Seja por ter protagonistas fortes, por abordar questões importantes para nós ou por terem sido escritos ou dirigidos por mulheres, essas foram as produções que mais marcaram o ano da equipe AzMina
por Helena Bertho
26 de dezembro de 2019
Não só de desgraças e desesperança foi feito 2019. A cultura continuou prosperando e produzindo grandes obras. No caso do audiovisual não foi diferente. E se você está procurando o que assistir nas folgas de fim de ano, a gente preparou uma lista com os filmes e séries mais positivos para nós mulheres desse ano. Seja por ter protagonistas fortes, por abordar questões importantes para nós ou por terem sido escritos ou dirigidos por mulheres, essas foram as produções que mais marcaram o ano da equipe AzMina.
1. Fleabag
A série escrita, dirigida e protagonizada por Phoebe Waller-Bridge foi lançada em 2016. Mas 2019 com certeza foi o ano da série e da artista. A segunda temporada da produção levou quatro Emmys, incluindo o de melhor série cômica. Com humor ácido e um tanto excêntrico, Fleabag fala de sexo, amor, relações familiares e, principalmente, os sentimentos mais confusos e complexos de lidar. Leia a crítica da série aqui.
2. Pose
Daria para fazer uma lista de motivos porque Pose merece estar aqui. Mas vamos resumir: a série retrata a cena LGBT afro-americana de Nova York no final dos anos 80, falando sobre exclusão social, racismo, transfobia, homofobia, HIV e muitas outras questões. Mas não fica só nas desgraças, falando também de festas, acolhimentos, famílias e amor. E nem vamos falar dos figurinos… Vale saber que é o maior elenco trans da história da TV e a maioria dos atores e atrizes são negros também. Uma produção que de fato mostra que representatividade importa, sim!
3. Sex Education
Apesar de ser uma série adolescente, a produção da Netflix tem muito a ensinar para adultos. Ela conta como Otis, adolescente filho de uma terapeuta sexual, se junta à colega Maeve, para oferecer o serviço de terapia sexual para seus colegas de escola. Com esse ponto de partida, a produção consegue abordar de forma simples e direta questões da sexualidade, sem se prender a tabus. E nós decidimos destacá-la aqui porque, além de falar de relacionamento, de homofobia e sexualidade lésbica, a série aborda com profundidade questões ligadas à construção da masculinidade e da relação dos homens com sexo, e como isso afeta a vida das mulheres que se relacionam com eles.
4. Bixa Travesty
A cantora transexual Linn da Quebrada é protagonista e co-autora do documentário que fala de sua trajetória, na vida pública e privada. Mesclando entrevistas, monólogos e shows da Linn com outras artistas como Jup do Bairro e Liniker, o filme traz não só suas histórias de vida, mas também os questionamentos que fazem ao romper com os padrões de gênero, não se colocando nem como homem, nem como mulher.
5. A Vida invisível
Baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Marta Batalha, o filme acompanha a trajetória das irmãs Eurídice e Guta nos anos 50. Uma das proezas da produção é mostrar na tela as diferentes formas como o machismo determina os rumos das vidas das mulheres, com violências sutis e escancaradas vindas de todos os lados da sociedade. O pior é que muitas das coisas vividas por essas mulheres há 70 décadas ainda são comuns na nossa realidade.
6. The Goodfight
A série um spin-off da aclamada The Good Wife e acompanha a jornada da advogada Diane Lockhart no mundo legal dos Estados Unidos. A terceira temporada da série estreou esse ano e segue na toada das anteriores: através dos casos de clientes e dramas dos advogados, traz para a tela discussões muito atuais sobre privacidade, gênero, raça, assédio e política. Um detalhe legal dessa última temporada são os curtas animados que entram no meio dos episódios para explicar assuntos complexos, como um eventual impeachment de Trump, nazimo e outros.
7. The Handmaid’s Tale
Depois das críticas pelo exagero das cenas de violência contra a mulher da temporada anterior, a série The Handmaid’s Tale trouxe sua terceira temporada em um tom bem baixo. Apesar de um pouco arrastada, a série se manteve relevante ao tratar de questões essenciais para as mulheres, como abuso, maternidade e sororidade. Inclusive, um dos pontos altos da temporada está em mostrar o poder da união entre mulheres.
8. alice junior
Conta a história de Alice (Anne Celestino), uma adolescente que vive questões típicas de adolescentes: faz vídeos para o Youtube, sonha dar seu primeiro beijo e encara o bullying de colegas. Mas ao se mudar para uma cidade conservadora com seu pai, tudo isso ganha uma nova camada com o preconceito que ela enfrenta por ser trans. O filme aborda a questão da transexualidade de forma sensível, didática e sem exageros, trazendo a tona um questionamento mais do que relevante: porque a identidade de gênero de uma jovem é uma questão ainda hoje?
9. história de um casamento
Estreia de dezembro da Netflix, o filme retrata a história de um relacionamento entre um homem e uma mulher a partir de sua separação. Nos desafios e embates do divórcio, a obra vai mostrando a trajetória de uma mulher, Nicole (Scarlett Johanson), que passou uma década abrindo mão de si para se adequar ao casamento, e como tudo muda quando ela decide viver seus desejos. Leia a crítica.
10. olhos que Condenam
A minissérie da Netflix reconta a história real da prisão de cinco meninos negros em Nova York, acusados injustamente pelo estupro de uma mulher no Central Park em 1989. É uma história que escancara o racismo da sociedade e a forma como ele é institucionalizado nas formas de funcionar da polícia e da justiça. Apesar de não ser uma série sobre gênero, traz uma questão urgente e, infelizmente, atual. Além disso, a produção foi criada e dirigida por Ava DuVernay.
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