O advogado egípcio Nabih al-Wahsh causou indignação, principalmente feminina, ao afirmar, em um programa de auditório, que mulheres que usam jeans rasgado devem ser sistematicamente assediadas e estupradas em todo o território nacional. O programa foi ao ar no último dia 19 e faz parte da grade da rede de televisão Al-Assema TV.
Na ocasião, convidados foram chamados para debater um novo projeto de lei que versa sobre o combate à prostituição e ao que os egípcios chamam de “incitação da devassidão”, ou seja, atitudes que estimulam a depravação de costumes. Ainda segundo o advogado, a justificativa utilizada para fundamentar a violência sexual é que se vestindo dessa maneira, as mulheres estariam “convidando os homens à assediá-las”.
E ainda completou dizendo que o “convite” é ainda mais explícito quando os rasgos estão localizados na parte de trás. “Meninas devem se respeitar para que outros as respeitem. Proteger a moral é mais importante do que proteger as fronteiras”, afirmou Nabih. Mulheres que participavam do programa tentaram, incessantemente, contrapor a opinião do advogado, mas foram interrompidas diversas vezes por ele.
Maya Mursi, chefe do Conselho Nacional de Direitos da Mulher do Egito, esclareceu que a fala de Nabih se enquadra em um “chamado flagrante” que conclama os homens a estuprar e violar o direito das mulheres defendido pela constituição. Uma queixa formal foi protocolada contra o advogado e a a sua declaração será analisada pelo Conselho Supremo para o Regulamento da Mídia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário