31/12/2014
Os vencedores e organizadores do Hackathon de Gênero e Cidadania destacam os novos instrumentos tecnológicos de combate à violência contra as mulheres. O Hackathon é uma espécie de maratona de criatividade tecnológica, e esta edição especial foi promovida pelo Laboratório Hacker e a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados entre os dias 24 e 28 de novembro.
Ao todo, 165 pessoas se inscreveram e apresentaram 70 projetos de aplicativos, dos quais 19 foram selecionados para a fase final, segundo os critérios de interesse público, criatividade e qualidade técnica.
Vencedor na categoria "Violência contra a Mulher", o aplicativo "Minha Voz" mapeia os serviços públicos disponíveis para as vítimas e ainda tem espaço para depoimentos e denúncias.
Professora de programação de computadores, Salete Almeida conta que elaborou o aplicativo em conjunto com uma psicóloga (Daniela Rozados) e outros profissionais que conhecem bem o cotidiano de violência feminina. "Já passamos por alguns problemas e sabemos da importância de se ter um aplicativo ou um site voltado para essa temática, não só em relação às mulheres, mas também outros gêneros. O Hackathon trouxe a possibilidade de a gente transformar o projeto em realidade e ajudar pessoas. Outra coisa boa foi o espírito colaborativo: nós estávamos lá juntos com outras pessoas e projetos – cada um, na sua temática, querendo ajudar o próximo – e podemos compartilhar conhecimentos", afirma.
Já o programa "Dona Maria" foi o vencedor na categoria "Políticas de Gênero Relacionadas à Participação, Representatividade e Transparência". O aplicativo tem o slogan "lugar de mulher é na política" e visa conscientizar a população sobre as desigualdades de gênero no processo eleitoral. Edmundo Matheus Santana, Isadora Forte Barros e Yves Henri Souto Maior Sales Bouckaert compõem a equipe que desenvolveu o aplicativo.
Igualdade
A deputada Erika Kokay (PT-DF) elogiou os 11 projetos de aplicativos apresentados nessa categoria específica do Hackathon. "O primeiro aspecto é colocar a tecnologia a serviço de uma sociedade mais igualitária, onde não haja dor em ser mulher. O segundo é que dá visibilidade a uma desigualdade de direitos que é permanente em nosso País. Nem todas as violências deixam marca na pele, mas algumas deixam apenas a marca na alma e são profundamente doídas. E o terceiro é o envolvimento da própria sociedade na busca de condições e instrumentos para que possamos ter uma sociedade em que as mulheres tenham os mesmos direitos dos homens", diz.
O coordenador do Laboratório Hacker da Câmara, Cristiano Ferri, ressalta que o Hackathon não é uma competição, mas uma "ação educativa para estimular o trabalho colaborativo" em uma rede formada por parlamentares, servidores da Câmara e desenvolvedores de projetos.
Ferri destaca especialmente a elevada participação feminina nesta edição do Hackathon de Gênero: mulheres elaboraram metade dos aplicativos selecionados. "Superou a expectativa em muito, principalmente em relação à participação da mulher, que esteve presente de forma contundente. Isso gerou outra dinâmica. Os 19 aplicativos estão em fases diferenciadas de desenvolvimento e o nosso trabalho, neste momento pós hackathon, é estimular que essas pessoas, participantes e outras entidades possam contribuir para que esses projetos sejam continuados e melhorados."
A premiação das equipes vencedoras do Hackathon de Gênero está prevista para março, durante as comemorações do Dia Internacional da Mulher. Os autores dos aplicativos "Minha Voz" e "Dona Maria" vão ganhar uma viagem a Washington, nos Estados Unidos, para conhecer as ações de gênero e cidadania desenvolvidas pelo Banco Mundial.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcos Rossi
'Agência Câmara Notícias'
Os vencedores e organizadores do Hackathon de Gênero e Cidadania destacam os novos instrumentos tecnológicos de combate à violência contra as mulheres. O Hackathon é uma espécie de maratona de criatividade tecnológica, e esta edição especial foi promovida pelo Laboratório Hacker e a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados entre os dias 24 e 28 de novembro.
Ao todo, 165 pessoas se inscreveram e apresentaram 70 projetos de aplicativos, dos quais 19 foram selecionados para a fase final, segundo os critérios de interesse público, criatividade e qualidade técnica.
Vencedor na categoria "Violência contra a Mulher", o aplicativo "Minha Voz" mapeia os serviços públicos disponíveis para as vítimas e ainda tem espaço para depoimentos e denúncias.
Professora de programação de computadores, Salete Almeida conta que elaborou o aplicativo em conjunto com uma psicóloga (Daniela Rozados) e outros profissionais que conhecem bem o cotidiano de violência feminina. "Já passamos por alguns problemas e sabemos da importância de se ter um aplicativo ou um site voltado para essa temática, não só em relação às mulheres, mas também outros gêneros. O Hackathon trouxe a possibilidade de a gente transformar o projeto em realidade e ajudar pessoas. Outra coisa boa foi o espírito colaborativo: nós estávamos lá juntos com outras pessoas e projetos – cada um, na sua temática, querendo ajudar o próximo – e podemos compartilhar conhecimentos", afirma.
Já o programa "Dona Maria" foi o vencedor na categoria "Políticas de Gênero Relacionadas à Participação, Representatividade e Transparência". O aplicativo tem o slogan "lugar de mulher é na política" e visa conscientizar a população sobre as desigualdades de gênero no processo eleitoral. Edmundo Matheus Santana, Isadora Forte Barros e Yves Henri Souto Maior Sales Bouckaert compõem a equipe que desenvolveu o aplicativo.
Igualdade
A deputada Erika Kokay (PT-DF) elogiou os 11 projetos de aplicativos apresentados nessa categoria específica do Hackathon. "O primeiro aspecto é colocar a tecnologia a serviço de uma sociedade mais igualitária, onde não haja dor em ser mulher. O segundo é que dá visibilidade a uma desigualdade de direitos que é permanente em nosso País. Nem todas as violências deixam marca na pele, mas algumas deixam apenas a marca na alma e são profundamente doídas. E o terceiro é o envolvimento da própria sociedade na busca de condições e instrumentos para que possamos ter uma sociedade em que as mulheres tenham os mesmos direitos dos homens", diz.
O coordenador do Laboratório Hacker da Câmara, Cristiano Ferri, ressalta que o Hackathon não é uma competição, mas uma "ação educativa para estimular o trabalho colaborativo" em uma rede formada por parlamentares, servidores da Câmara e desenvolvedores de projetos.
Ferri destaca especialmente a elevada participação feminina nesta edição do Hackathon de Gênero: mulheres elaboraram metade dos aplicativos selecionados. "Superou a expectativa em muito, principalmente em relação à participação da mulher, que esteve presente de forma contundente. Isso gerou outra dinâmica. Os 19 aplicativos estão em fases diferenciadas de desenvolvimento e o nosso trabalho, neste momento pós hackathon, é estimular que essas pessoas, participantes e outras entidades possam contribuir para que esses projetos sejam continuados e melhorados."
A premiação das equipes vencedoras do Hackathon de Gênero está prevista para março, durante as comemorações do Dia Internacional da Mulher. Os autores dos aplicativos "Minha Voz" e "Dona Maria" vão ganhar uma viagem a Washington, nos Estados Unidos, para conhecer as ações de gênero e cidadania desenvolvidas pelo Banco Mundial.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcos Rossi
'Agência Câmara Notícias'
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