Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Mulheres que venceram a violência conseguem redescobrir a própria beleza

Ideia surgida numa Delegacia da Mulher, em Santa Catarina, se transformou em símbolo do combate à violência doméstica ao valorizar a imagem das vítimas.
Por Jornal Nacional
22/01/2019
A imagem do rosto da Rihanna é muito parecida com a que muitas mulheres veem no espelho, depois de agredidas. É uma imagem chocante, sempre. No Brasil, uma ideia surgida dentro de uma delegacia da mulher, em Santa Catarina, se transformou em símbolo do combate a essa violência. Porque valoriza a imagem de vítimas que conseguiram se libertar dos agressores.
Durante muito tempo, Jandira Mara dos Santos tentou esconder a dor. “Muitas vezes ele me acordava e maquiava a minha cara para não mostrar os hematomas que eu tinha”, conta a dona de casa.
Ana também foi sofreu violência dentro de casa: “Até o ponto de me agredir quando eu estava grávida”.
Fotografar mulheres como elas foi um desafio e tanto. “São mulheres que se anulam, são mulheres que não viam a sua própria beleza, são mulheres que até não saiam de casa”, diz a policial civil Eleide Eli Brito.
Quando começou o projeto, elas eram mulheres que não conseguiam sorrir. Mas juntas, essas mulheres foram se fortalecendo.
O início foi o medo que elas tinham. Então, quando começou o projeto elas eram mulheres que não conseguiam sorrir. Isso me chocou muito, mas juntas essas mulheres foram se fortalecendo.
Em uma delegacia na Grande Florianópolis, elas compartilham histórias parecidas: “A gente convidou para falar da superação e não para falar da dor somente, né? Com isso, elas vão resgatando essa autoestima e a autoimagem que foi destruída nesses relacionamentos abusivos que elas viveram”, explica a psicóloga Clarissa Moreira Enderle.
“Hoje o choro não é mais dor. Choro hoje é um choro de alívio, sabe? De quem conseguiu buscar a fortaleza que estava escondida, adormecida dentro da gente. Esse grupo mostrou isso e vai mostrar isso para muitas mulheres”, conta Jandira.
Foi um longo caminho, oito meses de atendimento psicológico, muita conversa em grupo, até ultrapassar as barreiras da vergonha e do medo. Ser capaz de contar, de exibir a própria história para quem quiser ver.
A exposição itinerante retrata transformações profundas. “Eu me sinto feliz, eu me sinto linda, eu me sinto corajosa”, diz a autônoma Ana Cláudia Machado.
E desperta a admiração. “Eu tenho muito orgulho delas, mexe bastante comigo também como mulher, ver tanta força reunida em tantas fotos” conta a psicóloga Patrícia Stello.
“É esse o nosso objetivo: mostrar para as outras mulheres que é possível, sim, de um evento tão trágico, tão triste, recomeçar”, diz a delegada Juliana Dallagnol Menezes.
São fotos de dez mulheres que enfrentaram a violência, conseguiram dar um basta e redescobriram a própria beleza.
“Eu me sinto amada, né? O que era passado, já foi! Eu estou maravilhosa, me sinto ótima, parece que eu nasci de novo”, diz a dona de casa Maria Salete Pinheiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário