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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Morre Rogéria aos 74 anos

Rogéria dá um show em cena de Divinas Divas (Foto: Divulgação)

Atriz faleceu na noite desta segunda-feira (4). Ela havia sido internada novamente em um hospital no Rio

05.09.2017 | POR REDAÇÃO MARIE CLAIRE

Rogéria faleceu na noite de hoje após voltar a ser internada em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio. A informação foi divulgada por Divina Valéria e pelo empresário da artista, Alexandro Haddad, em telefonema a amigos. Uma fonte próxima à artista também confirmou a informação à Marie Claire.
Uma de suas últimas aparições públicas foi na Parada LGBT, em São Paulo, ao lado de Leandra Leal. Procurada por Marie Claire, a atriz, que dirigiu o filme "Divinas Divas", se disse muito abalada com a perda.
Rogéria na Parada LGBT de São Paulo (Foto: Divulgação)
O cartunista Chico Caruso lembrou com emoção como era trabalhar com ela. "Rogéria era uma artista maravilhosa. Era mais fácil trabalhar com ela do que com qualquer pessoa. Era só acender a luz que ela brilhava. Era sensasional. Ela se dizia a travesti da família brasileira. Ela levava a família brasileira pra ver seus shows. Nunca enchemos uma casa com shows como os dela. Era sensacional", lamentou.

O produtor e empresário da artista, Alexandro Haddad, havia falado sobre o estado de saúde de Rogéria ao programa “A Casa é Sua”, da Rede TV. "Ela estava bem até o início da tarde. Mas, por volta das 14h30, a médica nos chamou para informar que Rogéria teve uma convulsão e está com infecção generalizada. Estou sem chão! Essa situação provocou danos neurológicos que ainda não sabemos quais são. Eu queria repassar para as pessoas que ela estava bem, melhorando. Mas hoje ela piorou", lamentou. O quadro clínico, desde então, piorou.
Rogéria em Divinas Divas (Foto: Divulgação)

CARREIRA
Antes de se tornar famosa, Rogéria trabalhou como maquiadora na TV Rio. Lá, foi incentivada a ingressar no universo das artes cênicas, encontrando sua verdadeira vocação como atriz. Sua estreia foi em 29 de maio na Galeria Alaska.

Seu nome artístico surgiu em um concurso de Carnaval onde se apresentou como Rogério. Ao final do show, a plateia a ovacionou aos gritos de Rogéria. Astolfo Barroso Pinto, seu nome de batismo, deixou, então, de ser usado.
Por três anos foi vedete de Carlos Machado, onde alcançou o sucesso. Ao final deste período, decidiu tentar carreira internacional. Viajou para Angola, Moçambique e seguiu para a Europa. Em Paris, virou estrela de renome graças a sua temporada na boate Carrousel entre os anos de 1971 e 1973.

De volta ao Brasil, participou de diversas produções. Chegou a ganhar, em 1979, o Prêmio Mambembe de atriz revelação pela peça "O Desembestado", de Aderbal Freire-Filho.

Também estrelou vários filmes no cinema, entre eles “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal. “Eu devia ter uns 7 anos. Lembro de estar correndo nos bastidores e uma mão forte me puxou. Virei e uma mulher disse: ‘Você é loura e branca como eu. Quando quiser ficar com as bochechas rosa, não precisa passar blush, belisque como a Scarlett O’Hara em E o Vento Levou...”, disse Leandra sobre Rogéria em recente entrevista à Marie Claire.

A artista também foi figura frequente em programas de auditório, como do lendário Chacrinha, bem como de Luciano Huck e Gilberto Barros, onde participou como jurada.

Em 2016, lançou sua biografia “Rogéria – Uma mulher e mais um pouco”, de Marcio Paschoal.

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