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As mulheres devem ser vistas e ouvidas - e uma nova série de retratos, que usa palavras e rostos de mulheres, faz questão de que isso aconteça.
Criada por Jennifer Bermon, a série "Her | Self" (Ela | Por Ela Mesma, em tradução livre) é uma galeria de 28 retratos preto e branco de mulheres de todas as esferas da vida, tiradas ao longo dos últimos 20 anos. Bermon, fotógrafa profissional e produtora de TV, pediu que as participantes escrevessem o que viam em suas próprias imagens e incluiu as respostas de cada uma delas logo abaixo dessas imagens. Os resultados são inegavelmente poderosos. "De que outro jeito poderíamos explorar a causa dos problemas de imagem corporal das mulheres do que ver e ouvir isso das próprias mulheres?", disse Bermon ao Huffington Post. "As fotos dão às pessoas uma visão sobre quem as mulheres realmente são e as histórias que elas querem contar sobre si mesmas."
Entre as mulheres em destaque na série de fotos estão uma roteirista vencedora do Oscar, uma bombeira de NYC, uma rabina de 74 anos de idade, uma cientista da NASA e uma remadora do time da escola. "Eu queria revelar seus pensamentos mais profundos - aquelas palavras que elas compartilhariam com outras mulheres em conversas privadas", escreveu Bermon em sua declaração apresentação de artista.
(A história continua abaixo.)
Bermon iniciou o projeto há 20 anos, quando ela era ainda um estudante na Mills College. Ela descreveu uma epifania que teve quando ouviu suas amigas falarem que elas não gostavam de si mesmas. "Para mim, elas pareciam perfeitas. Eu percebi que isto fazia parte de uma conversa normal do dia a dia", disse ela. "Será que elas ouviam o que elas diziam sobre si mesmas? Será que nós, como mulheres, ouvimos o que dizemos de nós mesmas? Existe algo na fotografia que congela tudo e nos dá tempo de ver bem as coisas. Fazer com que as mulheres usassem suas próprias palavras lhes deu uma voz."
Em vez de simplesmente ver as mulheres nestes retratos, a série permite que os espectadores saibam o que essas mulheres veem em si mesmas. "A foto delas e suas palavras tornam-se uma peça que vale por si só, sem edição e filtro," escreveu Bermon. "O espectador é primeiro atraído pela foto e depois pelas emoções reveladas nas palavras."
Bermon disse que muitas mulheres fotografadas por ela contaram que o processo para elas foi terapêutico. Falar sobre o que vemos em nós mesmos faz a gente se sentir bem, disse ela. "Quando eu tiro fotos de mulheres, eu espero capturá-las de uma forma simples e direta – do jeito que eu as vejo. Dessa forma, é quase que objetivo", disse Bermon ao HuffPost. "As fotos são um ponto de partida para que elas escrevam sobre o que estão pensando pois se trata de ouvir as mulheres."
"O projeto tem sido um trabalho de amor", disse Bermon." A melhor parte é que outras mulheres querem isso e eu quero fazer algo para abrir a discussão sobre o assunto."
"Her | Self” está atualmente em exposição na Galeria NJ, em Santa Monica, Califórnia, até o dia 04 de abril.
Confira mais imagens e transcrições da série "Her | Self" abaixo.
Criada por Jennifer Bermon, a série "Her | Self" (Ela | Por Ela Mesma, em tradução livre) é uma galeria de 28 retratos preto e branco de mulheres de todas as esferas da vida, tiradas ao longo dos últimos 20 anos. Bermon, fotógrafa profissional e produtora de TV, pediu que as participantes escrevessem o que viam em suas próprias imagens e incluiu as respostas de cada uma delas logo abaixo dessas imagens. Os resultados são inegavelmente poderosos. "De que outro jeito poderíamos explorar a causa dos problemas de imagem corporal das mulheres do que ver e ouvir isso das próprias mulheres?", disse Bermon ao Huffington Post. "As fotos dão às pessoas uma visão sobre quem as mulheres realmente são e as histórias que elas querem contar sobre si mesmas."
Entre as mulheres em destaque na série de fotos estão uma roteirista vencedora do Oscar, uma bombeira de NYC, uma rabina de 74 anos de idade, uma cientista da NASA e uma remadora do time da escola. "Eu queria revelar seus pensamentos mais profundos - aquelas palavras que elas compartilhariam com outras mulheres em conversas privadas", escreveu Bermon em sua declaração apresentação de artista.
(A história continua abaixo.)
Bermon iniciou o projeto há 20 anos, quando ela era ainda um estudante na Mills College. Ela descreveu uma epifania que teve quando ouviu suas amigas falarem que elas não gostavam de si mesmas. "Para mim, elas pareciam perfeitas. Eu percebi que isto fazia parte de uma conversa normal do dia a dia", disse ela. "Será que elas ouviam o que elas diziam sobre si mesmas? Será que nós, como mulheres, ouvimos o que dizemos de nós mesmas? Existe algo na fotografia que congela tudo e nos dá tempo de ver bem as coisas. Fazer com que as mulheres usassem suas próprias palavras lhes deu uma voz."
Em vez de simplesmente ver as mulheres nestes retratos, a série permite que os espectadores saibam o que essas mulheres veem em si mesmas. "A foto delas e suas palavras tornam-se uma peça que vale por si só, sem edição e filtro," escreveu Bermon. "O espectador é primeiro atraído pela foto e depois pelas emoções reveladas nas palavras."
Bermon disse que muitas mulheres fotografadas por ela contaram que o processo para elas foi terapêutico. Falar sobre o que vemos em nós mesmos faz a gente se sentir bem, disse ela. "Quando eu tiro fotos de mulheres, eu espero capturá-las de uma forma simples e direta – do jeito que eu as vejo. Dessa forma, é quase que objetivo", disse Bermon ao HuffPost. "As fotos são um ponto de partida para que elas escrevam sobre o que estão pensando pois se trata de ouvir as mulheres."
"O projeto tem sido um trabalho de amor", disse Bermon." A melhor parte é que outras mulheres querem isso e eu quero fazer algo para abrir a discussão sobre o assunto."
"Her | Self” está atualmente em exposição na Galeria NJ, em Santa Monica, Califórnia, até o dia 04 de abril.
Confira mais imagens e transcrições da série "Her | Self" abaixo.
"É difícil eu me identificar com a minha imagem nas fotos. Eu atribuo isso a um hábito, de longa data, de observar mais do que participar. Esta foto foi tirada em 2007. Na época eu estava feliz, muito feliz, não me sentia assim desde o nascimento dos meus filhos: eu tinha conseguido, depois de oito anos de luta, que o nosso roteiro Brokeback Mountain fosse transformado em filme. Oliver e Amanda eram meus únicos companheiros e eles trouxeram vida para a minha casa, os meus primeiros cães em quase uma década, e foram um grande conforto para mim quando, no ano seguinte, Heath tragicamente faleceu e depois meu amado irmão mais velho, meu melhor amigo, que terminou a sua longa batalha contra o câncer. Desde esta foto, cinco outros cães órfãos se uniram à Ollie e Mandy; meu filho adotivo e a sobrinha Ashley; e Larry McMurtry e Faye. Minha casa hoje é muito, muito "viva". E eu percebo, olhando para esta foto, que tudo isso começou em 2007. E eu não ia querer que as coisas fossem nem um pouco diferentes..." |
"Eu gosto muito da minha foto. Acho que isso mostra alguém com vitalidade e boa vontade. Uma das vantagens de envelhecer é deixar de vaidade sobre o nosso corpo físico. O externo e superficial tornam-se menos atraentes quando a vida chega ao fim. Minha autoimagem foi criada em 74 anos. Fui uma criança muito amada e tive a sorte de ser bem sucedida na escola e entre os amigos. Onde eu foquei minha autoconfiança e energia mudou, é claro, ao longo dos anos. Ter me tornado mãe me deu um maior conhecimento sobre mim mesma e os outros. Me ensinou a amar mais os outros do que a mim mesma. Ter me tornado uma professora, uma ativista política e uma rabina deram expressão aos valores que eu defendo. Ter confiança para 'seguir em frente e fazer’ vem de um conhecimento básico de mim mesma. Eu gostaria de pensar que as experiências da minha vida me ajudaram a me tornar uma pessoa mais generosa, mais amável". |
"Eu vejo uma garota que está sempre se esforçando para ser melhor. Que sempre se esforça para ser aceita. Quando eu olho esta foto imediatamente eu critico a minha aparência, minhas coxas, meu rosto. Eu sempre tenho a mentalidade de que "isto ou aquilo poderia estar melhor”. Eu sou muito dura comigo mesma em todos os aspectos da vida. Olhando para esta foto eu percebo que vejo muitas falhas. Eu também vejo uma garota que tem conseguido muitas coisas na vida, mas nunca estará satisfeita. Sabendo disso, eu aprendi a lidar com os meus sentimentos de autoimagem". |
"Eu conheço essa mulher, mas eu quase nunca tenho tempo só de ficar olhando para ela, e muito menos apenas apreciá-la. Quando eu vi esta imagem, inicialmente eu me senti bem, como se eu estivesse vendo um velho amigo, mas quando me dei conta de que estava vendo a mim mesma, imediatamente eu me senti decepcionada com o meu cabelo, com as manchas na pele e o peso. Talvez eu raramente olhe para mim mesma, porque eu não gosto de me ver. Isso me deixa triste, que eu seja tão crítica de mim mesma, porque eu realmente não sou tão ruim assim. Eu sou especial. Há algo especial em mim e eu posso ver em meus próprios olhos. Eu posso ver a minha confiança, o meu calor, que vem da luta e do espírito amoroso dentro de mim. Eu quero a energia para brilhar primeiro (talvez eu tenha isso?). Gostaria de saber o que os outros veem quando olham para mim - o que eles veem em primeiro lugar? Mas essa não é a pergunta certa, não é? A pergunta é "o que eu posso fazer para ver o lado bom em mim mesma em primeiro lugar?" |
"Completamente apaixonada. Eufórica. Em paz. Ursula é incrivelmente linda. Eu queria que o meu filho e o meu marido estivessem na foto também. Isto também descreve como eu me sinto com eles. Isso não soa muito encorajador, mas eu nunca realmente me senti bonita, nem nunca fui muito gentil comigo mesma até conhecer o meu marido e me tornar mãe. O amor incondicional que eles me dão – é a primeira vez que eu sinto amor incondicional - me ensina a aprender a me amar incondicionalmente também. Embora, claro, eu ainda tenha desafios. Alguns dias eu me sinto em forma e bonita. Outros dias eu acho que eu estou gorda e pouco atraente. E então eu me lembro de Ursula, e como eu quero que ela ame a si mesma como mulher, no entanto, ela sempre será, e aí eu tento me amar de novo". |
"Faltam 500 metros e estamos próximos garotas, vamos arrebentar." A emoção que eu sinto quando me gritam estes comandos é indescritível. São momentos como estes que nos definem como pessoa. Se você der espaço a esse lugar escuro, ou esquecer da dor e continuar, a escolha é sua. Quando eu comecei a remar, eu chamava isso de esporte. No entanto, é muito mais e transformou-se na minha vida. Eu me vejo constantemente falando sobre isso, pensando e desejando isso. Alguns podem ver esta imagem de uma menina loira sorrindo, mas eu vejo uma garota que não vai parar até alcançar os seus objetivos. Serei eternamente grata pelas lições que o remo me ensinou e também a pessoa que eu sou hoje". Brasil Post |
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