Doenças como verrugas genitais (HPV), sífilis e infecções vaginais estão deixando os especialistas em estado de atenção
JAIRO BOUER
09/05/2017
Dados divulgados nas últimas semanas mostram a urgência de novos esforços e investimentos na prevenção no campo da sexualidade. Doenças como verrugas genitais (HPV), sífilis e infecções vaginais estão deixando os especialistas em estado de atenção.
O primeiro alerta veio do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos logo no início de abril. Quase a metade (42%) dos adultos americanos tem o vírus HPV na região genital e um a cada cinco deles (23%) possui as formas mais agressivas desse agente infeccioso, que podem levar ao desenvolvimento de um câncer. As informações são dos jornais Daily Mail e Washington Post. Os casos são mais frequentes em homens do que em mulheres.
O HPV é hoje a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum nos Estados Unidos, com a estimativa de 80 milhões de pessoas atualmente infectadas. São 14 milhões de novas infecções a cada ano, em adolescentes e adultos. Embora a maioria das infecções seja controlada pelo organismo, sem nenhum sinal ou sintoma, algumas formas mais agressivas do vírus podem levar a câncer de colo do útero, pênis, ânus e garganta, entre outros. Cerca de 28 mil casos de câncer diagnosticados anualmente naquele país têm relação direta com o vírus. A maior parte das infecções poderia ser evitada com a vacinação, disponível no Brasil pelo SUS para meninas e meninos.
Outra DST que preocupa é a sífilis. Por aqui, nos últimos anos se registra uma verdadeira explosão de novos casos. Na última semana, uma matéria do UOL Ciência e Saúde revelou que na principal maternidade da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, até 40% das gestantes estão contaminadas com a doença, o que revela uma quebra importante da rede de proteção das mães, que não tiveram um diagnóstico feito antes da gravidez ou mesmo no pré-natal. Na Baixada, são 15 casos de sífilis congênita (nos bebês) a cada 1.000 nascimentos. A meta da Organização Pan-Americana da Saúde é de 0,5 caso a cada 1.000 nascimentos. Bom lembrar que a sífilis aumenta o risco de infecção pelo vírus HIV, causador da aids.
Para terminar, um novo estudo da Universidade Monash, na Austrália, sugere que o sexo sem camisinha, principalmente com um novo parceiro, além de expor as mulheres ao risco das DSTs, aumenta a chance de que se rompa o equilíbrio da flora bacteriana da vagina. Essa “quebra” pode favorecer o crescimento de bactérias nocivas, que levam à vaginose, infecção vaginal muito comum que, em geral, vem acompanhada de um corrimento. Esse desequilíbrio da flora bacteriana também expõe mais a mulher a todas as outras DSTs. Nem precisa dizer que camisinha e boa higiene do pênis (principalmente na área abaixo do prepúcio) podem fazer toda a diferença.
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