mais filhos é mais desejado quando existe trabalho igualitário em casa.

Contudo, Farré e González acreditam que outros fatores, como a crise econômica, podem ter interferido na questão. "Há duas razões pelas quais eu hesitaria em acreditar que esses mesmos impactos se aplicariam em outros lugares", disse David Evans, economista do Centro para o Desenvolvimento Global, ao Quartz. “Na Espanha, quase nenhum homem tirava licença de paternidade antes da política, e isso saltou para mais da metade dos homens após a reforma. Ao mesmo tempo, os homens na Espanha queriam mais filhos do que as mulheres. Esse não foi o caso em vários outros países europeus. ”

Nenhum comentário:

Postar um comentário