Renata Arruda
Comunicadora, escreve sobre livros e música.
17/12/2014
Comunicadora, escreve sobre livros e música.
17/12/2014
Com as festas de fim de ano chegando, tenho visto muitas pessoas procurando livros para presentear meninas que fogem dos contos de fadas e estereótipos de princesas, fadas, Barbie e afins. Como mãe de uma menina de dez anos e tia de uma de dezesseis, e sendo eu mesma uma leitora desde pequena, resolvi listar aqui alguns dos bons livros que tive a oportunidade de ler e que ora apresentam temas importantes como diversidade, diferenças individuais e adequação, ora trazem histórias divertidas com meninas como protagonistas, sejam elas grandes gênias ou apenas garotas comuns, como a maioria de nós, vivendo grandes aventuras.
Note que esta seleção não se trata de uma lista de livros para meninas - são títulos universais, em que a maioria se preocupa com a representatividade feminina na ficção infantil.
3 a 5 anos
Tudo bem ser diferente, Todd Parr (Panda Books)
Depois do grande sucesso nos Estados Unidos, a Panda Books traz Todd Parr para divertir e ensinar as crianças do Brasil. Autor de livros infantis de sucesso e criador do desenho animado "Todd World", do canal Discovery Kids, Todd ensina as crianças a cultivar a paz e os bons sentimentos com frases curtas, diretas e envolventes, e ilustrações coloridas que aproximam e chamam a atenção de meninos e meninas (e dos adultos também).
"Tudo Bem Ser Diferente" trabalha com as diferenças de cada um de maneira divertida, simples e completa, abordando assuntos que deixam os adultos de cabelo em pé, como adoção, separação de pais, deficiências físicas e preconceitos raciais, entre outros.
Flicts, Ziraldo (Melhoramentos)
Flicts conta a história de uma cor "diferente", que não consegue se encaixar no arco-íris, nas bandeiras e em lugar nenhum, e que ninguém, a princípio, reconhece seu merecido valor. Ao longo do livro, Flicts vai se conformando que "não tinha a força do Vermelho, não tinha a imensidão do Amarelo, nem a paz que tem o Azul".
Contudo, Ziraldo presenteia o leitor com uma fantástica mensagem de caráter e respeito, dando a entender que todas as pessoas, por mais diferentes que sejam, possuem seu lugar no mundo. E Flicts também encontra seu lugar: na Lua. Editado em 1969, mesmo ano em que o homem chegou à Lua, "Flicts" é uma daquelas obras que resiste ao tempo, tal como a viagem de Neil Armstrong.
5 a 7 anos
O Cabelo da Lelê, Valéria Belém (Ibep)
Lelê não gosta do que vê - de onde vem tantos cachinhos? Ela vive a se perguntar. E essa resposta ela encontra num livro, em que descobre sua história e a beleza da herança africana.
Ceci tem pipi?, Thierry Lenain (Companhia das Letinhas)
No começo, era tudo muito simples para Max: havia o pessoal Com-pipi e o pessoal Sem-pipi. Um belo dia na escola, porém, uma garotinha chamada Ceci vai para a turma de Max. Como ela é uma Sem-pipi, Max não dá muita bola para Ceci. Mas aos poucos a menina vai deixando Max intrigado: Ceci desenha um mamute, joga bola e tem uma bicicleta de garoto.
Ceci tem pipi? é uma historinha divertida sobre a descoberta das diferenças e das semelhanças entre meninos e meninas, com ilustrações coloridas e bem-humoradas.
Vale a pena conhecer os outros títulos da série da Ceci, publicados no Brasil: Os Beijinhos da Ceci; Ceci e o vestido de Max; Ceci quer um bebê.
Olívia não quer ser princesa, Ian Falconer (Globinho)
Ser princesa é a fantasia de todas as meninas. Todas? Não é bem assim. Que o diga a porquinha Olivia! Inquieta como sempre, e desta vez mais inconformada do que nunca, ela enfrenta uma crise de identidade infantil. Todas as suas amigas só querem saber de ser princesa, com vestido cor-de-rosa e varinha de condão. Olivia se pergunta: por que é que todo mundo tem de pensar do mesmo jeito, vestir as mesmas roupas, sonhar os mesmos sonhos? Ela queria ser diferente. Mas o que Olivia quer ser?
Na nova aventura da série criada por Ian Falconer - Olivia não quer ser princesa, título recém-lançado pela Globinho -, a contestadora porquinha descobre que a vida é cheia de alternativas. E, usando toda sua criatividade e rebeldia, perturba os pais falando sobre as possibilidades de escolha que mais combinam com seu jeito todo próprio de ser. O que, afinal, Olivia gostaria de ser? O "papo cabeça" de Olivia com os pais em meio à rotina da família é entremeado de cenas fantasiadas pela garotinha - tudo capturado pelo traço minimalista do autor na forma de ilustrações divertidíssimas.
Menina bonita do laço de fita, Ana Maria Machado (Ática)
Era uma menina linda. A pele era escura e lustrosa, que nem pêlo da pantera quando pula na chuva. Do lado da casa dela morava um coelho que achava a menina a pessoa mais linda que ele já vira na vida. Queria ter uma filha linda e pretinha como ela.
7 a 9 anos
Até as princesas soltam pum, Ilan Brenman (Brinque-Book)
Laura é uma garotinha e, como toda criança, é bem curiosa. E uma das questões que mais a intrigam, assim como a seus colegas de escola, é saber se as lindas princesas de contos de fadas soltam ou não pum.
Ela recorre ao pai para esclarecer esta dúvida tão perturbadora, que, por sua vez, recorre ao antigo "livro secreto das princesas". Com ele, vem a confirmação: sim, Cinderela, Branca de Neve e até a Pequena Sereia sempre soltaram pum!
Por que só as princesas se dão bem?, Thalita Rebouças (Rocco)
O que Bia não esperava é que, antes de pegar no sono, ela fosse levada para dentro do livro que estavam lendo. E de uma hora para outra, se tornasse uma princesa de verdade! Mas é justamente aí que a tão sonhada vida de princesa começa a se tornar um verdadeiro pesadelo. Regras, regras e mais regras. Do cabelo aos sapatos, Bia descobre que não pode escolher o que usar, comer ou fazer. Escola, amigos, brincadeiras? Nada disso, princesas estudam em casa e cumprem uma exaustiva agenda de eventos (chatos). E o pior de tudo: nada de perguntas. "Princesas não fazem mil perguntas. Princesas cumprem seu papel e olhe lá", diz Fedegunda, a assistente número 3 da princesa Bia.
Repleto de situações inusitadas, tiradas e diálogos engraçados, não é preciso dizer que o dia de princesa de Bia foi um completo desastre.
Ana Levada da Breca, Maria de Lourdes Ramos Krieger (Moderna)
Seja você mesmo, é a mensagem que traz a história de Ana. Ser do jeito que todos querem que você seja pode não dar resultados felizes, e, no fundo, ninguém vai ficar contente. Essas verdades são vividas e sentidas por uma criança que, com seu modo único de ver a vida, ensina que tudo é relativo, brigar pode ser sinônimo de amar e a aparente perfeição pode esconder sentimentos muito tristes.
A Cinderela Mudou de Ideia, Myriam Sierra, Nunila López (Planeta)
"A Cinderela Mudou de Ideia" desconstrói o mito de que, para ser feliz, uma mulher precisa esperar por um príncipe que a salve. A obra apresenta uma personagem que se vê sufocada dentro de um sonho que ela não planejou, mas ao qual se submeteu por acreditar que seria o melhor para sua vida.
Então, surge o dia em que ela conhece a fada do Chega!, e descobre que uma mulher pode - e quer - muito mais. Ela, então, decide descalçar os sapatinhos de cristal, descer do salto alto e partir em uma agradável viagem na qual descobrirá um mundo muito maior que a faz sentir completa pela primeira vez em sua vida.
Quase de verdade, Clarice Lispector (Rocco)
Lançado postumamente, em 1978, Quase de verdade é o terceiro título infantil de Clarice Lispector a ganhar nova edição, em capa dura, pela Rocco. Narrado, ou melhor, "latido" por Ulisses - uma homenagem da escritora ao seu cachorro vira-lata - o livro, que traz belas ilustrações de Carla Irusta, apresenta a história de uma figueira invejosa que traça um plano para obrigar as galinhas a colocarem ovos continuamente. Com toques de metalinguagem e um forte conteúdo político, abordado de forma lúdica e bem humorada, o livro provoca os pequenos com "uma história que até parece de mentira e até parece de verdade".
9 a 11 anos
Eugênia e os robôs, Janaina Tokitaka (Rocco)
Eugênia é uma menina de 11 anos apaixonada por mecânica e elétrica e capaz de consertar qualquer aparelho eletrônico. Seu quarto, repleto de fios e outras traquitanas, parece mais um cenário de filme de ficção científica do que o mundinho cor-de-rosa de uma pré-adolescente! Cansada de tentar entender os seres humanos, que ela considera muito complicados, mas sentindo-se sozinha, Eugênia decide criar seus próprios amigos - companheiros, leais e... devidamente programados por ela. Mas será que esses seres previsíveis conseguirão substituir os amigos de carne e osso de quem Eugênia tanto sente falta, com suas atitudes e pensamentos por vezes indecifráveis?
Janaina Tokitaka e o acolhimento às diferenças em Eugênia e Os Robôs
Começo, meio e fim, Frei Betto (Rocco)
Começo, meio e fim é o relato envolvente da descoberta da morte por uma menina tão meiga e doce que costuma associar todos os membros de sua família às guloseimas que gosta de devorar. É a descoberta de que a vida também tem seu lado amargo, quando perdemos aqueles que amamos sem entender muito bem a própria razão da existência da morte. Aprendizado suavizado pela amorosa lição de vida dada por seu avô. Falar da morte para crianças é um desafio que pouquíssimos escritores ousaram enfrentar. É preciso o talento, a sensibilidade e, sobretudo, a fé inquebrantável no ser humano de um Frei Betto para vencer um desafio desse porte.
Frei Betto escreve para crianças sobre a finitude da vida em "Começo, Meio e Fim"
Píppi nos mares do sul, Astrid Lindgren (Companhia das Letrinhas)
Píppi Meialonga, a menina de tranças ruivas espetadas e rosto sardento, é a pessoa mais famosa de sua pequena cidade, a tal ponto que sua casa, chamada Vila Vilekula, apesar de estar caindo aos pedaços, transformou-se em ponto turístico, ao lado do Museu de Arte Popular e do Túmulo Viking.
A fama de Píppi vem de sua força extraordinária - ela carrega até seu cavalo nos ombros - e de seu desdém pelo mundo dos adultos. Ela é uma menina "impossível", sempre com uma resposta na ponta da língua e uma inabalável confiança em si mesma. Acompanhada pelos amigos Tom e Aninha - as crianças "normais" que a adoram - Píppi embarca numa aventura rumo ao paraíso tropical do sul do Pacífico.
Reinações de Narizinho, Monteiro Lobato (Globo Livros)
Reinações de Narizinho, um clássico da literatura infantil brasileira que continua atual como nunca, reúne histórias escritas por Monteiro Lobato em 1920. O livro narra as primeiras aventuras que acontecem no Sítio do Picapau Amarelo e apresenta Emília, a boneca de pano tagarela e sabida, Tia Nastácia, famosa por seus deliciosos bolinhos, Dona Benta, uma avó muito especial, e sua neta Lúcia, a menina do nariz arrebitado. Lúcia, mais conhecida como Narizinho, é quem transporta os leitores a incríveis viagens pelo mundo da fantasia.
O Menino de Vestido, David Walliams (Intrínseca)
A vida de Dennis não é nenhum mar de rosas: ele foi abandonado pela mãe, não se entende com o irmão, o pai está deprimido e, para piorar, há uma regra em casa que proíbe abraços. Só duas coisas o fazem feliz: jogar futebol e olhar vestidos bonitos. Ele é o atacante do time do colégio e adora a revista Vogue. Durante uma detenção, Dennis conhece Lisa, a menina mais bonita da escola e que também se interessa por moda. Os dois se tornam amigos e passam a se encontrar na casa dela. Até que um dia ela o convence a pôr um vestido e ir à aula fingindo ser uma aluna de intercâmbio. É nesse momento que a vida chata e comum de Dennis se transforma em algo extraordinário.
Brasil Post
Ceci tem pipi?, Thierry Lenain (Companhia das Letinhas)
No começo, era tudo muito simples para Max: havia o pessoal Com-pipi e o pessoal Sem-pipi. Um belo dia na escola, porém, uma garotinha chamada Ceci vai para a turma de Max. Como ela é uma Sem-pipi, Max não dá muita bola para Ceci. Mas aos poucos a menina vai deixando Max intrigado: Ceci desenha um mamute, joga bola e tem uma bicicleta de garoto.
Ceci tem pipi? é uma historinha divertida sobre a descoberta das diferenças e das semelhanças entre meninos e meninas, com ilustrações coloridas e bem-humoradas.
Vale a pena conhecer os outros títulos da série da Ceci, publicados no Brasil: Os Beijinhos da Ceci; Ceci e o vestido de Max; Ceci quer um bebê.
Olívia não quer ser princesa, Ian Falconer (Globinho)
Ser princesa é a fantasia de todas as meninas. Todas? Não é bem assim. Que o diga a porquinha Olivia! Inquieta como sempre, e desta vez mais inconformada do que nunca, ela enfrenta uma crise de identidade infantil. Todas as suas amigas só querem saber de ser princesa, com vestido cor-de-rosa e varinha de condão. Olivia se pergunta: por que é que todo mundo tem de pensar do mesmo jeito, vestir as mesmas roupas, sonhar os mesmos sonhos? Ela queria ser diferente. Mas o que Olivia quer ser?
Na nova aventura da série criada por Ian Falconer - Olivia não quer ser princesa, título recém-lançado pela Globinho -, a contestadora porquinha descobre que a vida é cheia de alternativas. E, usando toda sua criatividade e rebeldia, perturba os pais falando sobre as possibilidades de escolha que mais combinam com seu jeito todo próprio de ser. O que, afinal, Olivia gostaria de ser? O "papo cabeça" de Olivia com os pais em meio à rotina da família é entremeado de cenas fantasiadas pela garotinha - tudo capturado pelo traço minimalista do autor na forma de ilustrações divertidíssimas.
Menina bonita do laço de fita, Ana Maria Machado (Ática)
Era uma menina linda. A pele era escura e lustrosa, que nem pêlo da pantera quando pula na chuva. Do lado da casa dela morava um coelho que achava a menina a pessoa mais linda que ele já vira na vida. Queria ter uma filha linda e pretinha como ela.
7 a 9 anos
Até as princesas soltam pum, Ilan Brenman (Brinque-Book)
Laura é uma garotinha e, como toda criança, é bem curiosa. E uma das questões que mais a intrigam, assim como a seus colegas de escola, é saber se as lindas princesas de contos de fadas soltam ou não pum.
Ela recorre ao pai para esclarecer esta dúvida tão perturbadora, que, por sua vez, recorre ao antigo "livro secreto das princesas". Com ele, vem a confirmação: sim, Cinderela, Branca de Neve e até a Pequena Sereia sempre soltaram pum!
Por que só as princesas se dão bem?, Thalita Rebouças (Rocco)
O que Bia não esperava é que, antes de pegar no sono, ela fosse levada para dentro do livro que estavam lendo. E de uma hora para outra, se tornasse uma princesa de verdade! Mas é justamente aí que a tão sonhada vida de princesa começa a se tornar um verdadeiro pesadelo. Regras, regras e mais regras. Do cabelo aos sapatos, Bia descobre que não pode escolher o que usar, comer ou fazer. Escola, amigos, brincadeiras? Nada disso, princesas estudam em casa e cumprem uma exaustiva agenda de eventos (chatos). E o pior de tudo: nada de perguntas. "Princesas não fazem mil perguntas. Princesas cumprem seu papel e olhe lá", diz Fedegunda, a assistente número 3 da princesa Bia.
Repleto de situações inusitadas, tiradas e diálogos engraçados, não é preciso dizer que o dia de princesa de Bia foi um completo desastre.
Ana Levada da Breca, Maria de Lourdes Ramos Krieger (Moderna)
Seja você mesmo, é a mensagem que traz a história de Ana. Ser do jeito que todos querem que você seja pode não dar resultados felizes, e, no fundo, ninguém vai ficar contente. Essas verdades são vividas e sentidas por uma criança que, com seu modo único de ver a vida, ensina que tudo é relativo, brigar pode ser sinônimo de amar e a aparente perfeição pode esconder sentimentos muito tristes.
A Cinderela Mudou de Ideia, Myriam Sierra, Nunila López (Planeta)
"A Cinderela Mudou de Ideia" desconstrói o mito de que, para ser feliz, uma mulher precisa esperar por um príncipe que a salve. A obra apresenta uma personagem que se vê sufocada dentro de um sonho que ela não planejou, mas ao qual se submeteu por acreditar que seria o melhor para sua vida.
Então, surge o dia em que ela conhece a fada do Chega!, e descobre que uma mulher pode - e quer - muito mais. Ela, então, decide descalçar os sapatinhos de cristal, descer do salto alto e partir em uma agradável viagem na qual descobrirá um mundo muito maior que a faz sentir completa pela primeira vez em sua vida.
Quase de verdade, Clarice Lispector (Rocco)
Lançado postumamente, em 1978, Quase de verdade é o terceiro título infantil de Clarice Lispector a ganhar nova edição, em capa dura, pela Rocco. Narrado, ou melhor, "latido" por Ulisses - uma homenagem da escritora ao seu cachorro vira-lata - o livro, que traz belas ilustrações de Carla Irusta, apresenta a história de uma figueira invejosa que traça um plano para obrigar as galinhas a colocarem ovos continuamente. Com toques de metalinguagem e um forte conteúdo político, abordado de forma lúdica e bem humorada, o livro provoca os pequenos com "uma história que até parece de mentira e até parece de verdade".
9 a 11 anos
Eugênia e os robôs, Janaina Tokitaka (Rocco)
Eugênia é uma menina de 11 anos apaixonada por mecânica e elétrica e capaz de consertar qualquer aparelho eletrônico. Seu quarto, repleto de fios e outras traquitanas, parece mais um cenário de filme de ficção científica do que o mundinho cor-de-rosa de uma pré-adolescente! Cansada de tentar entender os seres humanos, que ela considera muito complicados, mas sentindo-se sozinha, Eugênia decide criar seus próprios amigos - companheiros, leais e... devidamente programados por ela. Mas será que esses seres previsíveis conseguirão substituir os amigos de carne e osso de quem Eugênia tanto sente falta, com suas atitudes e pensamentos por vezes indecifráveis?
Janaina Tokitaka e o acolhimento às diferenças em Eugênia e Os Robôs
Começo, meio e fim, Frei Betto (Rocco)
Começo, meio e fim é o relato envolvente da descoberta da morte por uma menina tão meiga e doce que costuma associar todos os membros de sua família às guloseimas que gosta de devorar. É a descoberta de que a vida também tem seu lado amargo, quando perdemos aqueles que amamos sem entender muito bem a própria razão da existência da morte. Aprendizado suavizado pela amorosa lição de vida dada por seu avô. Falar da morte para crianças é um desafio que pouquíssimos escritores ousaram enfrentar. É preciso o talento, a sensibilidade e, sobretudo, a fé inquebrantável no ser humano de um Frei Betto para vencer um desafio desse porte.
Frei Betto escreve para crianças sobre a finitude da vida em "Começo, Meio e Fim"
Píppi nos mares do sul, Astrid Lindgren (Companhia das Letrinhas)
Píppi Meialonga, a menina de tranças ruivas espetadas e rosto sardento, é a pessoa mais famosa de sua pequena cidade, a tal ponto que sua casa, chamada Vila Vilekula, apesar de estar caindo aos pedaços, transformou-se em ponto turístico, ao lado do Museu de Arte Popular e do Túmulo Viking.
A fama de Píppi vem de sua força extraordinária - ela carrega até seu cavalo nos ombros - e de seu desdém pelo mundo dos adultos. Ela é uma menina "impossível", sempre com uma resposta na ponta da língua e uma inabalável confiança em si mesma. Acompanhada pelos amigos Tom e Aninha - as crianças "normais" que a adoram - Píppi embarca numa aventura rumo ao paraíso tropical do sul do Pacífico.
Reinações de Narizinho, Monteiro Lobato (Globo Livros)
Reinações de Narizinho, um clássico da literatura infantil brasileira que continua atual como nunca, reúne histórias escritas por Monteiro Lobato em 1920. O livro narra as primeiras aventuras que acontecem no Sítio do Picapau Amarelo e apresenta Emília, a boneca de pano tagarela e sabida, Tia Nastácia, famosa por seus deliciosos bolinhos, Dona Benta, uma avó muito especial, e sua neta Lúcia, a menina do nariz arrebitado. Lúcia, mais conhecida como Narizinho, é quem transporta os leitores a incríveis viagens pelo mundo da fantasia.
O Menino de Vestido, David Walliams (Intrínseca)
A vida de Dennis não é nenhum mar de rosas: ele foi abandonado pela mãe, não se entende com o irmão, o pai está deprimido e, para piorar, há uma regra em casa que proíbe abraços. Só duas coisas o fazem feliz: jogar futebol e olhar vestidos bonitos. Ele é o atacante do time do colégio e adora a revista Vogue. Durante uma detenção, Dennis conhece Lisa, a menina mais bonita da escola e que também se interessa por moda. Os dois se tornam amigos e passam a se encontrar na casa dela. Até que um dia ela o convence a pôr um vestido e ir à aula fingindo ser uma aluna de intercâmbio. É nesse momento que a vida chata e comum de Dennis se transforma em algo extraordinário.
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