sábado, 7 de dezembro de 2013

ONU está alarmada com piora da situação humanitária na República Centro-Africana

Mulheres e crianças chegam a Bossangoa,
na República Centro-Africana, após abandonar
suas casas. Foto: ACNUR/Boris Heger

Diversas agências das Nações Unidas manifestaram nesta sexta-feira (6) alarme com a deterioração da situação humanitária na República Centro-Africana (RCA), onde violentos conflitos nos últimos dias levaram à morte de pelo menos 140 civis, segundo a imprensa, e forçaram muitos outros a fugir de suas casas.

“Ainda é muito cedo para dar uma avaliação abrangente do impacto humanitário, mas as agências da ONU presentes no país relataram que homens, mulheres e crianças fugiram da violência”, disse a subsecretária-geral para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, em comunicado. “Estou gravemente preocupada que esta rápida deterioração da situação possa levar a um maior deslocamento.”
“É o primeiro grande conflito na capital desde março”, disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, em Genebra.
O ACNUR disse estar alarmado com a deterioração das condições de segurança na RCA e com a segurança de civis apanhados no conflito entre rebeldes que pertenciam ao grupo Séléka e forças de autodefesa na capital, Bangui, e na cidade de Bossangoa, no noroeste.
“Nosso pessoal em Bangui disse que a situação estava muito tensa esta manhã”, contou Edwards, observando que a troca de tiros continua sendo ouvida em algumas áreas, impedindo que moradores abandonem suas casas. “Estamos ouvindo relatos preocupantes de ataques sectários e revanchistas entre vizinhos em Bangui. Um trabalhador local do ACNUR foi atacado em sua casa na noite passada e os assaltantes levaram e mataram seu sobrinho de 24 anos.”
Edwards acrescentou que um número crescente de pessoas estão fugindo e procurando abrigo na vizinha República Democrática do Congo. Na quinta-feira, cerca de 700 pessoas atravessaram a fronteira e mais estavam chegando hoje.
Bombardeios pesados em Bossangoa causaram pânico entre os moradores nesta quinta. Apesar de terem parado, a equipe do ACNUR na cidade disse que a situação permanece tensa. Um número desconhecido de pessoas foram deslocadas.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) acolheu a autorização dada na quinta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU para o envio de uma força de paz ao país, assim como o pedido de estabelecimento de uma comissão internacional de inquérito para investigar os relatos de abusos dos direitos humanos por todas as partes desde janeiro de 2013.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) advertiu hoje que crianças estão, cada vez mais, sendo vítimas da violência e do recrutamento forçado, entre outras atrocidades. “Uma ação urgente é necessária agora para proteger as crianças de danos, libertá-las dos grupos armados e fornecer acesso seguro à assistência humanitária.”

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