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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Aplicativos de espionagem se tornam comuns em relacionamentos abusivos


Do TAB, em São Paulo
10/07/2019
Crescente número de pessoas têm instalado aplicativos para espionar a vida digital de seus parceiros. É o que revela reportagem da revista MIT Technology Review.
Pesquisa publicada pelo Centro de Violência Doméstica estima que 95% dos casos de abuso doméstico envolvem o uso de tecnologia em alguma medida. Outro estudo, do Google, revela que 20% das vítimas de violência conjugal alegaram estarem sendo monitoradas por aplicativos.

"Ele sempre sabia onde eu estava, com quem eu estava conversando por email, mensagens de texto, redes sociais - tudo. Ele podia ver tudo, eu não tinha privacidade", relata Anna (nome fictício), à MIT Technology Review. Após abrir uma imagem que seu parceiro enviou, ela baixou o aplicativo de espionagem e ficou sob vigilância por dois anos.
Muitos destes aplicativos funcionam como vírus - basta enviar um link malicioso para a pessoa e, ao clicar, o outro já tem acesso a tudo o que acontece no celular da vítima.
"As pessoas acham que é um problema de nicho, mas não é verdade", diz Rajul Chatterjee, pesquisador em ciência da computação e autor de estudo sobre aplicativos de vigilância, da Universidade Cornell.
Só em 2018, a empresa de segurança Kaspersky ajudou a encontrar e remover 58 mil softwares do tipo. Mas, segundo a companhia, o número de vítimas é muito maior.
Vários dos serviços se vendem como ferramentas para monitorar crianças ou descobrir que seu celular foi roubado, dificultando a análise de quais são usados em relacionamentos abusivos.

Faltam políticas para inibir espionagem digital

Os antivírus começaram agora a avisar seus usuários que há aplicativos de espionagem em seus celulares. Mas, de acordo com a MIT Technology Review, a maioria das vítimas não usam antivírus no smartphone.
Em alguns casos, organizações de combate à violência doméstica ajudam as vítimas a descobrirem se há ferramentas do tipo em seu smartphone.
Muitos dos aplicativos podem ser baixados legalmente em lojas de aplicativos como Google Play e App Store, que não têm nenhuma política específica contra tal tecnologia. Recentemente, o Twitter permitiu - e depois proibiu - anúncio de app para monitorar namoradas.
Pesquisadores e ativistas demandam que empresas de tecnologia desenvolvam regras para coibir tais abusos. "Se um app é usado para funcionar secretamente ou ser invisível para a pessoa usando o dispositivo, é imoral, antiético e, em alguns casos, ilegal", diz Eva Galperin, diretora de cibersegurança à revista.
Sam Havrom, também da Universidade de Cornell, defende ainda, que os responsáveis precisam ajudar o usuário a saber, de forma mais clara, quais aplicativos estão acessando sua câmera, GPS ou mensagens.

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