Campinas conta atualmente com apenas 30 cadastrados.
Voluntários recebem um salário mínimo para custear novo integrante.
17/12/2014
Do G1 Campinas e Região
Apesar do Estatuto da Criança do Adolescente não recomendar a permanência de crianças de 0 a 3 anos em abrigos, Campinas (SP) tem 47 delas atualmente nesta situação. São meninos e meninas que foram retirados dos pais por ordem judicial ou pelo Conselho Tutelar, em caráter emergencial, e deveriam ser encaminhados para uma 'família acolhedora', uma espécie de lar temporário. Porém, o projeto reúne apenas 30 cadastros no município.
Das 30 famílias acolhedoras de Campinas, 16 atendem as crianças de 0 a 3 anos e outras 14 abrigam as com idade superior. O projeto permite que cada família cadastrada abrigue uma criança que foi retirada dos pais por maus-tratos ou violência. Os jovens ficam com a família por até dois anos e os voluntários recebem um salário mínimo para custear o novo integrante temporário. No entanto, as famílias do projeto não podem adotá-las.
De acordo com a secretária de assistência social de Campinas, Jane Valente, o atendimento com famílias acolhedoras é recente e precisa ser divulgado para adquirir interessados. "É uma modalidade nova de atendimento que está no Estatuto da Criança e Adolescente há cinco anos", explicou. Sem o número necessário de famílias, as crianças são encaminhadas para os abrigos.
Benefício para crianças
Segundo a secretária, crianças que permanecem em abrigos por um ano perdem quatro meses de desenvolvimento. "Por isso temos compromisso com as crianças de 0 a 3 anos, para possibilitar que o seu pleno desenvolvimento ocorra no contato e socialização com a família e comunidade", explicou.
Jane ressalta, também, que crescer com uma família permite que a criança aprenda regras de sociabilidade, o que auxilia o desenvolvimento. "Diferente de uma instituição, na família a criança traz uma dificuldade e tem membros próximos que acolhem essa dificuldade, auxiliam", conclui.
'Posso ajudar muitas crianças'
A técnica de enfermagem Idelma Fernandes de Oliveira é uma das 30 cadastradas no projeto em Campinas. Idelma conta que nunca teve interesse em buscar adoção, mas que se interessou em ser uma família acolhedora. "Na adoção, eu ajudaria uma criança, sendo família acolhedora eu posso ajudar muitas crianças", resumiu a mulher de 64 anos.
Idelma recebe crianças há cinco anos e, neste período, abrigou um menino de 7 anos e um bebê de 10 meses. A técnica de enfermagem tem, ainda, dois filhos e dois netos. "É muito gostoso e gratificante você ver a criança desabrochando", conclui.
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