Marta comemora gol sobre a Itália na Copa do Mundo — Foto: Phil Noble/Reuters
Horas antes do jogo da seleção brasileira feminina de futebol contra a Austrália, no dia 13 último, em Montpellier, França, a nova campanha #GoEqual começou a disparar no Instagram e no Twitter: “Bola igual. Campo igual. Regras iguais. Se as mulheres jogam futebol da mesma forma que os homens, por que não recebem o devido reconhecimento? O devido apoio? A devida remuneração?”
Depois de cobrar o pênalti com maestria, Marta, a camisa dez, a rainha, olhou para a público e para as câmeras com cara fechada, saltou alto com um dos braços para cima e o outro apontando com o dedo indicador para a chuteira preta e as duas tiras em azul e rosa – marca da campanha #GoEgual – onde deveria haver o nome do patrocinador.
Depois de cobrar o pênalti com maestria, Marta, a camisa dez, a rainha, olhou para a público e para as câmeras com cara fechada, saltou alto com um dos braços para cima e o outro apontando com o dedo indicador para a chuteira preta e as duas tiras em azul e rosa – marca da campanha #GoEgual – onde deveria haver o nome do patrocinador.
Desde outubro de 2018 recusa-se a aceitar os patrocínios por serem menor do que o valor oferecido a jogadores homens. Com este gesto foi além de comemorar o primeiro gol da seleção feminina na partida Brasil X Austrália. Explicitou sua luta pela igualdade de condições em sua profissão, como as mulheres feministas vêm fazendo desde o final do século XIX.
A embaixadora Global da ONU Mulheres Brasil marcou neste jogo não só um pênalti, mas o primeiro chute para uma campanha por igualdade de gênero no esporte e tornou mundialmente pública a campanha liderada por um grupo de jogadoras por igualdade de reconhecimento e salários.
Marta Silva, a camisa 10, jogadora seis vezes premiada como a melhor do mundo, fez o seu 17º gol em Copas na partida contra as italianas no dia 18 último, tornando-se a maior artilheira da história das Copas do Mundo, superando o alemão Miroslav Klose.
Contra a Itália, Marta repetiu o gesto feito no jogo anterior mostrando sua chuteira preta com a marca da campanha por igualdade no esporte e fez mais, entrou em campo com os lábios pintados de cor forte. O novo visual tem explicação – a atleta renovou o contrato individual com a marca Avon de cosméticos e sua empresária ainda fez questão de indicar a cor “Sangria”.
Além de ultrapassar Miroslav Klose e ter mais gols que Pelé pela seleção brasileira, igualou-se ao Rei, no gesto de marketing, quando na Copa de 1970 ele abaixou-se para amarrar suas chuteiras personalizadas.
Esta é a primeira Copa feminina de futebol televisionada na íntegra no Brasil e também a primeira em que as jogadoras tiveram um uniforme desenhado exclusivamente para elas, em vez de usarem o modelo masculino, o que é um admirável avanço em um país onde até os anos 1970 as mulheres eram proibidas de jogar profissionalmente.
Vamos esperar pelo jogo de domingo 23 de junho contra a França que certamente revelará novas surpresas. Porém julgo que nossa seleção feminina de futebol já venceu ao mostrar a grandeza da nossa gente e especialmente das mulheres que sabem batalhar por um mundo melhor com alegria e sabedoria. #GoEqual. Bola igual. Campo igual. Regras iguais.
As “peladeirinhas” do Brasil e do mundo têm aderido à campanha e nos campos de terra ou grama fazem o lindo gesto de igualdade: os braços um sobre o outro como o símbolo gráfico e matemático de “igual”.
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