segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Relacionamento: consideração dispensa boa parte da assertividade

Assertividade
Assertividade é a habilidade social de fazer afirmação dos próprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto, de modo a não violar o direito das outras pessoas1.
Consideração
Reverência, apreço ou estima que se expressa por uma pessoa ou por alguma coisa; deferência2.

A consideração torna dispensável boa parte da assertividade
Neste artigo vamos apresentar dois mecanismos psicológicos que são muito úteis para regular o apreço e o respeito pelos direitos alheios: a consideração e a assertividade.
A assertividade é bastante útil. Ela é útil, principalmente, para lidar com pessoas que pensam muito nelas próprias e nos seus interesses e se preocupam muito pouco com as outras pessoas. Quando se deparam com pessoas deste tipo, aqueles que são passivos correm o risco de serem predados. Quando isso acontece, os passivos acumulam mágoas e, por isso, podem explodir devido a um incidente pequeno qualquer: é a “gota d’água que transborda o copo”. Quando explodem, se tornam agressivos: ferem aqueles que lhes causaram desconfortos ou aqueles diante dos quais eles não tiveram a firmeza para revelar suas posições (pensamentos, sentimentos, desejos, etc.)
No entanto, nos relacionamentos íntimos entre pessoas que se gostam, esperamos que a consideração mútua torne dispensável o uso muito frequente da assertividade. Quando duas pessoas se gostam, elas tentarão não abusar uma da outra e, por isso, nenhuma delas necessitará ficar se defendendo através do uso da assertividade. Pelo contrário: as pessoas que se gostam tentarão, cada uma delas, não prejudicar a outra pessoa e nem permitir que a outra a superbeneficie!
Entre pessoas que se gostam, até mesmo a clareza da comunicação não é tão necessária quanto o é entre pessoas que são indiferentes entre si ou que não se gostam: quando gostamos de uma pessoa, nos colocamos no seu lugar, e mesmo que ela não diga explicitamente o que deseja ou o que a incomoda, tentamos imaginar e agir de forma a beneficiá-la.
Mais importante ainda, quando alguém age em nosso benefício e essa forma de agir não foi fruto da nossa exigência, mas sim do afeto de quem age em relação a nós, isso vale muito mais do que quando este tipo de ação foi fruto da nossa exigência. No primeiro caso, é consideração e amor. No segundo, firmeza e autodefesa.
Desnecessário dizer que consideração espontânea, aquela não reivindicada por aquele para quem ela deve ser demonstrada, é o tipo de atitude que nutre os relacionamentos entre pessoas que se gostam. A assertividade é a melhor ferramenta para ser usada nos relacionamentos entre pessoas que são indiferentes ou, até mesmo, hostis entre si.

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