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domingo, 19 de fevereiro de 2012



Livro ensina a fugir dos relacionamentos destrutivos


MARTHA MENDONÇA

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Responda, leitora:
- Você parou de exercer alguma de suas atividades favoritas por causa do seu parceiro?
- Você diria que se sente esgotada, em vez de energizada, depois de interagir com aquele que é o homem da sua vida?
- Em público, ele se comporta de forma diferente do que faz quando vocês estão sozinhos?
- Ele frequentemente a acusa de estar flertando, de não estar onde você disse que estaria ou de envolvimento em atividades suspeitas?
- Você o flagra em mentiras que ele não admite, nem quando você tem provas?
- Ele se comporta de maneiras que a fazem sentir que ele é um adolescente e você é sua mãe?
- Seu parceiro costuma transformar discussões sobre assuntos importantes para VOCÊ em discussões ques só têm a ver com ELE?
- Ele concorda com várias condições de seu relacionamento, depois as ignora completamente, sem qualquer explicação razoável?
- Ele a tem depreciado ou criticado com frequencia, e depois insistido que estava “só brincando”?
- Você se vê muitas vezes tendo que dar desculpas por ele ou pela forma como ele se comporta?
- Você se vê frequentemente dizendo a si mesma “mas ele me ama…”, de modo a justificar os comportamentos dele que a magoam?
Essas e outras perguntas fazem parte de um teste do livro Ele não serve pra você – um guia para livrar-se de relacionamentos destrutivos, que será lançado no fim do mês pela Editora Rocco. A autora é Beth Wilson, americana especialista na área de aconselhamento, best-seller e campeã de audiência na internet. Ela o escreveu com a consultoria da psicóloga novaiorquina Maureen Therese Hannah. O alvo do livro são as mulheres que se deixam levar por seus sonhos de encontrar o amor e muitas vezes não conseguem desembarcar de relacionamentos problemáticos, que podem acabar com suas vidas.
A autora fala de como essa armadilha da relação doentia se arma sutilmente em torno dessa mulher. O medo de perder o parceiro é a chave de tudo – daí a ênfase em elevar a autoestima. Ela descreve as formas de controle desses homens, ataca a mitologia romântica e estimula a atenção aos próprios instintos.
Começar a ler o livro me fez lembrar de uma amiga que ficou casada cinco anos e saiu acabada deste relacionamento, em todos os aspectos. Ela não tinha o distanciamento necessário para perceber. Mas nós, amigos, de fora, odiávamos vê-la presa, deprimida, mal cuidada. Este homem não parava de colocá-la para baixo – inclusive em público. Quem estava por perto morria de vergonha e de raiva por ela. Mas se alguma vez alguém levantou a voz para defendê-la, ela própria pediu que parasse. Suas observações, seus gostos, sua maneira de ser, tudo ele criticava. Chegava a impedir que ela comesse docinhos em festas. Dizia que ela ia ficar cheia de celulites. Tudo da forma mais agressiva possível. Ela tentou se separar algumas vezes, mas aí ele se humilhava, pedia para voltar. Engordou, teve que tomar anti-depressivos, o cabelo caiu por causa do sistema nervoso. Foram cinco anos terríveis. Sorte que não tiveram filhos. Ela nunca o abandonou. Foi ele que arrumou outra (com quem já tinha um caso de mais de um ano) e acabou com o casamento. Minha amiga sofreu. Mas foi melhor assim. Aos poucos ela se reergueu e hoje está bem, com outro namorado – e o aprendizado do que não deve aceitar em um homem.
Num dos capítulos, Beth dá pistas dos tipos de homem de quem se deve fugir:
O narcisista
O foco é sempre neles e em suas necessidades e, mesmo quando a atenção se volta para outros, não permanece lá por muito tempo. (…) Os narcisistas são naturalmente abusivos no sentido psicológico e emocional porque quase não têm espaço para acomodar os outros. (…) São cronicamente atrasados (porque qualquer coisa que estejam fazendo é prioridade), esquecem de aniversários, julgam pessoas rapidamente. Quando sentem que você não está lhe dando total atenção, reagem com tiradas que induzem à culpa.
O “cara legal”
Uma vez uma amiga me ligou para perguntar se era normal que um cara sempre estendesse a mão para outra mulher, algumas que mal conhecia. Será que ele era apenas “legal demais”? Dois meses depois ela telefonou para contar que ele estava fazendo sexo com outras mulheres – tendo mentido a respeito. “Ajudar mulheres” era seu método de invadir suas vidas e, por fim, suas calças.
O predador
Cruel, coração frio, isento de empatia. (…) Os predadores são especialistas habilidosos em imitar uma ligação psicológica e emocional, e até mesmo espiritual. (…) Mas essas falhas podem ser imperceptíveis quando você está encantada por ele. Normalmente trabalham duro e estudam muito para atingir suas metas. (…) Mas só enxergam os que estão ao redor exclusivamente com relação às próprias necessidades e frequentemente afligem as outras pessoas por seu ganho próprio. (…) Mudam de humor rapidamente: se enfurecem e depois são subitamente meigos. Mentem sobre remorso.
O viciado
Você tenta lidar com isso de modo que os vizinhos não o vejam bêbado no jardim. Tenta esconder o dinheiro. Tenta ser uma esposa e uma mãe melhor para reduzir o estresse, e ainda pensa que você pode ser a causa disso tudo. (…)
O vicado em sexo
Ele oscila entre querê-la e se mostrar indiferente na cama? Fica no computador, escondido, à noite? Flerta em festas, quando acha que você não está olhando ou trata você como se fosse invisível quando é apresentado a uma mulher atraente? Sutilmente faz comentários depreciativos sobre seu corpo, seu peso, sua aparência, para mantê-la retraída? (…) E depois dirá que você está exagerando e que “todos os homens precisam ver pornografia” ou “todos os homens têm casos extraconjugais quando não estão satisfeitos em casa; qual o problema?” Também podem ser muito possessivos, já que para eles é inconcebível que outros homens não a estejam cobiçando, da mesma forma como ele cobiça outras mulheres.
E você, já teve um relacionamento destrutivo?

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