domingo, 6 de outubro de 2013

Projeto prevê atendimento gratuito a cirurgias plásticas a mulheres vítimas de violência doméstica

por Graziela Salomão


Iniciativa é da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em parceria com a ONG TheBridge e estima atender 600 mulheres por ano

CARTAZ DA CAMPANHA  (Foto: Divulgação)
CARTAZ DA CAMPANHA (Foto: Divulgação)
No Brasil, a cada 15 segundos,
 uma mulher é espancada. Em 49% dos casos, o agressor é o próprio companheiro. Os dados da Secretaria de Políticas para Mulheres são assustadores. Mais alarmante ainda é saber que cerca de 50% das mulheres que morrem de forma violenta são acometidas dentro de casa.

Além do trauma psicológico, muitas vezes as sequelas físicas impedem que elas prossigam suas vidas tentando superar a agressão. A espera na fila de cirurgias plásticas reparadoras a essas vítimas gira em torno de dois anos. É com o objetivo de agilizar o atendimento e a inclusão dessas mulheres que a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica Nacional, em parceria com a ONG TheBridge, lançou nesta quarta-feira (2) um projeto que prevê atendimento gratuito a vítimas de violência domestica. “É um projeto pioneiro no mundo”, explica José Horácio Aboudib, presidente da Sociedade. “O levantamento inicial mostra que atenderemos, no mínimo, cerca de 600 mulheres por ano que sofreram algum tipo de agressão”.

INÍCIO EM SÃO PAULO
O projeto terá inicio na cidade de São Paulo, mas o objetivo é que ele seja expandido para o Rio de Janeiro e outros estados em breve. Serão onze hospitais credenciados no atendimento a essas vítimas e todos os cirurgiões envolvidos no trabalho são voluntários e fazem parte da SBCP. O atendimento inicial será realizado através do número 0800 771 4040 com psicólogos treinados para identificar o problema e começa a valer a partir desta quarta.

Após a triagem, os pacientes serão encaminhados para o hospital credenciado mais próximo. “Como se trata de uma lesão ou uma sequela grave, a lei brasileira determina que seja realizado um boletim de ocorrência para que se possa realizar o atendimento. Esse boletim deve estar em mãos da mulher ou ser providenciado rapidamente”, explica o profissional.

Segundo José Horácio, a Sociedade foi procurada pela TheBridge para ajudar nesse trabalho. “Queremos fazer uma ponte entre o problema e a solução”, diz. “Ficamos perplexos com os números apresentados sobre esse problema social e nos colocamos como parte da solução imediata para essas mulheres”. A ONG é responsável por levantar os fundos financeiros para o projeto, enquanto a Sociedade vai disponibilizar os profissionais voluntários para cada tipo de tratamento. “Estamos muitos felizes com esse projeto porque ele é de extrema importância para a sociedade”, diz José Horácio.

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