por: Redação Hypeness
Deixando um pouco de lado os inúmeros malefícios do tabagismo, é preciso também analisar, especificamente, a história de consumo do tabaco pelo público feminino. Além das complicações ambientais, socioeconômicas e para a saúde que são acarretadas pela indústria do fumo, a publicidade construída para que mulheres parecessem incríveis ao segurar um cigarro contribuiu com controversos e deturpados significados sobre a concepção de independência feminina na época.
Segundo reportagem do site “Messy Nessy Chic“, no século 19 e no início do século 20, o mercado de vícios como o tabaco e a bebida alcoólica deixava pouco espaço para mulheres. Consideradas como donzelas puras, elas eram multadas caso fumassem em público. Em 1908, a cidade de Nova York, por exemplo, chegou a tornar o tabagismo feminino completamente ilegal por duas semanas.
Segundo reportagem do site “Messy Nessy Chic“, no século 19 e no início do século 20, o mercado de vícios como o tabaco e a bebida alcoólica deixava pouco espaço para mulheres. Consideradas como donzelas puras, elas eram multadas caso fumassem em público. Em 1908, a cidade de Nova York, por exemplo, chegou a tornar o tabagismo feminino completamente ilegal por duas semanas.
Na época, cigarros eram classificados como masculinos pelos anunciantes, ou então como itens da classe trabalhadora e “alternativos” ou “boêmios”, na melhor das hipóteses.
O movimento pelo sufrágio feminino abraçou o fumo como uma forma simbólica de discordância quanto ao papel de gênero; o cigarro na mão se tornou um símbolo de independência para mulheres da época.
Ainda de acordo com a reportagem, foi assim que os cigarros se tornaram um símbolo acidental da primeira onda do feminismo e, pouco depois, tiveram o significado subversivo apropriado e esvaziado pelos anunciantes do produto.
Assim que se tornou possível, a publicidade da época aproveitou a oportunidade de explorar as novas possíveis consumidoras e passou a anunciar cigarros como “Tochas da Liberdade!” (ou “Freedom Torches”, em inglês) em cartazes que incentivavam as mulheres a fumar.
Foi o sobrinho de Sigmund Freud, Edward Bernays (1891-1995), quem liderou as estratégias de marketing para encorajar produtos de tabaco voltados para mulheres. Depois de criar com sucesso uma série de propagandas pró-guerra para o Comitê de Informação Pública (CPI) do governo dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, a American Tobacco Company o rastreou para começar a inventar maneiras de atrair um grupo demográfico cada vez mais ‘liberado’: as mulheres.
“Está torrado!” (ou “It’s toasted!”, em inglês) era um slogan comum nos anúncios, que também apresentavam uma experiência nova e mais suave, logo mais adequada para mulheres. Havia também slogans de perda de peso bizarros, como “Pegue um Lucky [marca de cigarro] em vez de um doce” e outras afirmações sobre se manter “em forma”.
Já em 1925, a Phillip Morris Company — outra empresa da área de tabaco — decidiu se dedicar à fabricação de cigarros para mulheres e lançou uma nova marca vendida com o slogan “Suaves como maio!“; uma experiência de fumar “verdadeiramente feminina”. Eles os chamaram de “Marlboros”.
Hollywood também notou os novos rumos trazidos para o século 20. A sensualidade do cigarro foi cimentada na tela, e com ou sem parcerias comerciais com grandes empresas do ramo, você sempre podia esperar por personagens femininas belas e fumantes nos cinemas.
De acordo com a autora da reportagem, Francky Knapp, o tabagismo aumentou rapidamente durante a década de 1950, tornando-se muito mais disseminado. Em 1965, as mulheres somavam 33% dos fumantes dos Estados Unidos, com anúncios promovendo uma visão da mulher cada vez mais independente, embora aquela que ainda devesse cuidar de sua aparência.
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