17/12/2019
A ministra Damares Alves anunciou, nessa segunda-feira (16), a unificação dos dois principais canais de denúncia do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência). Além disso, a partir do próximo 23 de dezembro, 400 novos funcionários começarão a trabalhar no atendimento à população por meio desses canais.
A junção dos serviços vai possibilitar uma melhora na qualidade e na agilidade do atendimento. Outra novidade é que o novo contrato possibilitará uma economia de 29 milhões de reais aos cofres públicos.
Nessa segunda-feira (16), os novos funcionários receberam uma capacitação em Valparaíso de Goiás/GO e Damares falou sobre a importância da função dos receptores das denúncias. “Vidas serão salvas, crianças serão libertas da pedofilia, idosos serão libertos do sofrimento por causa de vocês. Eu tenho muito orgulho de fazer parte deste Ministério que salva vidas. Como eu gostaria que na minha infância houvesse um Disque 100!”, relatou a Ministra.
Agilidade
O ouvidor nacional, Fernando Pereira, explicou que “com essa nova central de atendimento vamos conseguir ter um único banco de dados e, com isso, conseguiremos não apenas ter um fluxo de encaminhamento de excelência, mas gerar informações e dados confiáveis para a constituição das políticas públicas do governo, para as pesquisas científicas e para utilização de toda a rede de integração de direitos humanos no Brasil”.
Desde o início do ano, o tempo de espera para atendimento por meio do Disque 100 e do Ligue 180 caiu de 50 minutos para 20 segundos. Damares cobrou comprometimento dos novos funcionários. “Quero que vocês façam um compromisso comigo, vamos trabalhar muito! Chega de dor e violência contra as crianças, chega de sofrimento no Brasil!”, ela disse.
Proteção para todos
Durante o evento, a Ministra afirmou que é preciso enfrentar todo tipo de violência. “Aqui tem racismo sim, tem preconceito e tem violência contra a comunidade LGBTI, e nós vamos enfrentar essa violência juntos”, afirmou.
“A comunidade LGBTI em qualquer lugar vai ser protegida pelo Ligue 180 e pelo Disque 100. Nós vamos cuidar dessa comunidade que sofre tanto preconceito no Brasil. Tem homofobia no Brasil sim, e a gente tem que encarar isso com coragem e enfrentar a violência contra a comunidade LGBTI. Este é o nosso ministério”, continuou.
Comunidades tradicionais
Damares também falou sobre as comunidades tradicionais do Brasil. “Há muita violência contra mulheres dos povos tradicionais. Os ribeirinhos, as ciganas, as mulheres marisqueiras, as pescadoras. Nós temos no Brasil 29 povos tradicionais. Entre eles estão os índios, que são 305 povos diferentes”, disse. “Mas a nossa secretária nacional da Igualdade Racial, Sandra Terena, vai conversar com vocês. Todas essas mulheres vão receber, lá na sua comunidade, o número dos canais de denúncia. Algumas nem sabem que existe o Ligue 180!”, lamentou.
Acessibilidade
Outra novidade do Disque 100 e do Ligue 180 será o atendimento acessível às pessoas com deficiência. “A secretária Priscilla Gaspar (Pessoa com Deficiência) é a primeira surda no Brasil a ocupar um cargo de alto escalão no Governo Federal. Mas ela não é secretária porque é surda e, sim, por análise de currículo. Quando trazemos uma mulher como essa para o Ministério estamos enviando um recado para todas as pessoas com deficiência: vocês podem chegar onde quiserem! Este é o Brasil da inclusão”, afirmou Damares Alves.
“Priscilla está trabalhando muito e o Disque 100 e o Ligue 180 terão, também, atendimento por vídeo chamada. Vamos atender pessoas por Libras! E é ordem desta Ministra que em dois anos todos os funcionários desses canais saibam se comunicar por Libras! O curso para quem fará o atendimento será de graça”, assegurou.
Em seu discurso, a secretária da Pessoa com Deficiência falou sobre a necessidade de empatia por parte da população. “As pessoas com deficiência muitas vezes não são capazes de fazer a denúncia, mas temos que nos colocar no lugar da vítima de violência para termos coragem de denunciar”, ela disse.
“A pouco tempo recebemos a denúncia de uma mãe que agredia três filhos autistas. A população precisa ter coragem de denunciar quando toma conhecimento de violência contra as pessoas com deficiência. Estejamos juntos, vamos lutar por um Brasil melhor, por uma visão diferente da pessoa com deficiência”, pediu Gaspar.
Violência contra a mulher
A Ministra comentou, ainda, sobre os índices de violência contra a mulher. “Temos a 3ª melhor lei do mundo para proteção das mulheres, que é a Lei Maria da Penha, e somos o 5º país que mais mata mulheres. Essa equação não fecha, como é que pode?”, questionou. “A cada sete minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Chega de violência contra a mulher!”, continuou.
“O Disque 100 e o Ligue 180 são instrumentos poderosos que temos. O 180 não atende só mulheres no Brasil, mas também mulheres brasileiras em risco de vida fora do país. Nenhuma mulher ficará para trás! E não venha me dizer que é cultura bater em mulher no Brasil, porque não é! Amor que dói não é amor, cultura que dói não é cultura, e a gente vai ter que ter coragem para se levantar e dizer isso. Chega de violência contra mulher e chega de todos os tipos de violência”, concluiu.
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