Empresária do ramo da beleza e uma doutora em psicologia explicam como as grandes empresas veem, recebem e remuneram a mulher negra
30set2019
As convidadas Cida Bento e Rosane Terragno, pelo traço do ilustrador Caio Borges
De acordo com o último censo do IBGE, 51% da população brasileira se declara negra ou parda – um cálculo que não parece ter entrado no radar das grandes empresas, especialmente quando se fala da mulher negra. Não à toa, Rosane Terragno, empresária gaúcha do ramo da beleza, afirma que as negras parecem “invisíveis” aos olhos dos grandes nomes dos cosméticos que ela contacta para distribuir os cosméticos da marca que criou, cujo carro-chefe está nos tons de base para a pele negra. Por isso, Cida Bento, paulista, doutora em psicologia e fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Diversidade, fala com Branca Vianna sobre esse tal filtro da invisibilidade que recai sobre essa parcela da população.
Bloco 1
Rosane Terragno é empresária, dona da loja de produtos de beleza online Território da Beleza Poa e da marca de maquiagem Divas Bllack. Seus produtos foram criados para cuidar e embelezar as muitas variações da pele negra das brasileiras, uma vez que os artigos de beleza vindos dos Estados Unidos, formulados para mulheres de tipos diferentes, não conseguem o efeito que prometem pelas bandas de cá. Falando assim, parece óbvio que exista uma marca como essa, mas Rosane garante que grandes empresas ainda sustentam o argumento de que no Brasil não existe cliente, mulher, negra, interessada nesse universo e com dinheiro para gastar.
Bloco 2
Cida Bento é psicóloga social, fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Diversidade e foi apontada recentemente pela revista The Economist como uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no assunto diversidade. Criada na Zona Norte de São Paulo, com oito irmãos, filha de um motorista e de uma servente, se tornou executiva de RH numa empresa, e deixou o cargo quando constatou que as mulheres negras eram sempre preteridas nas contratações. Hoje, depois de estudar muito como funciona a discriminação racial dentro das corporações, ela é chamada por empresas para criar planos de ação para que essas companhias mudem seus quadros e se tornem mais diversas.
Citações no episódio:
Aqui os tons de base para peles negras da Divas Bllack.
O canal Coisas de uma Chacheada, de Gill Viana, blogueira que Rosana cita na entrevista.
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O podcast é uma produção da Rádio Novelo para a revista piauí.
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Ouça o episódio bônus, uma entrevista com a atriz Zahy Guajajara. Ela fala das oportunidades que teve na profissão por ser índia e reconhece o risco de, pelo mesmo motivo, ser estigmatizada.
Ficha técnica:
Apresentação: Branca Vianna
Direção: Paula Scarpin
Produção: Mari Faria
Edição: Mari Romano
Finalização e mixagem: João Jabace
Redes sociais: Ana Beatriz Ribeiro
Vídeos: Desiré Taconi
Coordenação digital: Kellen Moraes
Identidade visual: Cecilia Marra, Caio Borges e Paula Cardoso
Distribuição: Luigi Mazza, Yasmin Santos, Júlia Sena e Ana Carolina Santos
Engenheiro de som: Danny Dee
Gravado no Estúdio Rastro
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