Desde que um estudo revelou que metade dos prisioneiros comete outro crime até um ano depois de ganhar a liberdade, o governo britânico vem procurando medidas para reduzir a reincidência. O novo alvo são as mulheres. As presas vão ser incentivadas e ajudadas a manter contato com seus familiares fora dos presídios, para ajudar na sua reabilitação e evitar danos à família.
O Ministério da Justiça do Reino Unido anunciou, nesta semana, o plano para os presídios femininos. A ideia, já em vigor em algumas instalações, é treinar funcionários para auxiliar as presas a manter os vínculos fora das grades. O governo não detalhou, no entanto, como isso deve ser feito.
“Cada presídio feminino vai ter trabalhadores especialmente treinados para ajudar as mulheres a manter e melhorar o relacionamento com suas famílias”, disse o ministro da Justiça, Simon Hughes (foto), em comunicado enviado à imprensa. Para ele, o contato familiar é fundamental para reduzir a reincidência no crime e manter o equilíbrio emocional dessas mulheres.
A Inglaterra tem hoje 13 presídios femininos. Desses, apenas dois ficarão de fora dos planos do governo porque são estabelecimentos privatizados. O apoio nas 11 prisões públicas vai ser feito a partir de uma parceria com um grupo de ONGs que lidam diretamente com presos.
Escola do crime
A reincidência tem sido o foco do governo britânico para reduzir a criminalidade desde 2010, quando um estudo mostrou que metade dos presos na Inglaterra comete outro crime em até um ano após deixar a cadeia. Esse número sobe para quase 60% se forem considerados só os crimes de baixo poder ofensivo, como furtos. O mesmo levantamento mostrou que o álcool e a droga é um problema grave nas celas. Na época, mais de 70% dos prisioneiros que responderam à pesquisa afirmaram ter usado drogas um ano antes de serem presos.
De posse dos dados, o Reino Unido começou a estudar medidas para atacar a reincidência e, assim, combater o crime. No ano passado, o governo aumentou o investimento em Justiça Restaurativa e anunciou um programa de monitoramento de ex-detentos, que deve começar a valer em 2015. Pelo projeto, todo mundo que ficar preso, seja por um dia ou por 10 anos, terá de se submeter a um programa de reabilitação assim que deixar a cadeia.
Aline Pinheiro é correspondente da revista Consultor Jurídico na Europa.
Revista Consultor Jurídico
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