quinta-feira, 4 de julho de 2019

Disney deleta cena de 'Toy story 2' que fazia alusão a teste do sofá em Hollywood


Cena deletada de nova versão de 'Toy story 2' fazia alusão a teste do sofá em Hollywood Foto: Reprodução
Cena deletada de nova versão de 'Toy story 2' fazia alusão a teste do sofá em Hollywood Foto: Reprodução

Diretor do filme, John Lasseter deixou no ano passado cargo de executivo no estúdio de animação após acusações de assédio

03/07/2019

RIO - A Disney removeu uma breve cena de "Toy story 2" , animação infantil de 1999, que fazia alusão ao "teste do sofá" em Hollywood. O trecho não aparece mais nas versões disponíveis do desenho em Blu-ray e download, segundo o site"Rereleasenews.com" . A ausência foi percebida primeiramente por fãs do filme em fóruns on-line como o Reddit.

A cena em questão aparece nos créditos finais de "Toy story 2", quando os personagens da animação aparecem em "erros de gravação". Na sequência, há várias piadas com referências ao universo hollywoodiano. Em uma delas, Pete Fedido, boneco que é o vilão do filme, aparece assediando duas Barbies.
"Então vocês duas são completamente idênticas? Sabe, eu tenho certeza de que conseguiria um papel para vocês em 'Toy story 3'", diz Pete, enquanto segura a mão de uma das bonecas. Quando descobre que está sendo filmado, ele interrompe a conversa e promete ajudá-las dando conselhos na carreira artística.

Diretor de 'Toy story 2' deixou Disney após #MeToo

A decisão de retirar a cena, que é tratada como uma piada no filme, acontece em meio à grande repercussão do movimento #MeToo nos últimos anos. Desde que surgiu, o movimento expôs acusações graves de estupro e assédio, como os casos do megaprodutor Harvey Weinstein e do ator Kevin Spacey .
Um dos afetados pelo movimento foi o próprio diretor de "Toy story 2",John Lasseter . Cofundador da Pixar, Lasseter deixou o cargo de chefe de animação da Walt Disney Company no ano passado após acusações de assédio no ambiente de trabalho. Em reportagem da revista "Variety" sobre o caso, funcionárias da empresa disseram que Lasseter tinha reputação de tocar pessoas inapropriadamente, incluindo passar as mãos nas suas pernas e beijá-las no estilo "selinho". O executivo também foi repreendido por ser flagrado em "amassos" com uma subordinada numa festa do Oscar em 2010.
"Eu gostaria de especialmente me desculpar a qualquer um que tenha recebido um abraço indesejado ou qualquer outro gesto que possa ter passado dos limites de qualquer forma. Não importa quão boa fosse a intenção, todo mundo tem o direito de traçar suas próprias fronteiras e tê-las respeitadas", escreveu Lasseter em um comunicado interno de novembro de 2017 obtido pelo jornal britânico " The Guardian ".

Nenhum comentário:

Postar um comentário