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segunda-feira, 29 de julho de 2019

AFETO PARA TRANSFORMAR AS DESIGUALDADE

Mas como sentir afeto pelo outro se não há convivência com o outro? A diretora Estela Renner reflete sobre a questão
POR ESTELA RENNER 
14.09.2017
A meu ver, uma das formas de combater a eterna desigualdade social que vivemos hoje é através do afeto.  
Mas como sentir afeto pelo outro se não há convivência com o outro? Depois de uma década fazendo filmes relacionados à infância, penso que seria um bom começo que, dentre outras coisas, tivéssemos creche pública de qualidade para todos, onde crianças crescessem juntas e a escola não fosse uma preparação para vida, mas sim a própria vida.

“Com as brincadeiras, um mundo cheio de sentido se constrói através do olho no olho, da colaboração, da curiosidade e do prazer”
Uma forma de as crianças não crescerem cercadas pelas fronteiras do preconceito e sim cercadas pelas dimensões múltiplas da humanidade. Seria um passo eficiente para que a desigualdade fosse combatida e a convivência fosse celebrada. Isso porque a primeira infância é centrada no ato legítimo de brincar, sem obstáculos. E com as brincadeiras, um mundo cheio de sentido se constrói através do olho no olho, da colaboração, da curiosidade e do prazer.
O adulto terá tido uma base para poder encarar o outro como um igual, facilitando o afeto mútuo e assim um mundo mais justo.
Estela Renner é diretora e roteirista de ficção e documentarista. Lançou em 2012 pela Maria Farinha Filmes o documentário Muito Além do Peso, que retrata a epidemia de obesidade entre crianças no Brasil. Ela foi homenageada do Trip Transformadores em 2016.

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