Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 24 de julho de 2019

NOSSAS CRIANÇAS ESTÃO SENDO "DATIFICADAS", E ISSO PODE COLOCÁ-LAS EM PERIGO


Não estamos alertando pais de que qualquer coisa que eles publiquem sobre seus filhos on-line pode ser usado contra eles no futuro

Crianças mexem em celulares na Coreia do Sul Foto: Chung Sung-Jun / Getty Images
Crianças mexem em celulares na Coreia do Sul Foto: Chung Sung-Jun / Getty Images

"Datificação" é uma nova palavra que significa transformar aspectos de nossa vida em dados computadorizados. Isto é, nossas fotografias, postagens, curtidas, mensagens e afiliações se tornam parte do eu digital que nos permite navegar na Internet e redes sociais, mas nos expõe a hackers, stalkers, roubo de identidades e superexposição no geral.

Pesquisadores estão preocupados com a possibilidade de termos uma geração inteira de jovens que foram "datificados" antes mesmo de nascer. Pais que publicam fotografias de ultrassom e atualizações diretamente da sala de parto estão fornecendo informações preciosas sobre nomes, datas de nascimento e outros fatores de identificação.
Não estamos alertando pais sobre como qualquer coisa que eles publiquem sobre seus filhos on-line, independentemente de usar o nome da criança ou não, pode ser usado contra eles ou seus rebentos no futuro.
Pense na última vez que um amigo publicou sobre as notas de seus filhos, seus problemas de saúde, marcas de personalidades, questões disciplinares ou até uma anedota embaraçosa. Agora pense em quantas pessoas eles têm em sua lista de "amigos" nas redes sociais. E pense quantos deles, de fato, são próximos. Depois considere o fato de que ex-amigos, conhecidos, falsos amigos e completos estranhos têm acesso a essa informação, que pode facilmente ser utilizada para humilhar ou extorquir as crianças ou seus pais no presente ou no futuro.
Considere também a quantidade de hacks de redes sociais que aconteceram nos últimos anos. Significa que, mesmo que uma pessoa seja cuidadosa sobre sua privacidade on-line, seus dados — incluindo informações sobre seus filhos — agora estão disponíveis, aguardando para ser utilizada maliciosamente.
Claro que compartilhar nossas dificuldades e conquistas é parte do que faz as redes sociais serem ótimas. Usá-las pode unir as pessoas e manter amigos e familiares a par do que anda acontecendo. Ainda que seja importante não constranger os pais que compartilham suas experiências, nós também devemos levar em consideração como isso afetará as crianças conforme elas envelhecem. Isso vale para outros membros da família, amigos, escolas e médicos também.
O crescimento da tecnologia nas escolas (EdTech) já levou o FBI a alertar que os dados de milhões de crianças já foram hackeados e utilizados em tentativas de extorsão nos Estados Unidos. Nós também sabemos de dezenas de hacks de fichas médicas. Ainda que os pais tenham menos controle sobre a coleta dessas informações, ainda têm o poder de fazer perguntas sobre a segurança, privacidade e a necessidade de coletar e armazenar informações sobre seus filhos.
Cada vez mais, verificações de antecedentes mais sofisticadas são capazes de olhar para esses dados antes de decisões serem tomadas sobre educação, emprego e até nas Cortes jurídicas. Nenhuma dessas possibilidades está distante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário