A polícia paulista decidiu não indiciar o jogador Neymar por estupro e agressão. A delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, concluiu na tarde desta segunda-feira (29) o inquérito que apurava a acusação feita pela modelo Najila de Souza Trindade.
Para a delegada, não há provas dos supostos estupro e agressões que o atleta teria praticado. Tais cenas estariam no possível primeiro vídeo feito por Najila – mas que, segundo ela, teria sido furtado por alguém.
Ao ESPN.com.br, o advogado da modelo afirmou que “levará a acusação para a Justiça da França”.
Para recordar o caso
· Neymar foi acusado de estupro pela modelo Najila Trindade. Ela registrou boletim de ocorrência na sexta-feira (31 de maio). Segundo o documento, ela alegou ter conhecido o jogador do Paris Saint-Germain e seleção brasileira nas redes sociais. E no dia 12 de maio, um assessor identificado como Gallo entrou em contato fornecendo passagens e hospedagem para ela viajar para Paris, na França. Ela afirmou ter embarcado no dia 14 e chegou no dia 15.
· A mulher também relatou que ficou no Hotel Sofitel Paris Arc Du Triumphe e recebeu o atleta de 27 anos por volta de 20h locais do dia 15. Segundo ela, o jogador chegou aparentemente embriagado. “Começaram a conversar, trocaram carícias, porém, em determinado momento, Neymar se tornou agressivo e, mediante violência, praticou relação sexual", afirmou ela.
· Tanto Neymar, por meio de vídeo em uma rede social – que o Instagram depois o tirou do ar - na qual expôs as conversas com a mulher, quanto seu pai, Neymar da Silva Santos, em duas entrevistas à TV Bandeirantes - uma por telefone e a outra participando ao vivo de um programa - negam que tenha havido estupro. Eles confirmam que houve relação sexual, mas que a mesma foi consensual.
· Na quarta-feira 5 de junho, o caso teve mais desdobramentos. Em entrevista ao SBT, a modelo falou pela primeira vez. Ela admitiu ter viajado com intuito de fazer sexo com Neymar, mas reiterou que foi estuprada e agredida após dizer que não queria ter relações sem o uso de preservativo.
· Depois, surgiu um novo vídeo que mostra Najila agredindo Neymar com tapas. A defesa da modelo diz que ela atraiu o jogador para gravar esse vídeo e tentar ter provas do que ele já havia feito com ela anteriormente.
Outros desdobramentos
Neymar se apresentou na quinta-feira (6 de junho) à Polícia Civil do Rio de Janeiro para depor sobre crime virtual por ter divulgado imagens íntimas de Najila.
No mesmo dia, novos trechos da conversa entre o jogador e a modelo apareciam. Neles, Neymar diz que a 'modelo pedia mais´, enquanto Najila rebate e deixa claro a Neymar que não gostou do que havia acontecido entre os dois. Ela ainda manda um áudio ao jogador dizendo que ele deveria ser homem e assumir os erros.
Najila fez seu depoimento no dia seguinte (7) mas passou mal e teve que ser levada ao hospital. Ela disse à polícia que a íntegra do vídeo que tinha estava em tablet furtado e também detalhou como teria sido o estupro.
Na segunda-feira (10), o advogado Danilo Garcia de Andrade se incomodou com o fato de o vídeo completo nunca ser divulgado e também com uma suposição da própria modelo de que ele estaria envolvido no furto do tablet. Assim, anunciou que não estava mais defendendo Najila no caso.
Na quinta-feira (13), foi a vez de Neymar depor à polícia. Ele ficou cinco horas no local para prestar esclarecimentos e saiu aparentemente confiante. Ele disse à polícia que usou preservativo durante o sexo e negou o estupro.
Em 14 de junho, o advogado Cosme Araújo assumiu o caso em defesa de Najila. Ele é amigo da família da modelo. No dia 17, ele solicitou que houvesse uma acareação entre sua cliente e Neymar.
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