quinta-feira, 4 de julho de 2019

Bombeiros de Londres acusam Peppa Pig de machismo

Corporação pede que desenho animado não use termo considerado sexista e que afastaria as meninas de uma carreira na área
O Globo
21/03/2019
RIO — Nem mesmo a Peppa Pig está escapando das guerras culturais e debates sobre o politicamente correto. Em 2013, a personagem foi chamada de "feminista" e acusada de estar mais alinhada ao "Partido Trabalhista (inglês), e não às crianças em idade pré-escolar" por um colunista do jornal britânico "Daily Telegraph". Agora, o Corpo de Bombeiros de Londres acusa o desenho animado, que faz sucesso com crianças no mundo inteiro, de usar terminologia sexista.

Em um dos episódios, o narrador do desenho diz que uma das personagens femininas está vestida como um " fireman ", termo em inglês usado para se referir aos bombeiros homens, ao invés da opção "Firefighter " (com o sufixo que, neste caso, serve para ambos gêneros). A corporação então usou sua conta no Twitter para dar uma bronca bem-humorada nos produtores do desenho: "Vamos lá @peppapig, não somos bombeiros homens há 30 anos".

Em outro tuíte, o Corpo de Bombeiros londrino disse que Peppa Pig tem "grande influência nas crianças, e o uso de estereótipos de gêneros criam barreiras para que as meninas se interessem por uma carreira na corporação". Ao final, um convite para a famosa personagem: "Entre para a nossa campanha de combate ao sexismo!"
A campanha #Firefightsexism foi lançada pelo Corpo de Bombeiros de Londres em 2017. A ideia é fazer com que as pessoas substituam a palavra "fireman" por "firefighter".
No comando da campanha está Dany Cotton, primeira mulher a dirigir a corporação em seus 154 anos de história. Ela já afirmou que o uso de linguagem inadequada pode afastar as mulheres da carreira que exige muito do físico. Para Cotton, "Londres é uma cidade complexa e protegê-la exige habilidades diversas".
Segundo o jornal britânico “The Telegraph”, somente 354 dos mais de cinco mil bombeiros da capital londrina são mulheres, o que representa apenas 7%.
“É preciso desafiar a linguagem desatualizada que nossa pesquisa indica que impede as meninas e as mulheres de considerarem o combate a incêndios como uma carreira profissional e recompensadora”, disse um porta-voz do Corpo de Bombeiros de Londres ao "Telegraph".

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