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sexta-feira, 25 de maio de 2012


Iranianas que estão tentando mudar o país

Por Marina Caruso


Roxana Saberi, Sanaz Zaresani, Shadi Sadr e Parvin Ardalan

No início da semana, demos destaque aqui no site para Aesha Mohammadzai, a afegã que teve o nariz e as orelhas decepadas pelo marido, na tentativa de escapar de um casamento forçado. O caso é antigo, mas esta semana, depois de uma reportagem sobre a vida dela nos EUA, fiquei pensando no quanto sua exposição na capa da revista Time deu voz a centenas (e até milhares) de mulheres que não conhecemos e que também sofrem caladas com as regras impostas pelo Talibã e outros regimes extremistas.

Daí, me lembrei de uma grande amiga de infância, a Memé – na verdade Mariana Pereira de Almeida, hoje, uma jornalista de mão cheia – , que virou uma espécie de defensora informal das muçulmanas e que me falou de iranianas que têm se destacado na luta contra as violações dos direitos humanos. São jovens e belas jornalistas, blogueiras e poetas que foram presas, torturadas e, assim como Aesha, tiveram de sair do país em busca de liberdade de expressão. Aqui uma apresentação breve sobre elas:

Roxana Saberi: jovem e bela jornalista americana, com nacionalidade iraniana, condenada a oito anos de prisão na república islâmica pela acusação de espionar o país para os Estados Unidos. Ela sofreu tortura psicológica e foi obrigada a confessar o crime que não cometeu. Mas, depois de passar cem dias na cadeia, foi libertada, em maio de 2009, graças à pressão internacional. Ela voltou aos Estados Unidos e começou a militar pelos direitos humanos no Irã. Roxana esteve no Brasil em 2010 para lançar o livro Entre dois Mundos. Minha vida de Prisioneira no Irã.

Sanaz Zaresani: poetisa e blogueira, que nasceu no Irã, em 1980. Ela chegou a ser detida por algumas horas e viu amigos morrerem na prisão. Saiu do país para poder escrever e se expressar (um direito básico, mas que é negado aos cidadãos pelo governo iraniano). Conseguiu asilo na Alemanha, onde lançou o seu primeiro livro. Sanaz pertence a uma nova geração de poetisas que começou a quebrar barreiras, falando de maneira livre e elegante sobre o significado de ser uma mulher sob o regime islâmico e na diáspora.

Shadi Sadr: advogada proeminente na defesa de violações dos direitos humanos, especialista em direitos das mulheres no Irã. Era diretora do centro Raahi (hoje fechado), que oferecia aconselhamento legal às mulheres, e criou o site Mulheres do Irã para divulgar a sua causa. Defendeu, no tribunal, diversas ativistas e jornalistas, condenadas pelo regime iraniano, e fez uma campanha para acabar com a pena de apedrejamento no país.

Parvin Ardalan: escritora, jornalista e ativista pelos direitos das mulheres. Foi premiada com o Olof Palme Prize, da Suécia, em 2007. Na ocasião, ganhou um certificado e 75.000 dólares. Ao longo dos anos, fundou o Centro Cultural para Mulheres, que analisa e documenta questões femininas no Irã. Desde 2005, a organização publica a primeira revista online sobre direitos das mulheres iranianas, editada por Parvin.

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