Clarice Cudischevitch
Apenas 42% dos ingressantes nos cursos de graduação em Matemática são mulheres. No doutorado, o número cai para 24% e, na pesquisa, é ainda menor: as bolsistas do CNPq em Matemática, Probabilidade e Estatística não chegam a 12%. O problema da sub-representatividade feminina na área foi discutida no primeiro Encontro Brasileiro de Mulheres Matemáticas, que reuniu quase 500 pessoas no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), nos dias 27 e 28 de julho.
“É importante aumentar a participação das mulheres na área porque o talento pode estar em qualquer pessoa e em qualquer lugar”, destaca a diretora de Pesquisa Científica do Serrapilheira, Cristina Caldas. Uma das palestrantes do evento, ela ressaltou que pessoas com vocação para a área estão espalhadas por todos as regiões: citou como exemplo uma participante do interior do Pará que, para chegar ao evento no Rio de Janeiro, viajou de barco durante um dia inteiro.
“É importante aumentar a participação das mulheres na área porque o talento pode estar em qualquer pessoa e em qualquer lugar”, destaca a diretora de Pesquisa Científica do Serrapilheira, Cristina Caldas. Uma das palestrantes do evento, ela ressaltou que pessoas com vocação para a área estão espalhadas por todos as regiões: citou como exemplo uma participante do interior do Pará que, para chegar ao evento no Rio de Janeiro, viajou de barco durante um dia inteiro.
No encontro, Caldas apontou que a diversidade, em sentido amplo, é essencial para garantir a excelência científica, pois promove a pluralidade de ideias. “A disparidade de gênero na matemática é muito grave e está relacionada a uma cultura que é muito dura com as mulheres, marcada por preconceitos.”
Os dados mostram que a situação é complexa. Um levantamento da organização Parent in Science, que avalia o impacto da maternidade na carreira científica, mostrou que 72% das pesquisadoras mães não dividem igualmente o cuidado dos filhos com os pais. As consequências são visíveis na evolução da trajetória acadêmica, de modo que as mulheres têm dificuldade de chegar nos estágios mais avançados da profissão – no nível mais alto de bolsa do CNPq, o A1, por exemplo, elas são menos de 10%.
O reconhecimento do problema, no entanto, que é cada vez mais discutido em encontros científicos, já significa um avanço. “O fato de um evento como esse, durante o fim de semana, engajar tanta gente e acontecer em uma instituição importante como o IMPA demonstra que essa é uma discussão que não pode mais ser evitada”, aponta Caldas.
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