quarta-feira, 4 de setembro de 2019

As brasileiras atraídas pelo K-pop e forçadas a se prostituir na Coreia do Sul


Imagem de pessoa sentada no chão abraçando as pernasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Embaixada do Brasil na Coreia do Sul recebeu um pedido de ajuda de uma das vítimas e acionou a polícia coreana

BBC News
04/09/2019
A polícia da Coreia do Sul prendeu cinco homens acusados de forçar pelo menos sete mulheres brasileiras a se prostituírem.

Elas viajaram ao país após terem sido enganadas com a promessa de uma carreira artística no K-pop, mas foram vítimas de exploração sexual no país.
No dia 17 de agosto, a Embaixada do Brasil recebeu um pedido de ajuda de uma das vítimas e entrou em contato com a polícia coreana, "que prontamente iniciou investigação sobre o caso", segundo o Itamaraty.
Após o resgate, a previsão é que as vítimas retornem ao Brasil.
"Como resultado da atuação policial, foram resgatadas sete brasileiras e detidos cidadãos coreanos suspeitos de envolvimento no esquema de exploração. As vítimas foram encaminhadas pela polícia coreana a centro de proteção e apoio a mulheres estrangeiras, de onde deverão retornar em segurança para o Brasil", informou o Itamaraty.
A assessoria de imprensa do Itamaraty não deu mais detalhes sobre o caso por envolver "aspectos relacionados à privacidade individual dos assistidos".

O que dizem as autoridades na Coreia

A BBC News Korean entrou em contato com a polícia e representantes do governo local, que informaram que as vítimas brasileiras têm por volta de 20 a 30 anos e que foram resgatadas em dois locais diferentes. As autoridades coreanas elogiaram o suporte prestado pela Embaixada do Brasil às vítimas.
A reportagem também apurou que a polícia coreana está investigando se houve outros casos semelhantes.

Objetos com rostos de ídolos K-popDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionObjetos com rostos de ídolos K-pop, gênero musical originado na Coreia do Sul

As vítimas brasileiras foram atraídas para a Coreia do Sul com promessas de que poderiam se tornar artistas ou dançarinas de K-pop - gênero musical originado na Coreia do Sul e com popularidade crescente no Brasil.
Segundo o site The Korea Times, os homens entraram em contato com as vítimas pelas redes sociais no início de julho e prometeram ajudá-las a se tornarem artistas ou modelos. Eles chegaram a oferecer as passagens de avião de ida e volta.
Quando elas chegaram à Coreia, em meados de julho, no entanto, os homens confiscaram os passaportes delas e cancelaram os voos de volta ao Brasil. Eles as confinaram em alojamentos nas cidades de Goyang e Paju, na província de Gyeonggi, e depois venderam as mulheres para casas de prostituição.
Elas foram ameaçadas, segundo o site, com o argumento de que teriam de trabalhar até pagar o custo da viagem para a Coreia e ouviram que seriam punidas por prostituição se procurassem a polícia.
A Embaixada da Coreia do Sul em Brasília informou à reportagem que não tem registro das brasileiras que viajaram à Coreia do Sul, já que não é necessário emitir visto para brasileiros que vão passar até 90 dias, em viagem de turismo, no país.
O Itamaraty informou que "a Embaixada do Brasil em Seul tem prestado toda a assistência possível às cidadãs brasileiras vítimas de recente caso de exploração sexual na Coreia do Sul" e que continuará acompanhando o caso "com toda a atenção".

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