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sábado, 21 de março de 2020

Julia Louis-Dreyfus e Will Ferrell em uma comédia dramática com muita DR? Sim, isso é 'Downhill'

Mesmo tendo feito parte do Saturday Night Live, essas duas lendas da comédia nunca tinham se encontrado antes de fazerem um remake de “Força Maior”.
By Matthew Jacobs, HuffPost US
10/03/2020
É difícil acreditar, mas Julia Louis-Drefyus e Will Ferrell se encontraram pela primeira vez somente em outubro de 2017, mais de duas décadas depois de ocuparem postos no topo da pirâmide da comédia americana. Ambos são ex-integrantes do elenco do Saturday Night Live, mas, por algum motivo, seus caminhos não se cruzaram até Ferrell fazer uma reunião com Louis-Dreyfus sobre um projeto que ela estava tocando: Downhill, um remake americano de Força Maior, uma comédia sueca que se transformou em um cult em 2014.

Essa nova amizade vai mostrar seus primeiros frutos quando Downhill estrear nos cinemas [no Brasil, infelizmente sem uma data definida ainda]. Louis-Dreyfus e Ferrell interpretam Billie e Pete Staunton, um casal que tenta dar um jeito no casamento com uma viagem de férias com os dois filhos pequenos aos Alpes austríacos.

Enquanto a família almoça ao ar livre, uma avalanche vem em sua direção. Billie protege as crianças, mas Pete pega o celular e foge. Ao retornar, ele se recusa a admitir seu lapso. A partir daí, os dilemas domésticos de Billie e Pete vão aparecendo aos poucos, numa guerra de palavras e emoções.

Dirigido por Nat Faxon e Jim Rash, que também fizeram O Verão da Minha Vida (2013) juntos e ganharam um Oscar pelo roteiro de Os Descendentes (2011), Downhill é o perfil de um casamento que atravessa uma semicrise. O elenco de apoio inclui Miranda Otto, Zach Woods, Zoë Chao e Kristofer Hivju, o Tormund Giantsbane em Game of Thrones, que também apareceu no original Força Maior.
Conversei com Ferrell e Louis-Dreyfus e eles falaram das cenas na neve, das convenções de gênero no filme e da história comum de ambos no Saturday Night Live (SNL).
Quando vocês se interessaram pelo trabalho um do outro?
Louis-Dreyfus: Eu era muito fã de Will no SNL.
Ferrell: Lembro de te assistir no SNL. E lembro de pensar: “Eles não a aproveitam muito”.
Louis-Dreyfus: Ai meu Deus. Sim! Eles não me aproveitavam.
Ferrell: E então lembro de ver Seinfeld e pensar: “Essa é a menina que eles nunca usam, ela é engraçada”.
Will Ferrell, Julia Louie-Dreyfus e Kristofer Hivju em
Will Ferrell, Julia Louie-Dreyfus e Kristofer Hivju em “Downhill”. SEARCHLIGHT PICTURES


Vocês trocaram histórias do SNL?
Louis-Dreyfus: Sim!
Ferrell: Sim. [Para] qualquer pessoa que passou pelo SNL, fazendo o que for, a certa altura a conversa vai focar nessa experiência, sejam positivas ou negativas. É como se você fosse veterano de guerra. Você passa a aborrecer todo mundo ao seu redor.
Louis-Dreyfus: É uma fraternidade. É incrível.
Você se sente assim, apesar de ter sido subaproveitada no programa?
Louis-Dreyfus: Sim, mas eu estava lá! Eu era do elenco! Nós passamos lá durante diferentes regimes, épocas completamente diferentes. Não tive muito sucesso lá. Tive um pouquinho de sucesso, mas aprendi uma porrada de coisas. [O que importa] é o treinamento que você recebe.
Ferrell: Você assistiu o programa apresentado por Eddie Murphy?
Louis-Dreyfus: Sim. Não foi incrível? Eu estava realmente torcendo por ele.
Ferrell: Sim, eu também. Tipo, bum!, de volta. Até o Gumby dele no Weekend Update tinha algo especial. É muito legal.
Amo Força Maior, então minha única apreensão em relação a Downhill era se o filme ia virar uma comédia pastelão, que os filmes americanos tendem a preferir.
Ferrell: A versão Férias Frustradas?
Exatamente. Você se preocuparam em forçar um pouco mais as palhaçadas para atrair um público mais comercial?
Louis-Dreyfus: Nunca encarei dessa maneira. Nunca. Minha abordagem foi inspirar-me no filme, adaptá-lo para que seja uma família americana viajando para o exterior e realmente fazer um drama de pé no chão, com vários momentos engraçados. Não teria feito isso. Porque sempre fui muito fã do original. Eu queria garantir que [o filme original] fosse respeitado.
Ferrell: Foi ótimo entrar no projeto sabendo que essa era a intenção.
Uma ideia particularmente incisiva em Downhill e Força Maior é que pensamos no homem da família como o protetor. Mas ambos os filmes abandonam esse clichê convencional, masculino e patriarcal. O homem escolhe não ser o protetor. A mulher tem de se erguer. Parece que isso é ainda mais pronunciado neste filme.
Louis-Dreyfus: Isso é um dos pontos fundamentais do original. O que queríamos fazer era abrir os dois personagens, talvez para entender um pouco mais o como e o porquê de Pete. E também para ver Billie talvez se comportar mal [depois da avalanche]. Isso era importante, para que ela não parecesse a anjinha que fez tudo certo, e ele, o diabo.
Ferrell: Para deixar aquela partida de tênis muito mais interessante.
Julia Louis-Dreyfus, Will Ferrell e os diretores Nat Faxon e Jim Rash no set the
Julia Louis-Dreyfus, Will Ferrell e os diretores Nat Faxon e Jim Rash no set the “DOWNHILL”. SEARCHLIGHT PICTURES


A melhor parte dessa história é a mudança de lealdade pela qual você passa na plateia.

Ferrell: Apesar de parte de você pensar: “Vamos lá, Pete”.
Louis-Dreyfus: “Faça a coisa certa. Assuma a responsabilidade.”
Ferrell: “Faça o certo. Diga: ‘Tudo bem, sim, você me pegou’. Mas ele continua cavando esse poço. “Se eu cavar o suficiente, saio do outro lado. Estamos de volta em casa! Agora é só voltar para o trabalho.”
Will, você é conhecido por interpretar o chamado “homem que nunca cresceu”. Você vê algo disso em Pete?
Ferrell: Sei exatamente do que você está falando. Acho que há elementos disso, mas ele não é criança. Ele é um empresário de sucesso. Ele está no comando da viagem até esse ponto.
Louis-Dreyfus: Isso mesmo. Ele é muito alfa.
Ferrell: Ele organizou uma belíssima viagem de esqui. Tipo: “Vamos logo! Se não quiserem esquiar comigo, vou sozinho.” Ele é tipicamente masculino nesse aspecto adulto. Acho que ele mostra bem a dificuldade que temos para dizer a verdade. Seja na mídia, seja nas relações interpessoais, acho que desenvolvemos um hábito infeliz de [dizer]: “Não fui eu. Não fui eu”.
Louis-Dreyfus: “Eu não disse o que você acabou de me ouvir dizer.”
Ferrell: “Aqui está.” “OK, eu disse. Qual é o grande problema?” Eu acho que ele é uma amostra mais disso do que um homem que não cresceu.
James Gandolfini e Julia Louis-Dreyfus em “À Procura do
James Gandolfini e Julia Louis-Dreyfus em “À Procura do Amor”. SEARCHLIGHT PICTURES




Julia, À Procura do Amor é um filme que adoro. Foi um filme tão aclamado e veio logo após o lançamento de Veep. Imagino que você tenha começado a receber um monte de ofertas para fazer filmes naquela época.
Louis-Dreyfus: Sim. Isso é uma pergunta?
Ferrell: Muitas ofertas!
Louis-Dreyfus:  Muitas ofertas!
Ferrell: 34% mais?
Louis-Dreyfus: Hm, eu diria que talvez tenha sido uns 32%, talvez 31%. Algo assim.
O que você achou dessas ofertas que estava recebendo? Você obviamente não aceitou nenhuma delas, mas deve ter tido uma ideia do que pensavam de você como atriz.
Louis-Dreyfus: Tudo sempre depende do material. Para ser sincera com você, Veep exigia muito de mim. Apesar de ter apenas 10 episódios por temporada, demorávamos praticamente um ano inteiro para produzir. Então tinha que ser alguma coisa absolutamente extraordinária para eu pensar em colocar meu coração e minha alma em outro projeto. Não sei o que dizer. A coisa certa não apareceu até este projeto. A propósito, devo dizer que, desde o fim de À Procura do Amor, esse projeto surgiu e venho trabalhando nele há cinco anos.
Mas você sentiu uma certa gratificação naquele momento, sabendo que tinha lançado uma série de sucesso e um filme e estava vivendo outro pico na carreira?
Louis-Dreyfus: Realmente não penso na minha vida assim. Adoro trabalhar, adoro os trabalhos que consegui, mas não penso tanto na minha satisfação, por assim dizer. O importante para mim são os projetos.
Will Ferrell interpretando George W. Bush no “Saturday Night Live”, em
Will Ferrell interpretando George W. Bush no “Saturday Night Live”, em 2002. NBC VIA GETTY IMAGES




Durante o desenvolvimento de Downhill, foi importante mergulhar em algo que fosse uma espécie de anti-Veep? Comparada a Selina Meyer, essa personagem é muito menos agressiva e mais estável emocionalmente.
Louis-Dreyfus: O que me atraiu não foi o fato de não ser como Veep, mas com certeza não quero ficar sempre fazendo as mesmas coisas. O importante para mim é que se tratava de algo que eu nunca tinha feito antes. Talvez um pouquinho parecido com À Procura do Amor, mas acho que não. Eu queria exercitar músculos dramáticos, e esse projeto me permitiu isso.
Vocês enfrentaram algumas condições meteorológicas complicadas para produzir o filme. O que vocês e a equipe faziam quando tinham de interromper as filmagens?
Ferrell: Definitivamente discoteca. Certo?
Louis-Dreyfus: Sim. E tinha uma (loja de departamentos) Neiman Marcus na esquina.
Ferrell: Uma discoteca na Neiman Marcus.
Louis-Dreyfus: Nunca paramos de trabalhar por causa do tempo; só mudamos a agenda. Mudamos porque às vezes o mau tempo funcionava para nós. Na última cena do filme, é tudo neve de verdade. Estávamos no meio daquela tempestade de neve. Depois, havia dias em que estava tudo claro. Tem uma cena em que estamos no teleférico, éramos eu e Rosie, interpretada pela maravilhosa Zoë Chao. Eu digo: “Uau, parece que o sol está realmente aparecendo”. Colocamos isso no texto porque não sabíamos como ia estar o tempo. Primeiro estava nublado, depois parecia que ia abrir, então a gente queria se garantir de alguma forma.
Ferrell: A gente teve que se virar, porque em algumas das locações a promessa era de ter o lugar inteiro à disposição, mas não foi o que aconteceu sempre.
Louis-Dreyfus: Nos disseram que eles estariam fechados.
Ferrell: Trabalhar num hotel que ainda estava funcionando normalmente, no auge da alta temporada – esse tipo de coisa assim. A gente só ria. Gravar em locação é sempre assim.
Louis-Dreyfus: Sim. Felizmente o grupo todo era muito tranquilo. Honestamente, ninguém ruim. Imagina como seria se tivesse uma pessoa que não estivesse no clima. As coisas poderiam degringolar muito rápido.
Ferrell: Voltando ao SNL, fechando o círculo, era uma coisa tipo “Vamos lá, faça isso. Não pense demais”. “Calma, a gente vai almoçar?” “Toma aqui um biscoito.” Sabe como é? Tudo acabou dando certo no final.
Até Zach Woods entrar e estragar tudo.
Ferrell: Ah, obrigado.
Louis-Dreyfus: Ele é tão egocêntrico.
Ferrell: Ele é um monstro. Você pode escrever que eu disse isso. E sublinhar.

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