29/08/2018
Anna Luisa Praser
Uma boneca virtual assustadora, de olhos arregalados, sorriso sinistro e que propõe desafios que podem colocar em risco a vida de crianças e adolescentes. Essa é a MOMO, criatura que tem deixado em alerta pais e educadores.
Os estímulos para participar do desafio vêm de todas as partes. Uma busca no Google mostra, aproximadamente, 1 milhão e 400 mil resultados. É possível, inclusive achar os números de contato que seriam da entidade – com origens em diversos países. No You tube também são quase cem mil vídeos falando do desafio MOMO.
Os estímulos para participar do desafio vêm de todas as partes. Uma busca no Google mostra, aproximadamente, 1 milhão e 400 mil resultados. É possível, inclusive achar os números de contato que seriam da entidade – com origens em diversos países. No You tube também são quase cem mil vídeos falando do desafio MOMO.
Mas será que tudo isso é verdade? Testamos o contato com os números do Japão e do México e não tivemos resultados. Os números sequer aparecem válidos nos aplicativos de mensagens. Também não conseguimos completar a ligação. Tudo parece ser uma brincadeira, mas que pode sim envolver riscos mais sérios.
Como pessoas mal-intencionadas que usam a figura da MOMO como desculpa para entrar em contato com as crianças e conseguir informações. É o que explica a psicóloga Clínica e Psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, Tânia Bastos.
E mesmo quem pretende alertar para as ameças, acaba correndo perigo nas redes. É o caso de uma escola particular em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, que, ao enviar um alerta aos pais para ficarem atentos aos contatos dos filhos, teve o e-mail hackeado.
Outra preocupação é quanto ao risco de roubo de dados. A legislação brasileira já tem previsão para os cuidados que devem ser adotados no tratamento das informações prestadas.
Desde o dia 15 de agosto, a lei geral de tratamento de dados está em vigor com artigo inteiramente dedicado aos cuidados que devem ser dispensados as informações prestadas por crianças e adolescentes. A consultora do Instituto Alana, Marina Pita, esclarece.
Mas são nas brechas da lei que desafios como o MOMO aparecem. Não há, por exemplo, uma determinação clara de como se fazer cumprir a norma, principalmente porque as tecnologias estão mudando a todo tempo, segundo a consultora da Alana.
É preciso ficar atento porque as formas de acessar os dados podem ser das mais simples, como ganhar a confiança da criança para que ela conte sobre a vida pessoal e rotina da família, até às mais elaboradas, como o envio de links duvidosos, códigos e programas maldosos que podem roubar senhas, contatos e informações em perfis sociais.
Para situações assim, o melhor mesmo é prevenir, monitorando e dando orientações às crianças sobre os contatos que fazem, os conteúdos que acessam e as informações que divulgam.
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