24.05.2017
Neste dia 25 de maio – Dia Laranja Pelo Fim da Violência contra as Mulheres-, as Nações Unidas reforçam seu apelo à mobilização de recursos para acabar com a violência contra mulheres e meninas e para o imenso custo dessa violência de gênero. Estima-se que o custo da violência contra as mulheres represente 2% do produto interno bruto global, ou cerca de 1,5 trilhões de dólares.
“A violência contra as mulheres é uma manifestação perversa fruto da discriminação e da desigualdade de gênero. Para além das consequências humanas imensuráveis que ela traz, tal violência impacta em elevados custos para os serviços de atendimento -incluindo a saúde, a segurança e a justiça. Investir na prevenção e na erradicação da violência contra as mulheres e meninas é muito menos custoso do que tem nos custado a falta de ação”, diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres.
“A violência contra as mulheres é uma manifestação perversa fruto da discriminação e da desigualdade de gênero. Para além das consequências humanas imensuráveis que ela traz, tal violência impacta em elevados custos para os serviços de atendimento -incluindo a saúde, a segurança e a justiça. Investir na prevenção e na erradicação da violência contra as mulheres e meninas é muito menos custoso do que tem nos custado a falta de ação”, diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres.
O enfrentamento à violência contra mulheres e meninas continua apresentando desafios para o Brasil, ilustrados em dados e pesquisas sobre o tema. 40% das mulheres brasileiras já sofreram de violência doméstica em algum momento de sua vida. De acordo com pesquisa nacional de percepção , 66% dos brasileiros presenciaram uma mulher sendo agredida fisicamente ou verbalmente em 2016. . Em 2014, foram mais de 45 mil estupros cometidos no Brasil. A cada duas horas uma mulher é assassinada no país, a maioria por homens com os quais têm relações afetivas. O que coloca o Brasil na 5º posição em um ranking de 83 países em assassinato de mulheres.
O custo da violência contra as mulheres
- O custo da violência contra as mulheres pode chegar a 2% do PIB mundial. O que equivale a 1.5 trilhões de dólares -aproximadamente a economia do Canadá.
- Em Uganda, o custo anual com funcionárias/os que tratam mulheres vítimas de violência doméstica é de 1.2 milhões de dólares.
- O custo anual da violência contra as mulheres para a Justiça no Marrocos é de 6.7 milhões de dólares.
- Na Nova Guiné, empregadas do setor privado perdem 11 dias de trabalho ao ano como resultado da violência de gênero.
- O Peru perdeu mais de 70 milhões de dias trabalhados devido à violência doméstica e familiar.
- 20% das mulheres no Camboja que foram vítimas de violência doméstica relatam que faltaram ao trabalho e seus filhos faltaram à escola.
- No Vietnã, o custo direto da violência doméstica representa 21% das despesas mensais das mulheres;e vítimas da violência doméstica ganham 35% menos do que mulheres que não sofreram este tipo de violência.
- O custo anual da violência cometida por parceiros íntimos das mulheres é de 5.8 bilhões de dólares para os Estados Unidos e de 1.6 bilhões de dólares para o Canadá. Na Inglaterra e no País de Gales o custo da violência doméstica soma 32.9 bilhões de dólares.
Agenda 2030 Rumo à Igualdade de Gênero - A Agenda 2030 reconhece a violência de gênero como uma barreira ao desenvolvimento. Os compromissos assumidos pelos Estados-Membros nesta Agenda desafiam os governos e a comunidade internacional a garantir financiamento e serviços adequados para vítimas de violência e a implementar mecanismos de prevenção para impedir que a violência contra mulheres e meninas aconteça em primeiro lugar.
Evidências disponíveis mostram o imenso custo da violência contra mulheres e meninas em todo o mundo. E, paralelamente, também há iniciativas que ilustram como investimentos de pequena escala, quando oportunos e bem direcionados, podem trazer enormes benefícios para mulheres e meninas e para suas comunidades.
Prevenção no Brasil – Estudos sobre o custo da violência indicam que a prevenção precoce custa imensamente menos do que a intervenção em estágios avançados de crise. Revelam ainda que investir em detectar e prevenir a violência contra as mulheres poupará recursos consideráveis no futuro.
O Governo do Espírito Santo tem olhado para a prevenção como uma das principais formas de enfrentar as violências estruturais. O Estado ocupa o 2o lugar em assassinato de mulheres no país.
Em 2016, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado iniciou em parceria com a ONU Mulheres a capacitação de 43 professores e gestores da rede pública de ensino para implementação do currículo O Valente não é Violento nas escolas. A parceria visa avançar na prevenção da violência contra mulheres e meninas por meio da educação formal sobre igualdade de gênero. Uma segunda etapa do projeto inclui a realização de um piloto com 50 escolas da rede pública, a fim de reduzir os índices de violência contra meninas, incluindo a violência sexual, o abuso, a gravidez na adolescência e o casamento infantil.
O currículo O Valente não é Violento foi elaborado com o intuito de desafiar estereótipos de gênero que levam à violência, tais como a correlação entre masculinidade e violência, a diferenciação entre meninas e meninos no aprendizado nas Ciências Exatas e nas práticas esportivas, a divisão desigual nas tarefas domésticas e em espaços de poder, entre outros temas.
“Entendo que a Educação é a porta de entrada para o diálogo com os jovens e adolescentes por estar ligada diretamente à reprodução de ideais e valores. É de suma importância que a Educação esteja atenta aos processos sociais, culturais e políticos da sociedade, e que se discuta essas mudanças e transformações na escola. Pois, é a partir da escola que podemos difundir ideias e valores para o fim da cultura machista, sexista, misógina, e, assim, combater a violência contra as mulheres”, diz a Subsecretária de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo, Helena Soares Pacheco.
A parceria com a ONU Mulheres se insere na implementação do Programa de Enfrentamento à Violência contra as mulheres no Espírito Santo – Brasil, cujo objetivo é diminuir o seu número de homicídios.
Dia Laranja – Todo dia 25 do mês é um Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A data conclamada pelas Nações Unidas no marco da Campanha UNA-SE busca ampliar o calendário celebrado no dia 25 de novembro – Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Trata-se de um dia para dar visibilidade ao tema, mobilizar o compromisso e exigir as condições para que mulheres e meninas possam viver uma vida livre de violência.
No Dia Laranja, as Nações Unidas convidam a sociedade civil, os governos e outras/os parceiros a se mobilizarem em apoio à causa.
Em 2017, o Dia Laranja adota o lema “Não deixe ninguém para trás: acabe com a violência contra as mulheres e as meninas”, que se soma aos desafios da Agenda 2030, compromisso assumido pelos Estados-Membros das Nações Unidas pela promoção da igualdade e o desenvolvimento social em todos os níveis e para todas as pessoas.
Evidências disponíveis mostram o imenso custo da violência contra mulheres e meninas em todo o mundo. E, paralelamente, também há iniciativas que ilustram como investimentos de pequena escala, quando oportunos e bem direcionados, podem trazer enormes benefícios para mulheres e meninas e para suas comunidades.
Prevenção no Brasil – Estudos sobre o custo da violência indicam que a prevenção precoce custa imensamente menos do que a intervenção em estágios avançados de crise. Revelam ainda que investir em detectar e prevenir a violência contra as mulheres poupará recursos consideráveis no futuro.
O Governo do Espírito Santo tem olhado para a prevenção como uma das principais formas de enfrentar as violências estruturais. O Estado ocupa o 2o lugar em assassinato de mulheres no país.
Em 2016, a Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado iniciou em parceria com a ONU Mulheres a capacitação de 43 professores e gestores da rede pública de ensino para implementação do currículo O Valente não é Violento nas escolas. A parceria visa avançar na prevenção da violência contra mulheres e meninas por meio da educação formal sobre igualdade de gênero. Uma segunda etapa do projeto inclui a realização de um piloto com 50 escolas da rede pública, a fim de reduzir os índices de violência contra meninas, incluindo a violência sexual, o abuso, a gravidez na adolescência e o casamento infantil.
O currículo O Valente não é Violento foi elaborado com o intuito de desafiar estereótipos de gênero que levam à violência, tais como a correlação entre masculinidade e violência, a diferenciação entre meninas e meninos no aprendizado nas Ciências Exatas e nas práticas esportivas, a divisão desigual nas tarefas domésticas e em espaços de poder, entre outros temas.
“Entendo que a Educação é a porta de entrada para o diálogo com os jovens e adolescentes por estar ligada diretamente à reprodução de ideais e valores. É de suma importância que a Educação esteja atenta aos processos sociais, culturais e políticos da sociedade, e que se discuta essas mudanças e transformações na escola. Pois, é a partir da escola que podemos difundir ideias e valores para o fim da cultura machista, sexista, misógina, e, assim, combater a violência contra as mulheres”, diz a Subsecretária de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo, Helena Soares Pacheco.
A parceria com a ONU Mulheres se insere na implementação do Programa de Enfrentamento à Violência contra as mulheres no Espírito Santo – Brasil, cujo objetivo é diminuir o seu número de homicídios.
Dia Laranja – Todo dia 25 do mês é um Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A data conclamada pelas Nações Unidas no marco da Campanha UNA-SE busca ampliar o calendário celebrado no dia 25 de novembro – Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Trata-se de um dia para dar visibilidade ao tema, mobilizar o compromisso e exigir as condições para que mulheres e meninas possam viver uma vida livre de violência.
No Dia Laranja, as Nações Unidas convidam a sociedade civil, os governos e outras/os parceiros a se mobilizarem em apoio à causa.
Em 2017, o Dia Laranja adota o lema “Não deixe ninguém para trás: acabe com a violência contra as mulheres e as meninas”, que se soma aos desafios da Agenda 2030, compromisso assumido pelos Estados-Membros das Nações Unidas pela promoção da igualdade e o desenvolvimento social em todos os níveis e para todas as pessoas.
Saiba mais:
• Publicação Why Money Matters in Efforts to End Violence Against Women and Girls, ONU Mulheres, 2016.
• Relatório Donor Support to Southern Women’s Rights Organizations, OECD-DAC GENDERNET, 2016.
• Estudo The Costs of Violence. Understanding the Costs of Violence Against Women and Girls and its response: selected findings and lessons learned from Asia and the Pacific. ONU Mulheres, 2013.
• Pesquisa The Status of Financing for Women’s Rights Organizing and Gender Equality, AWID e OECD-DAC, 2011.
Notas:
[1] A definição de violência contra as mulheres desenvolvida pelas Nações Unidas na Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres é de que o termo significa qualquer ato de violência baseada em gênero que resulte em, ou possa resultar em, danos físicos, sexuais, psicológicos ou em sofrimento para as mulheres (…)”. Nações Unidas, 1993. Disponível em: https://documents-dds ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N94/095/05/PDF/N9409505.pdf?OpenElement.
[2] ONU Mulheres. Why Money Matters in Efforts to End Violence Against Women and Girls. 2016. Disponível em: http://www.unwomen.org/en/digital-library/publications/2016/11/why-money-matters-in-efforts-to-evaw.
[3]Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Anuário das Mulheres Brasileiras, 2011. Disponível em: http://www.dieese.org.br/anuario/anuarioMulheresBrasileiras2011.pdf.
[4] Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil, 2017. Disponível em: http://www.forumseguranca.org.br/publicacoes/visivel-e-invisivel-a-vitimizacao-de-mulheres-no-brasil.
[5] Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 10ºAnuário Brasileiro de Segurança Pública, 2016. Disponível em:http://www.forumseguranca.org.br/publicacoes/10o-anuario-brasileiro-de-seguranca-publica.
[6] Flacso Brasil. Mapa da Violência, 2015. Disponível em: http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf.
[7] Nações Unidas. The Economic Costs of Violence Against Women: An Evaluation of the Literature. 2005. Disponível em: http://www.un.org/womenwatch/daw/vaw/expert%20brief%20costs.pdf.
[8] Flacso Brasil. Mapa da Violência, 2015. Disponível em: http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf.
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