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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Violência de gênero, desigualdade salarial e mais: por que o Dia da Igualdade da Mulher é tão importante

Sim, as batalhas das mulheres por direitos iguais e por equidade já avançaram muito - mas ainda há um longo caminho pela frente

26/08/2020
A luta das mulheres por direitos iguais já avançou muito. Mas basta acompanhar noticiários para lembrar dos (muitos) casos de violência de gênero que ainda se multiplicam. Ou analisar os resultados de pesquisas sobre participação econômica, por exemplo, para vemos que ainda há um longo caminho pela frente.

Para reforçar a importância do Dia Internacional da Igualdade da Mulher, nesta quarta-feira (26), selecionamos cinco fatos que mostram o abismo entre homens e mulheres - entre inserção no mercado de trabalho, julgamentos na maternidade ou divisão de tarefas domésticas. Confira:

Salário

Dados compilados pelo Dieese, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a Pnad Contínua, do IBGE, mostram que, quando o assunto é a inserção das mulheres no mercado de trabalho, ainda há muito o que avançar. A começar pelo salário.
A pesquisa, divulgada em março, aponta que, no Brasil, o salário das mulheres é, em média, 22% menor que o dos homens: R$ 2.495 para eles e R$ 1.958 para elas. No Rio Grande do Sul, essa diferença de rendimento aumenta para 28% (com média de R$ 2.863 para os homens e R$ 2.068 para as mulheres). 
A discrepância fica ainda maior quando se fala em profissionais com Ensino Superior: o rendimento mensal médio das mulheres que concluíram a faculdade é 38% menor do que o dos homens na mesma condição. 

Divisão de tarefas domésticas

Outra pesquisa divulgada em junho deste ano pelo IBGE mostra que, embora a tendência de maior participação dos homens em funções domésticas tenha se mantido em 2019, o trabalho mais pesado, como cozinhar ou limpar a casa, permanece nas costas das mulheres
Com mais funções em casa, elas têm menos tempo para se dedicar ao trabalho remunerado: a carga horária semanal das mulheres empregadas ou com trabalho informal tem 5,1 horas a menos do que os homens. Somando a jornada dupla em casa, porém, elas trabalham três horas a mais que eles por semana. 
Em 2019, diz o IBGE, 149 milhões de brasileiros (ou 87,1% da população com 14 anos ou mais) disseram ter realizado alguma atividade doméstica ou cuidado de pessoas no domicílio em que moram ou na casa de parentes. Em média, gastaram 16,8 horas semanais nessas atividades.
A desigualdade de gênero foi verificada nas duas funções: 92,1% das mulheres disseram realizar afazeres domésticos e 36,8% cuidaram de pessoas em casa ou na casa de parentes; entre os homens, foram 78,6% e 25,9%, respectivamente. 
Entre as atividades pesquisadas pelo IBGE, as mulheres continuam responsáveis pela parte mais pesada da rotina doméstica, como cozinhar, limpar a casa. Elas também estão à frente na hora de aauxiliar nos cuidados pessoais, como alimentar, vestir e dar banho, e nas atividades educacionais dos filhos.

Maternidade

Falando em filhos, é possível citar diversas nuances da diferença entre as "obrigações" maternas e paternas. A começar pela cobrança, que sempre recai em maior peso sobre a mulher. Ou a carga mental, sempre maior e mais desafiadora entre elas. E, isso, claro, se transforma em autocobranças, a conhecida culpa materna
Mas um dado resume bem a disparidade: segundo o IBGE, mais de 11,6 milhões de mulheres encaram a maternidade de forma solo no país. A maioria, sabemos bem, não por opção, mas porque os pais simplesmente desapareceram.  

Assédio sexual

Cada vez mais, grandes escândalos de assédios sexuais estão vindo à tona.
O que, de fato, é um avanço, é que cada vez mais mulheres entendem a importância de falar sobre o que aconteceu. É o que têm feito algumas famosas recentemente, que relataram suas experiências para alertar outras mulheres. Foi o caso da influenciadora digital Shantal Verdelho, da atriz Julia Konrad, da atleta Simone Biles, da atriz Giovanna Lancellotti e da modelo Mariana Goldfarb.

Violência doméstica

Não basta a crise sanitária: o distanciamento social devido ao coronavírus também fez com que o número de mulheres assassinadas disparasse, no que tem sido chamado de "a dupla pandemia". 
Só no Rio Grande do Sul, foram 51 vítimas no primeiro semestre deste ano. Ao contrário da maioria dos indicadores, onde o Estado conseguiu reduzir a criminalidade, os feminicídios — que são as mortes de mulheres em contexto de gênero — ainda representam um desafio. Houve acréscimo de 24,4% — no mesmo período de 2019, foram 41. Os dados foram divulgados em julho pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do RS.
A violência está em todas as classes sociais. E não só a física: pode ser a psicológica, a patrimonial, a sexual ou a moral. Esse ciclo imposto pelo agressor ataca a mulher em suas vulnerabilidades, explicou Márcia Soares, diretora executiva da Themis, organização de defesa e promoção dos direitos das mulheres, para reportagem de Donna sobre o tema.

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