A passagem da ministra Damares Alves em Campinas, na tarde desta quinta-feira (8), foi marcada por forte protestos contra ela na Câmara e a entrega de quatro carros a conselhos tutelas de quatro cidades - além do município, Guarulhos, Votuporanga e Águas de Lindoia. Ela também evitou temas polêmicos e não comentou falas recentes do ministro Sérgio Moro e do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
A ministra veio à Câmara para explicar a atuação dela no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e quais são as medidas que tem tomado à frente da pasta. Depois, foi a uma concessionária entregar carros para os conselhos de Campinas, Guarulhos, Votuporanga e Águas de Lindoia.
A ministra veio à Câmara para explicar a atuação dela no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e quais são as medidas que tem tomado à frente da pasta. Depois, foi a uma concessionária entregar carros para os conselhos de Campinas, Guarulhos, Votuporanga e Águas de Lindoia.
No Legislativo, ela chegou por volta de 14h40 sob forte protesto de manifestantes a favor e contra ela. Durante sua fala, a ministra anunciou alguns projetos - entre eles o IML cor-de-rosa e a Maria da Penha nas escolas. Para a região ou o Estado de São Paulo ainda não há, no entanto, prazos definidos para que eles comecem a acontecer.
O primeiro tem o objetivo de trazer acolhimento à mulher e à criança que sofrem maus tratos na hora de fazer o exame de corpo de delito. "O IML é responsabilidade dos estados. Precisamos convencer o governador, nosso Ministério não tem recurso. Entendemos que no momento da perícia é crucial que a mulher esteja protegida. Sobre as crianças, tem inquérito que não foi para frente porque não fez a perícia. A criança tem medo do defunto e de caveira e não quer entrar", disse.
Sobre a Maria da Penha nas escolas, a proposta é explicar a meninos a partir de 4 anos sobre a igualdade de gênero e a respeitar mulheres. "Já estamos indo para as escolas, acreditamos neste potencial. Temos muitos projetos, inúmeros, já em execução. São muitos mesmo. Estamos trabalhando com o Estado para ter maior patrulha da Maria da Penha. Está tudo em execução", explicou.
Ela ressaltou que é preciso fortalecer a rede de apoio a mulheres e sugeriu aos líderes religiosos presentes que as igrejas - não somente a evangélica - comecem a abrigar mulheres e crianças que sejam vítimas de abuso ou maus tratos. "O governo não tem como construir tantos abrigos, então é preciso este acolhimento", afirmou.
MORO E BOLSONARO
Questionada sobre as recentes falas do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que os homens se sentem intimidados e por isso agridem mulheres, e do presidente Jair Bolsonaro - que disse que contaria ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, o que ocorreu com o pai dele, Fernando Santa Cruz, que morreu durante a ditadura militar -, a ministra disse que não ia comentar.
Já sobre o prazo do MPF (Ministério Público Federal) para justificar a substituição dos membros da Comissão Especial dos Mortos e Desaparecidos, a ministra disse que não foi notificada mas que os membros que ela escolheu são "extraordinários e capacitados".
Ela disse ainda que, antes, o Brasil não respeitava os mortos do "período militar" pois havia demora para analisar os requerimentos. Questionada se, então, o presidente respeitava os mortos pela declaração sobre Santa Cruz, ela negou, novamente, que comentaria o caso.
Acompanharam a ministra em Campinas a deputada estadual Valério Bolsonaro (PSL) e o deputador federal Paulo Freire (PL).
CARROS PARA O CONSELHO
Em Campinas, o carro entregue por Damares será para o 5º Conselho Tutelar, da região Norte da cidade. Além do veículo - um Peugeot, foram entregues cinco computadores desktop e um refrigerador. Do kit, que custou aos cofres públicos R$ 130 mil, ainda faltam uma impressora multifuncional e um bebedouro.
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