O ano de 2017 foi marcado por mulheres que, com suas batalhas e conquistas, amplificaram o grito de uma legião de outras pelo mundo
NINA FINCO
28/12/2017
Em 2017, mesmo ano em que o homem mais poderoso do mundo, Donald Trump, já acusado de assédio sexual, toma posse na Casa Branca e monta o gabinete menos diversificado em décadas, com apenas duas mulheres em cargos de destaque, o dicionário da editora americana Merriam-Webster’s elege “feminismo” como a palavra do ano. Em vez da intimidação esperada por alguns, Trump gerou estímulo, mobilização, luta. Da música à literatura, passando pela indústria do cinema americano e pelos morros do Rio de Janeiro, as mulheres ocuparam espaços em batalhas contra o machismo persistente e velhaco. Apontaram o dedo para abusadores, conquistaram prêmios e amplificaram suas vozes para levar uma mensagem de autoaceitação, perseverança e de um inegável aumento de poder a um público cada vez maior.
Há décadas elas lutam por seu espaço. Queriam ser vistas, queriam ser ouvidas. Mais que isso, precisavam ter suas queixas validadas. Após 100 anos de luta, o feminismo entrou nos anos 2010 principiando sua quarta onda, surfada na profusão e amplitude das redes sociais. O assédio e a desigualdade vividos por toda sorte de mulheres todos os dias em todo o mundo tomou conta de postagens de Facebook, hashtags no Twitter e campanhas no Instagram. Extrapolou as telas negras dos dispositivos tecnológicos e invadiu as mesas dos bares, os almoços de domingo, as salas de aula, as ruas. Chamou a atenção da indústria do entretenimento, que se curvou ao debate. Neste ensaio, ÉPOCA lembra algumas das tantas mulheres que personificaram as conquistas e as contendas por um convívio mais igualitário entre gêneros, de todas as etnias, profissões e estratos sociais. Cada uma em sua plataforma, elas asseguraram que a palavra feminismo continuará importante, tanto no dicionário como fora dele. Elas foram vistas e ouvidas – e não poderão mais ser esquecidas.
IZA
(Foto: Rodolfo Magalhães)
ELZA SOARES
No Dia da Consciência Negra, a cantora de 80 anos lançou um videoclipe novo para a canção “A carne”, de 2002. Elza também estreou o documentário Duas mulheres. Duas vidas. Uma luta, que mescla sua trajetória com a da judoca campeã olímpica Rafaela Silva
(Foto: Léo Martins/ Agência O Globo)
CLARA AVERBUCK
A escritora e ativista feminista denunciou um estupro praticado por um motorista do serviço Uber, em São Paulo. Preferiu criar a campanha #MeuMotoristaAbusador nas redes sociais a fazer uma denúncia formal na delegacia, suscitando o debate sobre assédio sexual
(Foto: Mateus Bruxel)
ALYSSA MILANO
A atriz americana convidou mulheres no Twitter a compartilhar relatos de assédio e estupro pela hashtag #MeToo. O resultado abalou as estruturas de Hollywood, desencadeando uma onda de acusações ao produtor americano Harvey Weinstein. Sobrou até para o ator Kevin Spacey, demitido da série House of cards
(Foto: Michael Tran/FilmMagic)
TAÍS ARAÚJO
No últimos anos, Taís ultrapassou seu papel como atriz e articulou um discurso engajado. Foi nomeada pela ONU como Defensora dos Direitos das Mulheres Negras. Também foi uma das vencedoras do prêmio Most Influential People of African Descent, em Nova York, ao lado do marido, Lázaro Ramos
(Foto: Daniel Mattar / Edições Globo Condé Nast)
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