12 de março de 2018
Desde 2016, a ARTIGO 19 realiza encontros entre mulheres comunicadoras ao redor do país. Os encontros são parte de um projeto realizado em parceria com a Rede de Mulheres da AMARC (Associação Mundial de Rádios Comunitárias) para conhecer as violências e discriminações sofridas por mulheres na comunicação e desenvolver junto com essas profissionais estratégias para enfrentar essas situações e fortalecer a liberdade de expressão das mulheres.
Até hoje, mais de 40 mulheres já participaram dos diferentes encontros realizados nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Além das discussões mencionadas, as participantes também tiveram oficinas técnicas como edição de rádio, chegando a produzir e apresentar programações especiais sobre violência de gênero ao vivo em uma rádio web.
O documentário “Mulheres de Expressão” lançado hoje (12) é um dos frutos desses encontros. Os depoimentos de algumas das participantes que aparecem no vídeo sintetizam os principais temas abordados ao longo das discussões entre as mulheres, sobretudo no que diz respeito a desigualdades de gênero e formas de assédio e discriminação sofridas por elas. As entrevistas destacam ainda como os meios de comunicação se configuram em espaços de privilégios masculinos, o que realça a necessidade de se tomar medidas para desconstruir esse cenário.
Assista ao documentário
“A situação de violência e de assédio que as mulheres passam no ambiente de trabalho é muito naturalizada e isso não é diferente com as mulheres comunicadoras. Mas na comunicação temos o poder de dialogar com a sociedade e buscar fazer com que as pessoas pensem e se comportem de forma diferente. Por isso, é tão importante que as mulheres se fortaleçam enquanto comunicadoras e pensem o quanto isso pode refletir no conteúdo que elas produzem, sobretudo no que diz respeito a questões de gênero”, opina Júlia Lima, coordenadora de Proteção e Segurança da ARTIGO 19.
Só existe liberdade de expressão quando as mulheres podem participar do debate público de forma a expor suas visões de mundo e temas relativos à sua realidade. Nesse sentido, é fundamental que as vozes das mulheres ecoem também na mídia, pois só aí teremos chances de combater estereótipos e preconceitos que hoje colocam em xeque a luta pela verdadeira igualdade entre homens e mulheres.
A ARTIGO 19 espera que o documentário possa ser mais um passo nessa direção, contribuindo para que outras mulheres comunicadoras somem suas vozes e perspectivas a esse debate.
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