Como nunca antes na história, mais meninas vão à escola e permanecem nela em todo o mundo. No entanto, ganhos notáveis na educação ainda não criaram um ambiente mais igualitário e menos violento para elas, alertou novo relatório divulgado nesta quarta-feira (4) por Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Plan International e ONU Mulheres.
A violência contra mulheres e meninas ainda é frequente no mundo. Em 2016, mulheres e meninas representavam 70% das vítimas de tráfico de pessoas, a maioria para exploração sexual. No mesmo ano, uma em cada 20 meninas de 15 a 19 anos — cerca de 13 milhões — foi vítima de estupro, uma das formas mais violentas de abuso sexual que mulheres e meninas podem sofrer.
A violência contra mulheres e meninas ainda é frequente no mundo. Em 2016, mulheres e meninas representavam 70% das vítimas de tráfico de pessoas, a maioria para exploração sexual. No mesmo ano, uma em cada 20 meninas de 15 a 19 anos — cerca de 13 milhões — foi vítima de estupro, uma das formas mais violentas de abuso sexual que mulheres e meninas podem sofrer.
Como nunca antes na história, mais meninas vão à escola e permanecem nela em todo o mundo. No entanto, ganhos notáveis na educação ainda não criaram um ambiente mais igualitário e menos violento para elas, alertou novo relatório divulgado nesta quarta-feira (4) por Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Plan International e ONU Mulheres.
O documento, divulgado antes da 64ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher, observou que o número de meninas fora da escola caiu 79 milhões nas últimas duas décadas. De fato, as meninas se tornaram mais propensas a frequentar o ensino médio do que os meninos nos últimos dez anos.
No entanto, a violência contra mulheres e meninas ainda é frequente. Em 2016, por exemplo, mulheres e meninas representavam 70% das vítimas de tráfico de pessoas detectadas em todo o mundo, a maioria para exploração sexual. Um número surpreendente de 1 em cada 20 meninas de 15 a 19 anos — cerca de 13 milhões — foi vítima de estupro, uma das formas mais violentas de abuso sexual que mulheres e meninas podem sofrer.
“Vinte e cinco anos atrás, os governos do mundo se comprometeram com mulheres e meninas, mas apenas cumpriram parcialmente aquela promessa. Embora o mundo tenha reunido a vontade política para enviar muitas meninas para a escola, falhou de forma lamentável ao não lhes fornecer as habilidades e a ajuda de que precisam para não só decidir seu próprio futuro, mas também para viver em segurança e com dignidade”, disse a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore.
“O acesso à educação não é suficiente — também devemos mudar os comportamentos e as atitudes das pessoas em relação às meninas. A verdadeira igualdade só ocorrerá quando todas as meninas estiverem protegidas contra a violência, livres para exercer seus direitos, e puderem desfrutar de oportunidades iguais na vida.”
O relatório “Uma nova era para as meninas: Balanço de 25 anos de progresso” — disponível somente em inglês — está sendo lançado no contexto da campanha Geração Igualdade para marcar o 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim — o plano histórico para o avanço dos direitos de mulheres e meninas.
“É vital que responsabilizemos os governos por seu compromisso com a histórica Declaração de Pequim, e este relatório oferece uma imagem holística de como o mundo se parece para as meninas 25 anos depois”, disse Anne-Birgitte Albrectsen, diretora-geral da Plan International.
“As adolescentes, em particular, sofrem discriminação acentuada como resultado de sua idade e de seu gênero e, no entanto, continuam alinhadas em suas comunidades e nos espaços de tomada de decisão, em grande parte invisíveis nas políticas do governo.”
“O empoderamento das adolescentes gera um triplo benefício social — para as meninas de hoje, para as adultas que elas serão e para a próxima geração de crianças. Se nós falharmos em compreender isso e em acabar com a discriminação que as meninas continuam enfrentando em todo o mundo, teremos poucas chances de alcançar as ambições de igualdade de gênero estabelecidas na Agenda 2030.”
“Desde 1995, em Pequim, quando, pela primeira vez, surgiu um foco específico nas questões das meninas, ouvimos cada vez mais meninas afirmarem seus direitos e nos chamarem para prestar contas. Mas o mundo não atendeu às suas expectativas de uma administração responsável do planeta, de uma vida sem violência, e suas esperanças de independência econômica”, disse Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora-executiva da ONU Mulheres.
“Enquanto mulheres e meninas tiverem que usar três vezes mais o tempo e a energia dos homens para cuidar da casa, oportunidades iguais para que as meninas passem da escola para bons empregos em locais de trabalho seguros estarão fora de alcance. Para o bem de todos, isso precisa mudar, além de garantir que as habilidades que as meninas aprendem sejam adequadas para os trabalhos do futuro — digitais e de novas tecnologias —, e que a violência contra elas tenha fim.”
Hoje, as meninas correm um risco alarmante de violência em todos os espaços — tanto online quanto em sala de aula, em casa e na comunidade —, levando a consequências físicas, psicológicas e sociais.
O relatório observa que práticas nocivas, como casamento infantil e mutilação genital feminina, continuam a desestabilizar e a prejudicar a vida e o potencial de milhões de meninas em todo o mundo. A cada ano, 12 milhões de meninas casam-se na infância e 4 milhões estão em risco de sofrer mutilação genital feminina.
O relatório também aponta tendências negativas para as meninas em relação a nutrição e saúde, muitas das quais eram inimagináveis há 25 anos. Por exemplo, a globalização, a mudança de dietas tradicionais para alimentos não saudáveis e processados e a rápida expansão de técnicas agressivas de marketing direcionadas a crianças resultaram em aumento do consumo de alimentos não saudáveis e bebidas açucaradas.
Isso contribuiu para um aumento no sobrepeso e obesidade na infância e adolescência. Entre 1995 e 2016, a prevalência de excesso de peso entre meninas de 5 a 19 anos quase dobrou de 9% para 17%, resultando em quase duas vezes mais meninas com excesso de peso hoje (155 milhões) do que em 1995 (75 milhões).
Enquanto isso, os últimos 25 anos viram preocupações crescentes com problemas de saúde mental, alimentadas em parte pelo uso excessivo de tecnologias digitais. O relatório observou que o suicídio é atualmente a segunda principal causa de morte entre meninas adolescentes de 15 a 19 anos, atrás apenas de causas relacionadas à maternidade.
As meninas também permanecem em alto risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV, com 970 mil meninas adolescentes de 10 a 19 anos vivendo com HIV hoje em comparação com 740 mil meninas em 1995. As meninas de 10 a 19 anos ainda representam cerca de três em cada quatro novas infecções entre adolescentes em todo o mundo.
O relatório pede ação nas seguintes áreas:
Celebrar e expandir oportunidades para que meninas de todas as origens, etnias e níveis de renda e status social sejam audaciosas e ambiciosas agentes de mudanças e criadoras de soluções — engajando ativamente sua voz, suas opiniões e ideias em diálogos, plataformas e processos relacionados a seu corpo, sua comunidade, sua educação e seu futuro.
Aumentar os investimentos em políticas e programas para implementar modelos promissores de progresso para e com meninas adolescentes em larga escala, de acordo com a realidade do mundo de hoje, incluindo o desenvolvimento de habilidades para a quarta revolução industrial e um movimento geracional para acabar com a violência de gênero, o casamento infantil e a mutilação genital feminina.
Aumentar os investimentos na produção, análise e uso de dados e pesquisas de alta qualidade desagregados por idade e sexo em áreas em que o conhecimento é limitado — como violência baseada em gênero, aquisição de habilidades para o século 21, nutrição e saúde mental de adolescentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário