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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

"Eu não queria morrer": mulheres pedem introdução do conceito de violência doméstica na lei russa


Uma a cada três russas é vítima de violência conjugal: um problema que provoca a morte de uma mulher a cada 45 minutos no país. Com base nesses números alarmantes, feministas pedem o endurecimento da lei no país, recentemente flexibilizada em nome dos “valores tradicionais”.Dezenas de ativistas e influenciadoras russas realizam uma grande campanha online para mobilizar a opinião pública. Nas redes sociais, elas publicam fotos simulando hematomas, cortes e sangramentos, acompanhadas da frase: "Eu não queria morrer".
A iniciativa deu certo: além de ser adotada por milhares de internautas, mais de 650 mil assinaturas foram recolhidas para uma petição no site Change.org. O objetivo é pressionar as autoridades russas a criarem uma lei que introduza na constituição do país o conceito de "violência doméstica" para proteger as mulheres de agressões da parte de maridos e companheiros.
Segundo a Rosstat - a agência de estatísticas oficial do país - 16 milhões de russas são vítimas de violências domésticas todos os anos. No entanto, o assunto é pouco abordado no debate público.
"Uma a cada três mulheres na Rússia é agredida pelo marido ou companheiro. A cada 45 minutos, uma mulher é morta em sua própria casa: são números assustadores", avalia Olga Kravtsova, blogueira e influenciadora célebre no país.


Contra a corrente
Apesar do movimento #MeeToo ter aberto o debate contra agressões sexuais contra as mulheres em todo o mundo, a Rússia regrediu na questão. Em 2017, algumas formas de violência dentro dos lares foram descriminalizadas em nome dos "valores tradicionais".
Neste mês, a Corte Europeia dos Direitos Humanos (CEDH) chamou a atenção das autoridades russas "reticentes sobre o reconhecimento da gravidade deste problema". Segundo o tribunal, "não há medidas para a proteção das mulheres contra esse tipo de agressão", criando "um clima propício à violência doméstica".
No final de junho, o caso de três jovens que começaram a ser julgadas pela morte do pai causou comoção no país. Durante anos, elas foram agredidas e estupradas pelo homem que resolveram matar, após terem sido atacadas com spray de pimenta por não terem limpado suficientemente a casa. Atualmente com 18, 19 e 20 anos, elas correm o risco de serem condenadas a até 20 anos de prisão.
Em dezembro de 2017, um outro caso foi alvo de um escândalo no país. A russa Margarita Gratcheva, de 26 anos, teve as mãos arrancadas a machadadas pelo marido, depois de ter sido torturada por horas em um bosque perto de Moscou. Um mês antes, ela havia denunciado à polícia ser alvo de violências domésticas, mas foi ignorada. O homem foi condenado a 14 anos de prisão em 2018.

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