"Diziam que eu brincava de ser feliz e, não, eu sou feliz de verdade", diz Katya Hemelrijk da Silva (Foto: Arquivo pessoal) |
Em depoimento a ÉPOCA, portadora de osteogênese imperfeita (ossos de vidro) fala sobre a dificuldade que enfrentou para embarcar em avião. Sem equipamentos adequados, ela precisou rastejar para subir até a aeronave
KATYA HEMELRIJK DA SILVA, EM DEPOIMENTO A RENATO MACHADO
04/12/2014
Aos 21 anos, Marta me trouxe ao mundo. Quando nasci, em São Paulo, os médicos falaram que eu não passaria do primeiro ano de vida. Ninguém entendia muito bem o que eu tinha. Diziam que minha frágil caixa torácica não teria um pulmão bem desenvolvido e a insuficiência pulmonar logo dominaria.
Minha mãe foi atrás de ajuda. Tudo que sugeriam e havia alguma possível melhora para mim, ela tentava. Cresci com cuidados, mas com muito incentivo para que eu fizesse o que me deixava feliz. Eu tenho osteogênese imperfeita (ossos de vidro), uma falta de cálcio nos ossos que me leva a ter fraturas com o menor dos choques. Até os dez anos eu já tinha contado 200 fraturas.
Minha mãe sempre me ensinou desde pequena que nada pode impedir que a gente faça o que tem vontade. Se eu quebraria um braço dormindo, eu preferia quebrá-lo me divertindo. Se era pra quebrar, que eu estivesse feliz.
Foto tirada pelo marido de Katya, Ricardo, enquanto ela embarcava no avião (Foto: Arquivo pessoal) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário