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terça-feira, 18 de junho de 2019

Quadrinho 'Mulheres na Luta' traça os 150 anos de busca das mulheres por direitos


Quadrinho 'Mulheres na Luta', das norueguesas Marta Breen e Jenny Jordahl, foi lançado este mês no Brasil pelo Seguinte, selo jovem da Cia. das Letras.
HuffPost Brasil
By Andréa Martinelli
17/03/2019 


Com linguagem descomplicada e que faz uso do humor e da ironia, 'Mulheres na Luta - 150 anos em busca...
REPRODUÇÃO/CIA. DAS LETRAS
Com linguagem descomplicada e que faz uso do humor e da ironia, 'Mulheres na Luta - 150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade' aproxima o leitor.


Há 150 anos, ser mulher era muito diferente. O direito à educação, à participação na política, ao uso de contraceptivos e o espaço no mercado de trabalho formal não foram conquistados do dia para a noite. E o crédito é todo de Lucretia Mott, Margaret Sanger, Harriet Tubman, Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo, Fátimih Baraghání (Táhirih) e outras revolucionárias.

“Algumas pessoas acreditam que todos esses direitos foram dados por homens ou por políticos, mas as mulheres tiveram que lutar muito por tudo isso. Nada veio de graça”, afirma a escritora norueguesa Marta Breen, 42, que, ao lado da quadrinista Jenny Jordahl,lança este mês no Brasil o quadrinho Mulheres na Luta - 150 anos em busca de liberdade, igualdade e sororidade, pelo Seguinte, selo jovem da Cia. das Letras.
Com linguagem concisa e descomplicada ― e por vezes fazendo uso do humor e da ironia ―, o quadrinho traz força para a narrativa e aproxima o leitor ao remontar a trajetória de protagonismo de mulheres que, por um grande período de tempo, foram invisíveis para a História oficial.
Também, ao trazer narrativas de um passado recente como de Marsha P. Johnson e contemporâneas, como Malala Yousafzai, constrói pontes entre passado, presente e futuro.
Incluir o ano em que o voto feminino foi aprovado no Brasil, 1932, na ilustração acima,...
DIVULGAÇÃO/CIA. DAS LETRASIncluir o ano em que o voto feminino foi aprovado no Brasil, 1932, na ilustração acima, foi uma das adaptações feitas para o quadrinho ser publicado por aqui.


Em entrevista ao HuffPost Brasil, Breen ― que é autora de outros livros de não ficção e biografias com temática feminista ― afirma que Mulheres em Luta ”é um livro para quem quer aprender o máximo possível sobre a história do feminismo, no menor tempo possível” e acredita que, hoje, “infelizmente o livro é mais relevante do que eu desejaria”.
“Quando se trata de direitos das mulheres, internacionalmente, muitas coisas parecem ir na direção errada. E é assustador ver como os líderes patriarcais assumem o poder em países após países. É muito importante estar ciente desse desenvolvimento”, lamenta Breen, ao citar discussões sobre direito ao aborto em países na Europa e América Latina.
Mulheres em Luta tem a intenção de atrair público global ao relembrar lutas de mulheres do mundo inteiro em diferentes momentos históricos, que ajudam a “desconstruir — de maneira clara e didática — ideias erradas sobre o feminismo que se perpetuam até hoje”, afirma Nathália Dimambro, editora do livro no Brasil. “Esse formato também amplia o público leitor, atraindo tanto pessoas mais jovens quanto adultas”, enfatiza.
Ilustração de
MULHERES EM LUTAIlustração de "Mulheres em Luta" que conta a história de Margaret Sanger, mulher que criou a primeira clínica de controle reprodutivo.


Apenas alguns ajustes foram necessários para que o livro fosse lançado por aqui ― como incluir o ano em que o voto feminino foi aprovado no Brasil (1932) na ilustração que traz o ano em que vários países acataram a luta das sufragistas, assim como um posfácio escrito pela socióloga Bárbara Castro, que joga luz em histórias de mulheres que seguem apagadas mesmo no debate intelectual no Brasil ou não eram consideradas feministas, traçando efetivamente uma ligação entre a temática do livro e o contexto brasileiro.
“A questão que me parece ser mais interessante é: quem escolhemos como protagonistas dos diferentes processos sociais ao longo de nossa história e por que”, questiona Castro que, no posfácio, cita mulheres brasileiras como Esperança Garcia, Rosa Egipcíaca, Maria Firmina e Bertha Lutz, que estão ausentes na historiografia internacional reconstruída pelo quadrinho.
Ela ressalta que durante muito tempo as mulheres “foram tratadas como parte de um sujeito universal e foram apagadas nas categorias de cidadão ou trabalhador”, por exemplo. E que “revisitar a história e a maneira como gênero se organiza” pode ser uma forma de mostrar que “o ser mulher e o ser homem” é uma “construção sócio-histórica e que, exatamente por isso, pode ser modificada”.
A autora Marta Breen concorda com Castro. “Ser feminista é ver que a discriminação não é aleatória, mas é uma questão de poder estrutural. O feminismo tem sido principalmente sobre modernização: adaptar velhas normas, tradições e pensamentos a novos tempos modernos e pessoas modernas. Algumas pessoas sempre resistem quando isso acontece. A igualdade é o objetivo. O feminismo é o caminho.”

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