Manifestação está prevista para agosto e 1,3 mil pessoas confirmaram presença pela rede social
15/07/2011 - 18:39
Alunas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) organizam uma passeata pela rede social Facebook contra os casos de estupro no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, onde fica um dos campus da universidade. A manifestação está marcada para o dia 11 de agosto, às 14h. Até o começo da noite desta sexta-feira (15), 1.356 pessoas confirmaram a presença no evento.
A frase "Você pode ser a próxima estuprada" (foto abaixo) foi pichada em um muro na avenida Atílio Martini, próximo ao 7º Distrito Policial. Moradores e estudantes enviaram e-mails e comentários dizendo que uma onda de estupros têm assustado quem reside no local.
Segundo os organizadores da passeata, a ideia é "mostrar a indignação diante dessa onda de estupros ocorridos em Barão Geraldo, além disso, refletir e buscar soluções práticas para que esses crimes sejam evitados. Vivemos numa sociedade que ainda ensina a não ser estuprada ao invés de não estuprar", informa texto publicado na rede social.
As estudantes também enfatizam na página da internet que "Estupro é crime, independente da roupa, do comportamento e de qualquer outro pretexto que se possa pensar. A culpa é o estuprador. Todas as mulheres devem ter direito de se vestir como quiserem e ninguém tem o direito de mexer, fazer gracinhas ou violentá-las".
A concentração está programada para ocorrer no balão da Avenida 1 do campus. Os manifestantes devem subir a Avenida 2, e seguem até o 7º DP.
Estatísticas
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, de janeiro a maio deste ano, foram registrados 80 estupros na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Campinas, onde são concentradas as ocorrências deste tipo. Mas de acordo com a coordenadora da entidade SOS Ação Mulher e Família, Lúcia Octaviano, os dados são irreais, já que muitas mulheres não registram boletim de ocorrência na maior parte dos casos. A instituição oferece acompanhamento psicológio e jurídico gratuito às vítimas de estupro em Campinas e atende atualmente cerca de 60 famílias.
A coordenadora da entidade explica que as mulheres têm medo e se sentem vulneráveis, principalmente quando o agressor é conhecido ou parente da vítima.
A Polícia Civil pede que qualquer ocorrência ou atitude suspeita seja comunicada para os distritos policias ou para a Delegacia da Mulher, responsável pelas investigações neste caso. A Polícia Militar informou que faz rondas na região de Barão Geraldo e não foi informada sobre o aumento deste tipo de crime.
Segurança
O delegado responsável pela delegacia do distrito de Barão Geraldo, o 7° DP, Tadeu de Almeida, informou que a região tem algumas características que contribuem para a ocorrência desse tipo de crime como, por exemplo, a concentração de estudantes que são de cidades menores e até de outros países, não têm o hábito de tomar os mesmos cuidados de quem já reside em Campinas. O delegado reforça que não há motivo para preocupação, uma vez que o número de casos registrados está dentro da média esperada.
As recomendações para evitar um estupro, segundo o delegado do 7º DP são: evitar sair sozinho em horários de menor movimento e evitar locais isolados e ficar atento ao entrar e sair de casa.
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