O machismo ataca novamente nas propagandas publicitárias
Por Mariana Sanches
Propaganda da Volkswagen atual: em vez de vender carros, ofenderam mulheres |
Sou do tipo que detesta o politicamente correto, mas também acho difícil confundir humor com insulto. Neste caso, machista. Olhe para a propaganda acima. Não, ela não é do começo do século passado. Ela acaba de ser veiculada pela montadora alemã Volkswagen, uma das maiores do Brasil. Para vender carros de última tecnologia, usam idéias de anteontem (literalmente, basta dar uma olhada aí embaixo, em uma propaganda da mesma Volksvagen, da década de 1970).
Na década de 1970, eles faziam propagandas com mensagens semelhantes às de hoje |
Não sei quem achou engraçado sugerir que a mulher é inferior para vender qualquer produto. Até porque nós somos metade do mercado consumidor do país. Não tem graça fazer propaganda ofendendo nenhum dos seus potenciais compradores, quem dirá metade deles.
Não é a primeira vez que propagandas machistas entram na pauta. Em setembro do ano passado, a Hope Lingerie veiculou uma propaganda em que a modelo brasileira Gisele Bündchen ensinava as consumidoras a dar más notícias aos seus maridos. Para evitar brigas, segundo a propaganda, bastava estar usando apenas lingerie. A propaganda ofendeu. A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República pediu a suspensão da campanha ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). O processo foi arquivado sem que a propaganda chegasse a ser suspensa. A secretaria saiu como censora.
Embora tivesse a louvável intenção de defender as mulheres, a secretaria realmente seguiu pelo caminho errado. As próprias mulheres têm condições de se defender desse tipo de violência. Basta deixar de comprar os produtos de marcas que as ofendem. Se há uma linguagem universal, é a do bolso.
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