Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sábado, 17 de outubro de 2015

Italiana decapitada por bruxaria será julgada 300 anos depois

Historiadores acreditam que Maria Bertoletti Toldini recebeu falsas acusações da família por disputa de herança. Tribunal de Brentônico irá analisar o caso

16 out, 2015

Italiana decapitada por bruxaria será julgada 300 anos depois
Italiana decapitada por bruxaria será julgada 300 anos depois
Inquisição teria matado cerca de 50 a 60 mil pessoas acusadas de bruxaria (Foto: Flickr)

O tribunal da cidade de Brentônico, na Itália, decidiu julgar um caso de uma mulher condenada à morte há 300 anos, sob a acusação de bruxaria. A iniciativa de reviver a história foi do ministro de cultura local, Quinto Canali. Para ele a análise tardia do caso de Maria Bertoletti Toldini é uma tentativa de retomar um período sombrio da história e retirar “seu romantismo folclórico”.

Maria foi presa em 1715, acusada de assassinar crianças, tornar a terra estéril e danificar um vinhedo local, além de blasfêmia e heresia. Foi decapitada aos 60 anos de idade. No entanto, um historiador afirma que a própria família dela pode ter feito falsas acusações devido a uma disputa por herança. O julgamento será feito com juízes familiarizados com as leis da época.

Para Canali, a questão tem uma grande importância histórica e há a necessidade de descobrir se o julgamento foi correto ou não. “Houve um assassinato que não se justificava, que não deveria ter acontecido. Mataram uma pessoa com motivações que não existiam. Ela era inocente”, afirmou o ministro, que teve a ideia de um novo julgamento após ver uma encenação cômica da morte de Maria na cidade.

O prefeito da cidade, Christian Perenzoni, é favorável ao julgamento e afirma que o custo da sessão será ínfimo. Apesar das críticas por parte da população, o prefeito defende a importância de reavaliar o caso como uma maneira de corrigir injustiças históricas cometidas contra mulheres.

Na época de sua morte, Maria era viúva e havia se casado novamente. Ela chegou a ser defendida por um advogado que argumentou que os crimes dos quais havia sido acusada tinham causas naturais. No entanto o tribunal considerou-a culpada e Maria acabou decapitada e seu corpo foi queimado.

Cerca de 50 a 60 mil pessoas morreram na Europa acusadas de bruxaria entre os séculos XV e XVIII, a maioria delas mulheres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário