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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Bagunça no quarto incomoda mais a mãe do que o filho ser gay

Adolescente revela à família por Facebook que é gay. Mãe o apoia, mas pede a ele que arrume e limpe o quarto antes que as formigas tomem conta.

RUTH DE AQUINO

As histórias divulgadas nas redes sociais e repercutidas em sites são tão confessionais que podem não passar de invenção. Esta tem nome e sobrenome. É um exemplo contra a homofobia e a favor da tolerância e diversidade dentro da família. Mas tem também uma bronca materna.
Um adolescente, Zach Gibson, usa o Facebook para sair do armário e revelar que é gay. A mãe, Michelle, divulga uma carta-resposta em que declara o amor incondicional pelo filho e diz não se importar com sua orientação sexual....MAS...e é um grande 'mas'...que ele arrume e limpe a zona do quarto, que jogue o lixo fora. Isso sim a afeta, isso sim prejudica seu cotidiano. Zach depois se disse emocionado com o apoio da mãe e a solidariedade de tanta gente na rede a sua atitude. Não comentou nada sobre a bagunça...
A carta da mãe é esta, com a tradução.
Carta de Michelle, mãe de Zach, divulgada em sites contra homofobia (Foto: Reprodução)
“Zach, eu fiquei surpresa com seu post no Facebook em que você revela que é gay. Eu quero que você saiba que eu te amo incondicionalmente. Eu te amo com minhas atitudes, não apenas com minhas palavras. Sinto tanto orgulho de você. Você é a pessoa mais corajosa que eu conheço. Eu sempre lutarei por você. A sua orientação sexual não te define. Você continua sendo o garoto que conquistou meu coração para sempre. A única coisa que me preocupa é o número de latas de refrigerante e garrafas de plástico vazias no seu quarto. Jogue tudo fora no lixo antes que as formigas invadam. Te amo, sempre, Mamãe”.
A carta é bem bacana, mãe e filho foram entrevistados depois. 
Mas o que achei mais curioso foi a preocupação de Michelle, quase unânime entre mães: A BAGUNÇA INACREDITÁVEL que os filhos adolescentes - e nem tão adolescentes assim - fazem no apartamentodos pais. Antigamente, dizia-se que meninos eram mais bagunceiros do que meninas. Hoje, ouço que todos são do mesmo jeito. É uma bagunça que transcende o padrão normal da desorganização. É a total falta de noção. E não adianta botar de castigo ou suspender mesada ou conversar ou parar de arrumar. 
É como se fosse uma bagunça cultivada milimetricamente por todos os cantos do chão, embaixo e em cima da cama, no banheiro, no chuveiro, na cozinha, na sala.
Vejo mães desesperadas com o lixo e a zona especialmente no quarto dos filhos, sejam eles gays ou heteros, meninos ou meninas, não importa. A preocupação materna e paterna também se explica por acharem que reflete um caos mental. O fato de os pais serem liberais, tolerantes, legais e sem preconceito não quer dizer que não prefiram uma casa mais limpa e arrumada - com a cooperação dos filhos.
Um dia, há vários anos, ao chegar de viagem, quando meu filho ainda era adolescente, fotografei a bagunça em todos os lugares, inclusive na pia da cozinha, onde o mofo de dias no maracujá produzia um estranho efeito visual. Mostrei a meu filho, porque, na foto, em close, tem mais impacto. Ele ficou impressionado: "Que maneiro! Parece uma obra de arte!"

Mofo nos restos de mousse de maracujá deixados pelo filho na pia da cozinha ao longo de vários dias. A mãe estava viajando. (Foto: Ruth de Aquino)
Olhe bem a foto acima, tirada por mim, Ruth de Aquino: resultado de dias a fio de 'esquecimento' de mousse de maracujá, o mofo se espalhando sobre tudo, já que a mãe estava fora...

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