26/04/2018
Mulheres indígenas que participam do Acampamento Terra Livre, em Brasília (DF), anunciaram na quarta-feira (25) a adesão à campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Lançada pelo secretário-geral das Nações Unidas em 2008, a iniciativa mobiliza instituições e coletivos em todo o mundo para sinalizar espaços e vestir a cor laranja no dia 25 de cada mês como símbolo da luta contra a violência de gênero.
A entrada das indígenas brasileiras na campanha reforça a pauta de reivindicações políticas dessa população, que apresenta dez pontos prioritários, entre os quais estão o fim da violação de seus direitos; o empoderamento político e a participação política; o direito à terra e aos processos de retomada; e os direitos econômicos. O relato é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Para Tsitsina Xavante, uma das lideranças articuladoras da ação do dia 25 de abril, ainda é preciso reconhecer como violações as práticas historicamente naturalizadas sobre os corpos das mulheres indígenas. “Quando você ouve que sua avó e sua bisavó foram pegas no laço, o que aconteceu é que elas sofreram violência. Foi estupro”, explica.
Presente no ato, a analista de programa de Gênero e Raça do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ismália Afonso, disse que a mobilização das mulheres indígenas contra a violência de gênero é um ganho para toda o debate público sobre o tema.
“Uma vida sem violência é uma das bases para conquistarmos todos os outros direitos. É preciso reconhecer a complexidade das demandas de todas as mulheres e os desafios próprios de cada grupo da população, como é o caso das mulheres indígenas e negras”, afirma.
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