10/12/2014
Dado está em relatório inédito sobre prevenção global da violência; segundo documento, 475 mil pessoas foram assassinadas no mundo em 2012 e 47 mil no território brasileiro; na Europa, o total de homicídios foi de cerca de 10 mil.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Cerca de 475 mil pessoas foram vítimas de homicídio em 2012, sendo que as Américas foram a região com o maior índice a cada 100 mil habitantes: 28,5%.
Os números são um dos destaques de um relatório inédito sobre prevenção global da violência, divulgado esta quarta-feira por três agências da ONU.
Foram 133 países analisados, incluindo o Brasil. O estudo cita mais de 47 mil casos de homicídios no país em 2012, cerca de 10% do total global. O resultado é muito maior que os 10 mil casos registrados em países de baixa e média rendas da Europa no mesmo ano.
Conjunto de Leis
O relatório traz ainda o índice de consumo de álcool per capita entre adultos brasileiros, que chega a ser de 8,7 litros em média. A nível global, apenas um terço das nações estão implementando iniciativas de larga escala para prevenir a violência. E apenas metade aplica por completo um conjunto de leis neste sentido.
Segundo o relatório, o Brasil implementou totalmente as leis contra o casamento infantil, contra a mutilação genital feminina e contra o abuso de idosos. Mas o país aplica parcialmente outras, como a lei contra armas nas escolas, contra o estupro dentro do casamento e contra a violência sexual.
Mulheres
A nível global, uma em cada quatro crianças sofre abusos físicos; uma em cada cinco meninas já foram abusadas sexualmente e uma em cada três mulheres foi vítima de violência física ou sexual cometida pelo próprio parceiro.
Leis contra o estupro existem em 98% dos 133 países avaliados e 87% tem leis contra a violência doméstica, aponta o estudo. E metade das nações avaliadas têm programas para evitar violência contra a mulher.
Saúde Mental
Menos de um quarto dos países tem campanhas de informação pública para prevenir abusos de idosos. Metade e também metade tem projetos nas escolas para ensinar as crianças.
Sobre serviços de saúde mental para as vítimas da violência, as Américas são a região que tem a maior proporção de países que oferecem a ajuda: 71%.
O estudo foi publicado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud e Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.
As três agências destacam que as consequências da violência física, mental ou sexual muitas vezes permanecem ao longo da vida da vítima e podem até contribuir para casos de câncer, doenças do coração e Aids.
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