Acordo prevê canal de acolhimento de denúncias de violência contra a mulher, com apoio psicológico, orientação jurídica e adequação da rotina de trabalho
Por Gabriel Valery, da RBA
Publicado 11/03/2020
São Paulo – O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram nesta quarta-feira (11) acordo que cria nas instituições financeiras um programa de prevenção à violência contra a mulher. O aditivo, que passará a fazer parte da convenção coletiva nacional de trabalho da categoria, vinha sendo reivindicado há um ano e prevê ainda a criação, pelos bancos, de um canal de atendimento a bancárias vítimas de violência.
O serviço deve acolher denúncias de bancárias que sofrem ameaças para que passem a receber apoio psicológico, orientação jurídica e tenham sua rotina de trabalho readequada para que se sintam protegidas e respeitadas.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, destaca que a assinatura do acordo vem ao encontro dos objetivos dos sindicatos de representar as mais diversas demandas dos trabalhadores, dentro do ambiente profissional e fora dele.
“Muitos veem o sindicato como aquele que faz reivindicação salarial. É muito mais do que isso. Aqui falamos de uma mesa de negociação que assina um acordo de algo que está impactando nossa categoria que é a violência contra mulheres”, afirmou a presidenta do sindicato, que já realiza um trabalho de acolhimento e apoio a mulheres vítimas de violência doméstica. “Mais de 85% das mulheres sofrem dentro de casa. A categoria faz parte da sociedade e a violência atinge a categoria.”
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destaca que existem muitas trabalhadoras com medo de que o agressor saiba sua rotina. “Elas precisam de alguma flexibilidade, querem um local para estacionar. Elas têm medo por serem perseguidas. Precisamos buscar formas de proteger essas mulheres. Nosso papel é de ajudar a sociedade a ser melhor. É um dia importante para nossa história e temos de comemorar”, disse Juvandia.
A economista Adriana Carvalho, que há cinco anos atua em projetos de empoderamento feminino na ONU Mulheres, participou do evento de assinatura do aditivo. A professora Rita von Hunty, youtuber e apresentadora do canal Tempero Drag, ministrou palestra com o tema Masculinidade Tóxica – que projeta a condição masculina a uma suposta superioridade que leva ao sexismo, à misoginia e à violência.
Bancos
O diretor de Sustentabilidade e Marketing da Fenaban, Mário Sérgio Vasconcelos, elogiou a construção do acordo, que representa uma medida prática para enfrentar os elevados índices de violência contra a mulher. “É uma ação positiva que foi estruturada. Não há como aceitar isso passivamente”, disse.
“Montamos ações práticas de suporte, orientação e acolhimento dessas bancárias que podem sofrer algum tipo de violência. Nossa convenção (coletiva) de 30 anos vem gradualmente trazendo resultados positivos. Esse aditivo vem se somar à convenção, que prevê canais diretos para que bancários possam manifestar sobre qualquer desconforto”, completou.
Ivone Silva considera importante que os bancos tenham acolhido essa reivindicação por uma política de combate à violência contra a mulher. “São vários tipos de violência e esse canal vai possibilitar que as vítimas tenham a quem recorrer. Nesse canal elas vão poder ligar e ter apoio financeiro, psicológico, mudança de jornada. Cada violência terá um tipo de tratamento.”
Por Gabriel Valery, da RBA
Publicado 11/03/2020
São Paulo – O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram nesta quarta-feira (11) acordo que cria nas instituições financeiras um programa de prevenção à violência contra a mulher. O aditivo, que passará a fazer parte da convenção coletiva nacional de trabalho da categoria, vinha sendo reivindicado há um ano e prevê ainda a criação, pelos bancos, de um canal de atendimento a bancárias vítimas de violência.
O serviço deve acolher denúncias de bancárias que sofrem ameaças para que passem a receber apoio psicológico, orientação jurídica e tenham sua rotina de trabalho readequada para que se sintam protegidas e respeitadas.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, destaca que a assinatura do acordo vem ao encontro dos objetivos dos sindicatos de representar as mais diversas demandas dos trabalhadores, dentro do ambiente profissional e fora dele.
“Muitos veem o sindicato como aquele que faz reivindicação salarial. É muito mais do que isso. Aqui falamos de uma mesa de negociação que assina um acordo de algo que está impactando nossa categoria que é a violência contra mulheres”, afirmou a presidenta do sindicato, que já realiza um trabalho de acolhimento e apoio a mulheres vítimas de violência doméstica. “Mais de 85% das mulheres sofrem dentro de casa. A categoria faz parte da sociedade e a violência atinge a categoria.”
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destaca que existem muitas trabalhadoras com medo de que o agressor saiba sua rotina. “Elas precisam de alguma flexibilidade, querem um local para estacionar. Elas têm medo por serem perseguidas. Precisamos buscar formas de proteger essas mulheres. Nosso papel é de ajudar a sociedade a ser melhor. É um dia importante para nossa história e temos de comemorar”, disse Juvandia.
A economista Adriana Carvalho, que há cinco anos atua em projetos de empoderamento feminino na ONU Mulheres, participou do evento de assinatura do aditivo. A professora Rita von Hunty, youtuber e apresentadora do canal Tempero Drag, ministrou palestra com o tema Masculinidade Tóxica – que projeta a condição masculina a uma suposta superioridade que leva ao sexismo, à misoginia e à violência.
Bancos
O diretor de Sustentabilidade e Marketing da Fenaban, Mário Sérgio Vasconcelos, elogiou a construção do acordo, que representa uma medida prática para enfrentar os elevados índices de violência contra a mulher. “É uma ação positiva que foi estruturada. Não há como aceitar isso passivamente”, disse.
“Montamos ações práticas de suporte, orientação e acolhimento dessas bancárias que podem sofrer algum tipo de violência. Nossa convenção (coletiva) de 30 anos vem gradualmente trazendo resultados positivos. Esse aditivo vem se somar à convenção, que prevê canais diretos para que bancários possam manifestar sobre qualquer desconforto”, completou.
Ivone Silva considera importante que os bancos tenham acolhido essa reivindicação por uma política de combate à violência contra a mulher. “São vários tipos de violência e esse canal vai possibilitar que as vítimas tenham a quem recorrer. Nesse canal elas vão poder ligar e ter apoio financeiro, psicológico, mudança de jornada. Cada violência terá um tipo de tratamento.”
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